Colegas | Parte II

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Guilherme & Claire

Claire

Eu só tive um relacionamento sério durante toda minha vida e foi no ensino médio, de resto foi tudo casos passageiros. Digo, você entra na faculdade e se atrapalha com tantos estudos que começa a criar prioridades e relacionamento não é uma delas. Fica adiando se envolver, apenas dizendo mais pra frente, no futuro, quando eu me formar. Mas então você começa a trabalhar e fica, trabalhando muito, sem tempo para dedicar a outra pessoa… e assim se segue o emaranhado de desculpa que digo a mim mesma para adiar isso. 

Não são desculpas, é a verdade! 

Eu tinha entrado na faculdade de medicina bem nova, assim que terminei o ensino médio aos 17 anos. Eu me arrependo disso no aspecto de não ter aproveitado tanto minha juventude atracada em livros e estudos, mas em compensação é muito bom estar formada com especialização ainda tão nova. 

E falando a verdade, nem sei como fui capaz de arrumar um namorado naquela época, e agora só foi eu concluir minha especialização que não sei, acho que bateu uma crise de identidade ou crise dos 40 antes do tempo, no auge dos meus 29 anos. 

Tenho me questionado muito sobre isso. Relacionamentos. 

Confesso que essa certa aversão a relacionamentos,  também começou após o fim de um “relacionamento”, ala, amizade colorida de merda com um colega de classe na faculdade que acabou me deixando traumatizada em se relacionar com pessoas, principalmente se forem da área da saúde, e devo enfatizar os médicos. Um conselho que vou levar para a vida é, não fique com um neuro! Eles se acham uns deuses, se são um pé no saco com ficadas, quero nem imaginar em um relacionamento sério. 

No entanto, minha aversão, melhor, esquiva para relacionamentos sérios não me impede de transar. Adoro sair com minhas amigas só pra isso. 

Inclusive, alguns shots de bebida. Dança na pista.  Sexo entorpecentes. É como posso resumir aquele final de semana em que saí com minhas amigas por finalmente ter conseguido um emprego novo na minha mais recente especialização.   

Elas tinham me levado para um clube caro, eu nem tinha dinheiro para bancar as bebidas de lá (ter até tinha, mas achei um absurdo os valores) porque depois de tantas semanas procurando um trabalho, eu finalmente consegui. Eu iria recompensá-las assim que recebesse meu primeiro salário no novo emprego.

E pensar sobre aquela noite me faz lembrar dele.  O maldito cujo me fez estar aqui reavaliando minhas condutas de vida. Ele simplesmente impregnou minha cabeça. 

De fato que eu não tinha uma boa noite de sexo há tempo, mas o que aquele filho da mãe fez que não sou capaz de parar um segundo sem pensar nele? 

Já me arrependo de ter dado meu número errado para o cara, queria tanto que me ligasse, ou mandasse uma mensagem. Talvez eu devesse ter pego o número dele, mas fui burra! 

Eu não deveria estar me sentindo assim, principalmente se for levar em consideração que transamos no carro dele porque estávamos com pressa e com muito desejo para ter que esperar até um motel, e eu particularmente odeio sexo no carro. Fico sempre muito atrapalhada, nunca sei onde colocar perna ou braço, e sempre acabo batendo com a cabeça no teto. Mas não paro de pensar, se eu voltasse lá, haveria a chance de encontrá-lo mais uma vez? Será que ele sempre frequenta aquele ambiente? Eu não me importaria de transar em seu carro de novo. 

Não era apenas sobre o sexo, havíamos tido uma grande conexão. Conversamos muito sobre a vida, apesar de eu ter evitado ao máximo assuntos que envolvessem nosso trabalho. 

Très excité - Contos EróticosOnde histórias criam vida. Descubra agora