Fiz um café para Will e lhe dei o último doce que tínhamos, um muffin. Ele aconchegou-se se agarrando a xícara quente e agradeceu com seu sorriso fofo. Aparentemente Percy ligara avisando que eu estava mal, "precisando de ajuda imediata", mas ele não conseguiria vir porque estava na casa de Annabeth – sua namorada – e a mesma morava a uma hora de lá, em uma cidade que estava nevando.
- Você não precisava vir até aqui, eu já estou melhor. – Afirmei, voltando ao meu lugar em sua frente. Ele fez pouco caso, como se estivesse escrito no meu rosto "precisa-se de abraços quentinhos".
- Percy não ia conseguir descansar enquanto ele ou alguém de confiança não comprovasse isso pessoalmente. – Will estufou o peito, mostrando o bom soldado em cumprimento de sua missão que era. Para mim parecia uma adorável criança enquanto despedaçava o muffin e o molhava no café antes de comer.
- Pois está comprovado. – Funguei.
- É, você 'ta vivo. – Comentou pegando o celular. Imaginei que fosse dar o veredito a Percy, mas esperava que não fosse usar aquela mesma frase, porque era o que normalmente vinha depois de um "apesar de tudo" e significava que tu tava na completa merda.
Notei que preocupar Percy me deixava ansioso e enjoado.
- Toma. – Will estendeu o celular em minha direção. – Ele insiste que você ainda não parece bem, então... – Percebi tarde que não era somente uma mensagem Will ligara para Percy.
Não peguei o aparelho de primeira e quando o fiz meus dedos estavam tão trêmulos que seria fácil derrubá-lo – e eu não sentiria nenhuma culpa se ele quebrasse. Eu dei um muffin para aquele garoto e era assim que ele devolvia minha gentileza.
- Você 'ta bem? – Sua voz perguntou assim que encostei o celular na orelha. – Sua respiração parece boa, você 'ta realmente melhor?
- Você é tão exagerado e dramático.
Eu sei que não era o certo a se falar, mas foi a única coisa que consegui responder. Eu me sentia tão agradecido pela preocupação em seu tom que poderia chorar.
- Você é uma criança ousada. – Will riu, Percy riu e eu continuei estático com o telefone no ouvido.
- Eu tenho idade o suficiente para ser preso por agressão, é o suficiente para você? – Respondi irritado. Os dois riram mais. – E você, isso é uma conversa privada, se fosse para você participar estaria no viva voz. – Resmunguei para Will. O som do celular dele era muito alto. Ele levantou as mãos, rendido, mas o sorriso bonito não foi escondido.
- Você parece mesmo melhor, fico feliz. – Percy respondeu, seu tom era apaziguador. – Quando eu voltar... – Suas palavras ficaram no ar e o motivo para todos os acontecimentos daquela noite se fez claro novamente na minha mente.
- Venha para minha casa. Venham todos. – Olhei Will e esperei que Percy entendesse que Annabeth estava incluída também. – Eu, Jason e Piper faremos jantar. Esse final de semana. – Soltei.
Impulsivo.
De tudo que eu tinha pensado em dizer para ele, aquilo não tinha sequer entrado na lista de opções, mas eu me senti mais tranquilo em incluir mais gente naquele encontro, embora no começo quisesse ter uma conversa sozinho e de forma madura. Mas bom, eu não era maduro.
- Fechado. Vou avisar a Annie e bom, você avisa o Will. – Ele parecia alegre, mas sua diversão maliciosa ao falar de Will era palpável.
Desliguei o telefone sem me despedir, estava constrangido e odiava isso. Eu sabia que o loiro também sorria então o evitei e fui lavar o que eu podia.
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Akai Ito
RomanceA partir do primeiro olhar As almas conectadas se manifestarão E o fio vermelho do destino os ligarão O que fazer quando sua alma gêmea decide dar as caras no seu trabalho? Acompanhado da namorada? Não importa o quanto Jason insista que o tal Percy...