ISADORA
Ok, o que eu faço agora?
Eu acabei de trazer um menino, que não é meu namorado, nem meu irmão, para o meu quarto. Meu pai vai me matar. Meu Deus, minha mãe vai me matar.
Tem uma distância de mais de dois metros entre mim e Guilherme, mas eu sinto como se estivéssemos tão perto um do outro que fosse possível um sentir a respiração do outro. Eu estou o olhando vagar pelo meu quarto e pelas minhas prateleiras, enquanto imagino apenas os seus lábios tocando os meus, suave, mas forte e decidido.
Isso tudo começou porque eu queria apenas tirá-lo de casa. Saber que eu estava sem par para a noite de jogos foi humilhante, mas depois me lembrei de Guilherme e descobri que ele seria o par perfeito, não só porque eu quero muito ficar perto dele, mas como também sei que seria excelente ele ficar longe daquela casa. Guilherme não merece o monstro que tem como pai.
Vê-lo no meu quarto me traz um conforto enorme, porque sei que ele está longe de todo o sofrimento que aquela casa pode causar a ele. Mas o maior conforto é saber que ele também me quer, essa é definitivamente a melhor sensação de todas.
Eu sempre fui muito segura e sempre soube quando um garoto estava a fim de mim, mas com Guilherme eu nunca consegui dizer se ele me odiava, me detestava, ou gostava de mim. Era complicado entendê-lo, mas agora, agora eu sei que ele gosta de mim. Talvez não seja na mesma intensidade que eu gosto dele, mas ainda é um começo, não?
Afinal, eu só preciso que ele goste de mim, porque para se apaixonar por mim é questão de dois segundos – eu tenho uma personalidade encantadora, ou como minha mãe gosta de dizer: "tenho o charme de todo Alves". E com certeza eu vou fazer esse menino se apaixonar por mim, ou eu não me chamo Isadora Alves.
Guilherme pega minha caneta lilás com um pompom branco e começa a brincar jogando o pompom de um lado para o outro. Sei que é bem impossível fetichizar uma homem brincando com uma caneta de pompom, mas acredite, eu consegui – estou me imaginando sendo aquela caneta, a tampa da caneta meu pescoço e ele segurando meu pescoço da mesma forma, jogando minha cabeça de um lado para o outro.
Acho que estou ficando maluca. Esse menino precisa me beijar urgentemente.
Guilherme, no meu quarto, que é todo lilás e cheio de coisas "fofas" e de "mulherzinha", é até engraçado, porque ele é enorme e tem uma postura de "modelo marrento" que todos sabem que é a maior mentira de todas. Guilherme não é nada marrento. É engraçado demais.
— O que foi? – ele perguntou, ainda jogando o pompom de um lado para o outro.
— É que é engraçado… você, um homem de mais de 1.80, brincando com o pompom da minha caneta – falei, sorrindo para ele.
— Você ficaria surpresa com as coisas que eu consigo me entreter – ele disse, sem tom malicioso, mas eu levei na malícia. — Seu quarto é bem… lilás – ele colocou as mãos nos bolsos do short e começou a andar pelo meu quarto. — E enorme.
— Você fala isso como se não fosse riquinho – ele riu e se sentou ao meu lado, seus ombros tocando o meu, enquanto nós olhávamos fixamente para a televisão do meu quarto e os computadores que uso para stream.
— Eu imaginava que você teria mais coisas daquele anime ruim.
— Qual?
— One Piece.
Revirei os olhos. — Até parece. Esse é o melhor anime de todos!
— Ok, a gente precisa então começar a assistir Hunter x Hunter, pra você ver um anime bom de verdade, até Castlevania é melhor.
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O Contrato - COMPLETO
Romance[COLEÇÃO SCHOOL & LOVE] Isadora Alves estava acostumada com o título de "senhorita perfeitinha", afinal ela gostava, então por isso sempre guardou muito bem todos seus segredos e suas desavenças. Entretanto, seu maior segredo, que ela era uma das st...