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Meu final de semana foi uma loucura, quando você pensa que já arrumou e organizou de tudo é aí que você se engana, eu achava que ja estava tudo pronto para o casamento mas foi só eu chegar na casa da minha mãe que senti o peso da responsabilidade pra cima de mim.

Tinha tanta coisa pra selecionar, escolher, mudar, trocar, já estava me deixando louca.

Voltei para casa a noite no domingo, cansada, exausta e entreguei a lista de convidados para Gabriel, para podermos selecionarmos corretamente todos eles.

Quando cheguei em casa, Gabriel estava bêbado, música estava alta pelo apartamento, a cozinha uma bagunça, e ele não estava sozinho.

Tinham dois amigos dele que eu já conhecia, e umas três meninas totalmente desconhecidas para mim.

Óbvio que fui devidamente educada como mamãe me ensinou, mas aquilo ali pra mim foi uma decepção total.

Eu super entendo que ele queira ter seus momentos e se divertir, assim como eu também quero isso, mas nós dois estamos em um momento apertado para decidir as coisas do casamento.

Eu estou me matando toda semana e final de semana para isso, eu ainda não terminei a escola, então eu ainda preciso ir toda segunda pela manhã para aula, e volto na sexta já para organizar as coisas do casamento.

Não queria ter que admitir isso, mas tudo isso já está me deixando louca. Eu só tenho 18 anos.

-Amor, põe favor você não ficar assim precisar.- ele se embolou falando pois estava bêbado

- Você não consegue nem formar uma frase direito Gabriel. - disse enquanto arrumava os lençóis da cama pra deitar

- Você não me ama mais ? - ele fez cara de cachorro abandonado

-Sem de vitimizar, por favor. - reclamei e fui sentar de frente pra minha penteadeira tirando minhas jóias.

- Não vitimizar. - ele tropeçou pelo quarto vindo até mim

- Gabriel, por favor, me deixa! Eu estou extremamente cansada, meu final de semana foi super corrido. Trouxe a lista de convidados, amanhã quando você acordar sóbrio olha ela e me fala qualquer coisa pelo WhatsApp. Volta lá pra sua festa que seus convidados estão sozinhos.

Assim que terminei de falar, peguei meu roupão e me tranquei no banheiro para pelo menos tentar relaxar um pouco.

Na minha cabeça se passava mil e umas coisas, eu estava a um ponto de surtar, mas respirei fundo e coloquei as ideias no lugar antes de me deitar e dormir.

Não sei que horas acabou a festinha de Gabriel e que horas ele entrou quarto, mas quando acordei no outro dia ele já estava deitado na cama ao meu lado.

Tentei fazer o mínimo de barulho possível, pois não queria ter aquela conversa logo pela manhã cedo, e eu tinha que ir logo pra escola.

Mas, foi o mesmo que nada.

Assim que saí do banheiro, Gabriel estava sentado na cama me esperando.

- Bom dia. - falei com o mesmo e continuei me arrumando

- Bom dia. - ele respondeu - Eu posso te levar.

- Não precisa, o motorista do seu pai vem me buscar.

- Você não vai falar comigo ?

- O que você quer eu fale ?

- Não sei Maria, brigar comigo sei lá.

- Você não é criança e eu não sou sua mãe pra brigar com você, você sabe muito bem o que faz.

- Não, eu não sei. Você ficou fora o final de semana inteiro, eu me senti sozinho e os meninos quiseram vir pra cá.

- Fiquei fora o final de semana inteiro porque você me pediu em casamento e eu estava ocupada resolvendo as coisas dele. - sua cara murchou

- Me desculpa, por favor.

- Gabriel, você não é criança, e casamento não é brincadeira, se você não sabe lidar com isso então não....

- Não termina essa frase. - ele me cortou - Foi um vacilo, eu sei.

- Vacilos você deixa para namoro, agora não é o momento de ficar vacilando com quem você decidiu que queria passar o resto da vida. - ele riu

- Você tá jogando toda a responsabilidade pra cima de mim, e tudo isso por que eu recebi uns amigos aqui em casa quando eu estava sozinho, não sei se você sabe mas eu não te forcei a querer casar comigo, você aceitou por livre e espontânea vontade.

- Quer saber? vai tomar no cu. - peguei as minhas coisas e dei o fora de casa o mais rápido possível

Fui o caminho inteiro pra escola pensando e lembrando de cada frase e cada detalhe dessa nossa briga de mais cedo. A minha cabeça já estava doendo tanto que eu sentia que ela iria explodir.

Meu olho encheu de lágrimas umas 50 vezes e todas elas eu disfarcei e engoli meu choro para o motorista não perceber.

Certeza que ele iria fofocar para o pai de Gabriel.

Voltar pra escola é sempre um saco, pelo menos eu tinha Gabi comigo.

- Oi vagabunda, que saudades. - ela me abraçou - e vai logo dizendo o que aconteceu e porque você tá com essa cara de cu.

- Eu e seu irmão brigamos. - ela me olhou assustada

- Como assim brigaram? vocês nem são disso. - concordei com a cabeça

- Fui o final de semana pra casa da minha mãe, organizar as coisas do casamento, quando cheguei em casa no domingo estava tudo uma bagunça, Gabriel estava bêbado - ela arregalou os olhos - fora que os dois amigos dele da faculdade estavam lá e com mais duas meninas.

- Você tem certeza que tá falando do meu irmão ?

- E pra piorar, hoje de manhã eu tentei de tudo pra não discutir com ele, mesmo assim a briga foi feia.

- Feia em que ponto ? - ela me olhou curiosa

- Mandei ele tomar no cu. - eu disse que ela começou a rir

- Boa Mariazinha, #vidaLoka - ela debochou

- E o Arthur como tá ? - perguntei

- Tá bem, tá feliz que ele está ganhando bastante caso pra resolver por agora.

- Fico feliz. - abri um sorriso de canto a canto pra ela

- Relaxa que isso vai passar tá ? - ela me abraçou - jaja ele tá aí arrependido.

- Aí que tá Gabi, a gente já passou por tanta coisa, eu imaginava que agora que finalmente estamos juntos iria ficar tudo bem, ainda mais agora que estamos noivos, acho que a fase da pessoa fazer as coisas sem pensar e tá vacilando já passou. - ela concordou com a cabeça

- Só da tempo a tempo, tudo isso é muito novo pra vocês.

Colega de quarto Onde histórias criam vida. Descubra agora