Colega de quarto

097

O caminho até Sabrina foi sufocante, eu ligava e ligava mil vezes e ela nunca atendia, e nem me mandava a localização. Eu não sabia nem por onde encontrar ela.

Tentei mais uma vez ligar pro seu celular e felizmente ela atendeu.

- Sabrina? Cadê a localização garota! - reclamei

- Sua amiga tá desmaiada no chão - uma voz fina ecoou pelo celular, mas era uma voz masculina - meu amigo tá ali tentando ajudar ela...

- Você poderia por favor me enviar a localização exata de vocês no meu whats?

- Claro, um minuto só gatinha. - ele disse e logo em seguida desligou a chamada na minha cara

1 minuto depois a localização foi enviada

Eu não estava muito longe do local, e em menos de 10 minutos cheguei lá

Eu via de longe Sabrina jogada no chão, ao redor dela tinham umas 4 pessoas e de canto um garoto com um celular na mão, deveria ser o que me atendeu.

Estacionei o carro de frente pra loja onde ela tava jogada e corri até ela

- Sabrina! Acorda meu Deus. - passei pelo meio daquele povo e levantei sua dando tapas nela.

- Ela não consegue acordar, já tem uns 10 minutos que a gente tenta. - a voz fina do celular entrou pelo meu ouvido

Me virei e vi ali o garoto parado do meu lado, com o celular na mão e me olhando com a maior cara de deboche

- Não sei o que fazer. - desabafei com ele -é a primeira vez que ela fica assim, ela sempre bebe e fica de boa

- Então ela deve estar sofrendo muito, porque lá na festa ela bebeu todas, subiu na mesa dizendo que ninguém amava ela e que os homens fugiam dela, deu maior show lá, tirou a roupa e tudo, e até pagou peitinho. - ele ria pro celular e eu notei que um vídeo rodava na sua tela

Puxei o celular da mão dele e pude ver a gravação de Sabrina muito louca na festa, fazendo tudo o que ele disse e até mil vezes pior.

- Apaga isso garoto, você por um acaso tem 15 anos? - entreguei o celular e revirei os olhos

Ele revirou os olhos pra mim e se agachou ao meu lado.

- Eu e meus amigos estamos aqui só pra ajudar tá? Se não fosse pela gente sua amiga tinha sido atropelada no meio daquela avenida.

- Ajudar? Até agora ela tá jogada no meio de uma calçada DESMAIADA - gritei com ele

- Calma aí porra, o Gabriel foi buscar álcool puro pra tentar acordar ela.

Um vento frio correu pelo meu corpo me fazendo arrepiar.

Aquele nome.

- Gabriel?

- Sim mano, é um dos organizadores aqui das festas. - ele deu de ombros

- entendi. - minha voz saiu tão baixa e tinha sido um susurro 

Eu tinha que ir embora

Não poderia encontrar com ele

Não quero me encontrar com ele

Não agora.

- Vou levar ela pro hospital, me ajuda a levar pro carro? - dei um pulo da calçada

- Calma aí, ele chegar

- Não posso mais esperar, vou agora! - disse autoritária

Ele não pensou duas vezes e carregou Sabrina até o carro pra mim. Colocou ela deitada no banco de trás e eu dei partida o mais rápido possível para um hospital próximo.