Colega de quarto

043

•Mari

Acordei com dor pelo corpo é uma dor de cabeça que tava pra levar minha alma.

Olhei no celular rapidamente e eram 15:00 da tarde, daqui a pouco todos íamos pro bloco.

Levantei com dificuldade e fui tomar um banho, entrei de cabeça e aproveitei pra lavar o cabelo logo.

Fiz toda minha higiene e rotina pós banho, coloquei um shortinho com uma regata folgada e fui até a cozinha atrás de remédio.

-Ih, acordou mal também ? - ouvi a voz de Arthur, ele estava comendo lá na cozinha

-mal nada, to só o pó.

-tem remédio aqui Oh.- ele me entregou uma caixinha de remédios

-valeu!

-o que a gente tanto fez ontem ein ? - ele indagou

- só lembro de vocês me jogarem umas 50 vezes na piscina, bebemos para um caralho também. - apontei pro gramado perto da piscina onde estava cheio de latinha e garrafa de bebidas.

-É, vai ver foi isso mesmo. - ele riu - quer comer ? Faço uma tapioca deliciosa viu.

-quem que recusa ? Se você tá dizendo, claro que quero.

Ficamos conversando enquanto ele fazia a famosa tapioca do "chefe Arthur" pra mim.

A galera ia acordando e descendo igual zumbi procurando por remédio também.

Acabou que todos acordaram e todos queriam a tapioca do Arthur, ajudei ele a fazer pra todo mundo e ainda fiz um café pra ver se animava a galera.

Todos estávamos só o pó da rabiola, mas do mesmo jeito queríamos sair às 18:00

-eu preciso descansar pra acordar saudável e ir pirar de novo! - Ana dizia

-quer descansar amorzinho? - Thomáz fez voz de bebê pra ela- vem que eu te levo- ele beijava ela e a carregou levando pro quarto, fizemos cara de nojo.

-Deus, se for de sua vontade sua filha está pronta! - Gabi brincou e rimos

-Oh o Dylan aí. - Arthur implicou

-chato, não fala mais comigo- ela fez birra e saiu indo em direção a piscina, logo depois Dylan foi atrás

-Vish, vai rolar uma dr louca agora viu - disse Arthur

-acho que não, eles estavam precisando conversar mesmo. -olhei para os lados e me dei conta de que a única pessoa que não desceu foi Gabriel- cadê o gabi?

-deve tá morto lá em cima.

-vou fazer uma graça- ele negou com a cabeça e riu- peguei a tapioca com o café e remédio e subir.

Entrei no quarto do Gabriel e ele estava lá na cama morto mesmo, cutuquei o mesmo que não mexeu um dedo se quer.

-Gabriel inferno! - empurrei ele que caiu da cama e levantou no susto

-ce tá doida mano ? - me encarou

-venho trazer café da tarde pra você e é assim que me trata ? - fingi estar triste

-foi mal! Mas não precisava me empurrar né ?

-você não mexeu o dedo enquanto eu enfiava o dedo no seu cu - brinquei e ele me encarou sério

-você enfiou o dedo em mim ? - ele me olhava assustado e eu não controlei a risada

-claro que não seu louco- eu não conseguia parar de rir

-besta! Posso saber o motivo desse agrado todo?

-nenhum, só vim te acordar porque 18 horas nós vamos sair lembra ?

-sei! Tava sentindo minha falta que eu sei...

-para de se achar garoto! - empurrei ele - come essa merda logo, seu remédio tá aí.

Mandei um beijo e sai do quarto, confesso que queria dar um mexida nele mesmo.

Quero ver se ele vai se comportar comigo aqui em Angra, principalmente hoje que to fazendo essas graças com ele.

Como minha mãe mesma diz, antes de entrar em campo você tem que aparar a grama.

•GABI

Ali sentada com os pés na água eu senti a presença de alguém logo atrás de mim.

Eu sabia que era ele, e eu estava esperando por isso.

-eai- ele se senta ao meu lado

-oi! - sorri simpática

-acho que precisamos conversar né ?

-na verdade, eu vou falar e você vai ouvir beleza ? - ele concordou - quero te pedir desculpas pela forma que te tratei ao você ir embora, foi totalmente errado e imaturo da minha parte, e hoje eu compreendo isso... sei que você não teve culpa alguma sobre o que aconteceu, a escolha não era sua.

-tá tudo bem, eu te entendo... acho que eu ficaria do mesmo jeito, enfim... amigos ? - sentia um deboche no seu tom

-ah fala sério! - puxei sua nuca e lhe dei um beijo.

-por essa eu não esperava! - ele ria

-senti saudade.

-eu também. - ficamos ali na beira da piscina juntos.