3 - parte 3

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PS: Dessa vez eu tinha esquecido a mídia...

rsrsrsrs

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Deixo o banho e observo as roupas que uma exagerada Olivia me enviou.

— Só se eu fosse trabalhar no puteiro onde Otto diz que o irmão trabalha para usar essas coisas — resmungo baixinho conferindo as rendas, decotes exagerados e calças que vão disputar um lugar com minha própria pele no meu corpo. — Fazer o quê?

Escolho um conjuntinho rosa, ele possui um short bem curto e uma blusa confortável e decotada, mas não é nada exagerado. Há anos não uso nada tão chamativo, posso ouvir a voz de Otto dizendo que isso é apelativo. De fato, é, mas enquanto observo meus seios ressaltados nesse decote, e me sinto de repente sensual, percebo que talvez o "apelativo" não seja sempre uma coisa ruim. Estou me sentindo apelativa, mas por saber que mereço ser olhada nesse decote.

Penteio os cabelos jogando-os para o lado e deixo meu quarto como se não estivesse usando nada demais. Procuro disfarçadamente por Theo, mas nem era necessário, onde mais ele estaria?

— Estou achando que você não quer ir embora daqui por causa da cozinha — comento me sentando em frente a ilha onde ele passa praticamente todo seu tempo.

Um sorriso está em seu rosto, ele abre a boca para responder, mas levanta os olhos para mim e não diz nada. Desvia os olhos do meu decote, finge não perceber que estou apoiada nos cotovelos exibindo-o para ele, engasga com o nada, vai mexer na panela e grita em seguida.

Ele queimou o dedo encostando na panela quente. Rapidamente me levanto e dou a volta pela ilha, ele reclama de dor enquanto lava o dedo na pia, e pego sua mão para ver o estrago. A lateral de seu dedo está bem vermelha, isso provavelmente está doendo e até preciso segurar a vontade de sair correndo antes de fazer o que faço.

Levo seu dedo em direção a minha boca, sopro usando os lábios avantajados que sei que tenho e em seguida, coloco seu dedo em minha boca, sugando-o devagar. Quando meus olhos encontram os seus, seu dedo ainda em minha boca, Theo tem a boca aberta, paralisado. Tiro seu dedo com a mesma lentidão com que o coloquei na boca e sopro de novo.

— Está melhor? — pergunto encarando-o.

— Eu, ah. Eu... — Ele se fasta e pega uma garrafa de água gelada na geladeira, bebendo-a toda de uma vez.

Volto ao meu lugar na banqueta e o observo.

— Bem melhor, obrigado — responde finalmente e volta a sua panela.

Acho que não me saí mal, mas também não me saí bem, já que ele está aqui agindo como se nada demais tivesse acontecido.

— Como você conheceu meu irmão? — pergunta.

Olivia disse que ele faria isso se ficasse incomodado. Tentaria me fazer lembrar que é o irmão do babaca que terminou comigo, para que eu me sentisse desconfortável. Mas na verdade, só sinto mágoa ao pensar em Otto.

— Minha avó é Constanza Volpato.

— Ah — ele diz como se isso explicasse tudo. — Você também é advogada, certo?

— Me formei em direito, mas ainda não prestei o exame da OAB.

— É mesmo? Por que não?

— Não sei, não me sinto confiante ainda.

— Meu irmão, seu ex-noivo, não ficou enchendo a sua cabeça para fazer isso logo?

— Ah não, ele parecia bem satisfeito que eu fosse assistente do sócio dele na empresa.

DEGUSTAÇÃO - O irmão ERRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora