Capítulo 8 : Dance comigo

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CONTINUAÇÃO...

O baile era amanhã. Kara pegou seu vestido com Sam alguns dias atrás, pendurando-o em uma roupa especial para ficar no pequeno quarto de Kara.

Sam estava certo quando disse que Lena passava a maior parte do tempo em seu escritório.

Os últimos seis dias foram muito improdutivos do ponto de vista de Kara. Na maior parte de seus dias, ela apenas lia na biblioteca, só descia quando Lena pedia para ela pegar alguma coisa. Ela parecia decidir que os deveres de Kara eram buscar suas coisas pelo castelo, entregar papéis e receber mensagens.

Lena falou muito pouco com Kara, claramente muito focada em seu trabalho. Kara manteve sua promessa de não deixar Lena saber que Sam havia contado a ela um pouco sobre seu passado, mantendo a informação trancada firmemente em sua cabeça, então não havia muito o que falar.

Kara tinha acabado de voltar de trocar uma carta com o falcoeiro que enviaria seus pássaros pela cidade como uma espécie de sistema de correio entre o castelo e a cidade abaixo. Ele pegou sua carta enquanto lhe entregava um pequeno pergaminho com um sorriso educado.

Voltando ao escritório no topo da torre, Kara silenciosamente foi até Lena enquanto ela se debruçava sobre um livro em sua mesa. Ela entregou o pergaminho com a mão esquerda, prestes a deixá-lo cair sobre a mesa quando de repente longos dedos finos envolveram seu antebraço.

Kara ficou tensa, olhos azuis abaixando para olhar para Lena. Ela estava segurando seu braço, olhando para as bandagens em seu pulso.

Um gosto amargo rapidamente encheu a boca de Kara ao reconhecer a ferida.

Parte dela culpava Lena pela marca, mas a outra parte sabia que era sua própria culpa por ser tão estúpida.

— Como você está se recuperando? — Lena perguntou de repente.

A pergunta pegou Kara desprevenida, franzindo as sobrancelhas em confusão.

—Uh... — Kara murmurou, sem saber como responder à pergunta. Ela se recusou a olhar para o ferimento, sempre virando o pulso para baixo quando o enfaixava com bandagens novas.

Lena deu um longo suspiro, entendendo seu silêncio.

— Posso olhar? — Os olhos de Kara se encontraram com os verdes enquanto ela olhava para Lena. Ela estava... perguntando a ela? Era um forte contraste com o tom exigente que Lena costumava usar ao falar com Kara.

— Uhm... Tudo bem? — Ela não sabia por que não estava dizendo não, mas, independentemente disso, era tarde demais para mudar de ideia. Lena começou a desembrulhar delicadamente as bandagens, tomando um cuidado estranho para ter certeza de que não estava machucando a pele macia.

Kara desviou o olhar, ainda se recusando a olhar para a marca. Ela sentiu o ar frio do escritório bater na pele ainda irritada, apertando os olhos com a sensação desconfortável. Ela podia sentir os olhos de Lena na ferida, procurando a pele carbonizada e borbulhante.

Cuidadosamente, Lena moveu o polegar para deslizar suavemente alguns centímetros acima da marca, tocando a pele anormalmente quente. A dor maçante fez Kara sacudir e ficar tensa, automaticamente tentando puxar seu pulso para longe. O aperto de Lena apertou seu antebraço, não permitindo que ela pegasse seu pulso de volta.

— Ei- — a voz de Lena disse em um tom afiado, — -Você vai se machucar. — Os olhos de Kara se abriram com as palavras, virando-se para olhar para o rosto de Lena. Ela deliberadamente não parecia mais baixa, não querendo ver a marca ainda.

Lena tinha um olhar genuíno em seu rosto, olhos cheios de uma ligeira preocupação enquanto seus lábios carmesim se inclinavam para baixo em uma carranca. Uma pequena ruga se aprofundou entre suas sobrancelhas enquanto elas se aproximavam. Ela manteve contato visual com Kara por apenas um breve momento antes de se virar para o copo de vinho com o qual ela estava brincando mais cedo.

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