Sea Of Hearts - Supercorp

Capítulo 4 : A Viagem

Resumo do capítulo: Kara e Lena vão para a Capitólio

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'Que raio foi aquilo?!' pensou Lena. A sensação de agitação em seu peito já estava desaparecendo, substituída pelo medo da emoção desconhecida. Era uma sensação tão estranha. Lena se recusou a admitir que ela realmente gostava do que quer que fosse aquela vibração quente.

Ela queria odiá-lo; evitá-lo e nunca mais sentir algo tão assustador. Lena sabia que algo estava terrivelmente errado. Ela estava começando a sentir algo além de raiva e amargura... E se isso significasse que ela estava perdendo seus poderes?

Lena olhou para onde o Leviatã desapareceu, apenas uma sombra enorme ao longe.

Kara estava liderando o caminho de volta, seu caminho ainda livre de água. Se a água ainda estava alta, então Lena não deveria ter que se preocupar com seus poderes como sua mente em pânico pensava. E se fosse apenas alguma anomalia estranha, e não um mau presságio? Provavelmente foi apenas um acaso em seu sistema.

A caminhada até a praia foi mais rápida, Kara obviamente zangada por terem que voltar para a pousada. Lena não poderia ter se importado menos – ou assim ela estava dizendo a si mesma – sobre como sua cativa se sentia. Ela iria com eles para o Capitólio, querendo ou não.

Ela era uma prisioneira pelo amor de Deus.

A caminhada foi silenciosa e, assim que voltaram para a pousada, Lena os levou direto para o quarto.

— Tente dormir. Temos duas horas até o sol nascer — Lena comandou com um tom mais frio. Kara franziu a testa para ela.

— Você não vai dormir? — Lena não voltou para a cama, em vez disso foi até a cadeira no canto do quarto.

— Eu não preciso dormir. O que eu preciso é que você pare de fazer perguntas e faça o que eu digo. — Lena bufou, chutando suas cabines enquanto se sentava. Kara parecia zangada enquanto caminhava para a cama vazia.

—Sim, capitã. — ela disse com uma falsa saudação antes de cair de bruços no final da cama.

Lena assistiu Kara chutar preguiçosamente suas botas antes de se enrolar na posição fetal. Não parecia a maneira mais confortável de deitar, mas Lena sabia que nunca iria relaxar completamente perto de seu captor.

Demorou um pouco para Kara, mas eventualmente Lena podia ouvir sua respiração lenta em um ronco silencioso. Seu rosto estava relaxado, as pernas começando a se esticar levemente. Lena olhou para ela, tentando descobrir se havia algo de especial em Kara.

Ela era linda - mesmo com o corte doloroso na têmpora - e Lena podia dizer que ela parecia ser uma pessoa moralmente boa de coração; um contraste gritante com a própria Lena, que havia feito tanta bagunça em sua vida que praticamente nada a incomodava.

O coração puro de Kara era realmente o suficiente para fazê-la de repente começar a sentir novamente? Lena sabia que a fração de segundo de emoção que ela sentiu menos de uma hora atrás - felicidade - não deveria ser tão alarmante, mas... Quando você não sente nenhuma emoção positiva há sete anos, é bastante alarmante.

Lena observou Kara dormir, tentando ver se olhar para ela a faria sentir algo. Por fim, o sol surgiu bem no horizonte, brilhando através das janelas. Eles lançaram encantadores raios de luz empoeirados sobre a capitã naval, suavizando suas feições.

Houve uma batida na porta, fazendo com que Lena de repente desviasse o olhar de Kara. Em vez de deixar a pessoa na porta entrar, Lena calçou as botas e saiu ao encontro de quem bateu.