Pov. Jungkook
Meu pé doía e minha roupa estava molhada, que ótimo. Encarei a pessoa que estava em meus braços, era uma moça, com uma máscara com fundo preto e desenhos dourados formando um estilo gatinho, consegui reparar em seus olhos, era coreana ou pelo menos descendente. Estava usando uma lente de contato dourada combinando com a máscara.
Ficamos nos encarando ali por um momento, como dois idiotas em cena de filme romântico. Não conseguia explicar mas fiquei preso em seus olhos sentindo meu coração bater forte e minha barriga formigar. A moça coçou a garganta quebrando o silêncio que parecia ter consumido o salão todo, como se tudo em volta tivesse parado e voltasse agora. Cocei a garganta também, voltando a mim e foi a pior decisão. Quando notei que meus braços circulavam seu corpo e que suas mãos estavam, uma pousada em meu peitoral e a outra segurando meu braço, estremeci. Meu rosto esquentou na mesma hora.Ergui a moça rapidamente e sem muita delicadeza, ouvindo a sugar o ar discretamente pelo susto.
— M- Me desculpa. — fiz uma reverência desajeitada, e ela fez o mesmo, resultando em nossas cabeças colidindo com força. Reclamamos de dor colocando a mão na cabeça ao mesmo tempo. — Desculpa de novo. — choraminguei.
— Desculpa também. — pediu a moça entre risadinhas. — Eu não vi você. — ela sugou o ar de repente, já imaginei que ela tivesse me reconhecido e que em logo seguida viria o “JUNGKOOK DO BTS!!” — A sua roupa! Me perdoa! — pediu e depois pegou um guardanapo e começou a passar em meu terno. Levei um susto e dei um pulinho pra trás com o toque repentino da garota, travei ali mesmo.
— Aish! — reclamou ela. — Não vai sair tudo, me desculpa. — apenas assenti, porque havia perdido o dom da fala, garotas me deixavam nervoso. Ela me encarou. — Tudo bem?
— T- Tudo, desculpa pelo... Pelo empurrão... — falei timidamente.
— Ah, tudo bem, foi sem querer. — ela sugou o ar de novo, me assustando mais uma vez e me fazendo pular pra trás de novo. — Eu pisei no seu pé também! Me desculpa por isso também. — foi só ela abrir a boca que meu pé começou a doer, porra.
— Está tudo bem, deixa pra lá. — resmunguei pela dor recém descoberta do pé. Estava sozinho, em solo estadunidense, com o Blue Comet no mesmo lugar, agora molhado e com dor no pé, não podia estar pior.
Olhei em volta tentando encontrar os meninos e percebi que a moça ainda me encarava. Ficamos nos entreolhando por alguns segundos.
— Você parece meio... perdido. Preciso de ajuda?
— Ah, eu queria achar meus amigos.
— Quem são seus amigos?
— São o... — um barulho alto de batidinhas no microfone me impediu de continuar, meus olhos varreram o local em busca de onde vinha o som, era do palco. Uma moça loira de vestido justo, longo e branco estava ali com o microfone na mão.
— Boa noite caros convidados! — anunciou em inglês. — Recebemos uma grande surpresa agora pouco! O mais novo grupo de kpop queridinho de todos irá fazer uma apresentação para nós está noite! — gritou animada. Minha cabeça tombou para o lado, fiquei confuso. Ninguém havia me dito que iriamos performar hoje, será que os meninos sumiram por isso? Impossível, eles não iriam se apresentar sem mim, não teria nem sentido. — Com vocês... Blue Comet! — acho que “a” definiria bem o que senti. Os aplausos logo vieram e o sorriso metido de Choi Hye surgiu em meu campo de visão assim que o mesmo entrou no palco acompanhado do resto dos membros, todos com roupas e máscaras em tons de auzl, preto e branco. Minha cara fechou na hora.
— Ele é muito exibido. — resmungou a garota ainda do meu lado, a olhei enquanto ela encarava o palco e balançava a cabeça em tom de reprovação, soltei um risinho nasal. Consegui notar agora o longo cabelo escuro da moça, era muito bonito, o comprimento chegava até o final da coluna com as pontas onduladas.
A performance do Blue Comet começou me fazendo revirar os olhos, a moça se virou e saiu andando. Meu desespero para não escutar aquela voz irritante de Choi Hye foi tão grande que acabei seguindo a moça.
A garota foi até uma área descoberta do andar de cima, uma sacada na verdade, que tinha a mesma decoração do salão. Haviam algumas mesas e alguns bancos brancos perto da grade de vidro que foi onde a garota se sentou, fiquei em pé atrás do banco.
O lugar estava vazio, imaginei que fosse pelo lugar ser aberto o que aumentava o risco de algum paparazzi tirar alguma foto, e o lugar era relativamente alto.
Ficamos ali alguns minutos, apenas curtindo a vista dos prédios iluminados e coloridos.
— Bonito aqui, né? — comentou a garota.
— Muito... — concordei e saquei o celular do bolso, precisava registar aquele momento.
Tirei algumas fotos da paisagem, do céu, dos prédios... Me afastei um pouco para arrumar um enquadramento melhor. Estava perfeito, encaixando todos os detalhes queria, o céu escuro, a grade da sacada, os tais prédios ao fundo dando cor a foto e... A moça. Estava de costas para mim, o cabelo escuro voando delicadamente pelo vento fraco, seu celular estava erguido com a câmera apontada para vista. Não me contive e tirei uma foto mesmo sem pedir sua permissão. Analisei a foto, e amei.
A moça guardou seu celular e continuou olhando para frente, pensei em me sentar ao seu lado e isso me deu frio na barriga de nervosismo. A garota de repente me olhou, paralisei ali mesmo, ela deu um sorrisinho, foi um pouco mais para o lado e deu tapinhas no banco me convidando para sentar ao seu lado. Engoli seco, cocei a garganta e me sentei.
Passamos mais um tempo apenas admirando a paisagem e o clima. Meus olhos encararam a garota de canto e finalmente notei o longo vestido dourado levemente armado que ela usava.
— Meu irmão que me deu. — disse ela me fazendo encará-la confuso. — O vestido. — ela me olhou. — Você estava olhando o vestido.
— Ah... — respondi sem graça. — Desculpa. — endireitei a postura e olhei para frente, ouvi ela dar uma risadinha.
— Você é tímido né?
— Um pouco. — soltei um risinho e ela fez o mesmo.
— Está tão calmo aqui... Tão quieto... É bom ter um pouco de silêncio depois de tanta barulheira.
— É verdade. — levei aquilo para mais além, gostava da minha vida agitada, mas também amava e valorizava de verdade esses momentos de paz, mesmo que as vezes eles não durassem muito.
Depois de algum tempo começamos finalmente a conversar, apenas sobre coisas banais, o baile, a vista, a cidade, mesmo que não estivéssemos nos aprofundando em algo mais sério, como nomes ou idades, a conversa estava agradável e leve, dando uma sensação boa de estar ali com ela. Fomos interrompidos pelo o som de uma música lenta invadindo o ambiente, agradeci mentalmente por terem ligado as caixas de som daqui depois que a porcaria do Blue Comet calou a boca.
— Hmmm... — murmurou ela olhando em volta e depois para mim. — Estamos em uma baile... Que tal me convidar pra dançar? — arregalei os olhos, senti mais um frio na barriga. Ela se levantou sem desviar o olhar de mim, e estendeu sua mão. — Não quer?
— Quero. — respondi rápido sem pensar e me levantei num pulo, ela soltou uma risadinha. Cocei a garganta e estendi minha mão também, um pouco trêmula até. A garota olhou para ela e depois encarou meus olhos, fiz o mesmo, sendo prendido mais uma vez por aquele olhar. Ela segurou minha mão me causando arrepio no corpo todo, acompanhado de meu coração batendo forte e minhas pernas ficando moles. Foi simplesmente uou... Pude reparar em uma pulseira dourada delicada brilhando no pulso da moça.
A garota me conduziu para o meio da sacada, onde não tinham mesas e parou diante de mim, fiquei ali imóvel. Ela pegou minha mão livre e a pós em sua cintura fina, engoli seco e segurei, sua outra mão foi até meu ombro juntando mais nossos corpos.
Começamos a dançar no ritmo da música lenta, sem desviar nossos olhos um do outro... Aquilo estava perfeito, calmo, tranquilo, confortável e até seguro, estranhamente.
Em um ato involuntário e quase que automático de ambos, colamos nossas testas e fechamos os olhos sentindo nossas respirações se misturarem, seus braços contornaram meu pescoço me fazendo circular toda sua cintura com os meus a puxando levemente para mais perto de mim. Aquilo estava me causando uma das melhores sensações da minha vida, queria que durasse pelo mais tempo possível, mas infelizmente... O celular dela tocou.
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Like a Comet
FanfictionUm novo grupo surge conquistando o coração do público, o Blue Comet! Alcançando marcos que antes só o BTS havia alcançado. Um rixa cresce não só entre os fandons, Armys e Stars, mas também entre os dois grupos e suas empresas. Porém, um romance vem...