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O Z  — apelidei-o assim porque parece mesmo nome de robô — sorriu e foi aí que me derreti ainda mais

—Caramba, Heinz, eu vou te matar, que robô gato dos infernos! — disse e ele gargalhou. 

—Gatos são animais felinos que apresentam comportamento...

—Heinz, tem como desativar a função de Wikipedia? — perguntei enquanto ele ainda descrevia o que era um gato.

—Tem sim, ainda estou fazendo uns ajustes. 

Enquanto Heinz mexia no robô através do seu smartphone analisei aquela obra de arte em minha frente. 

—Heinz?

—Sim? — ele respondeu ainda focado no sistema do robô. 

—Esse robô é bem humano, não é? 

—Fisicamente idêntico.

— Ele tem... Você sabe... Aquilo? 

—Tá me perguntando se eu coloquei genitália no robô, Skye? — ele perguntou rindo.

—Não me constrange que eu estou sendo sua parceira de crime aqui. — disse indignada. 

—Ele é completamente idêntico ao ser humano, e claro que fiz tudo com toda precisão. — ele disse mexendo no telemóvel e sorri. —Vou buscar o meu caderno de anotações para você prestar atenção quando o levar. 

—Levar? Vou levar o robô para casa? 

—Claro! Quero saber como ele vai reagir em ambientes diferentes, sem minha presença ou qualquer coisa. — ele disse e olhei para o robô.—Já volto.

Heinz saiu rapidamente e a porta fechou sozinha devido o sistema de segurança. Soltei um suspiro e voltei a olhar o gatão. 

—Então, Z, quer dizer que você tem um pênis? — eu perguntei rodeando ele.
—Sim. — ele disse sem nenhum tipo de emoção na voz. —São vinte e dois centímetros.

Abri um pouco a boca e tentei achar o que dizer, mas caramba, nem precisava né? 

—Hm... E o Heinz já te usou com alguém? 

—Não, Skye, fui programado para amar, mas não há registros de ninguém em minha memória.

Sorri e então o robô retribuiu quase como se entendesse o que se passava. Os botões sensoriais que Heinz usou mudariam a história da ciência para sempre. 

—Você se ofenderia se eu desse uma olhada no seu corpo? — perguntei e o vi franzir o cenho.

Caramba, ele é tão real que me assusta!

—Não fui programado para me ofender, Skye. Pode fazer o que quiser comigo. 

Sorri de lado e então toquei aquele rosto tão bonito sentindo a pele que de artificial não tinha nada, mas ainda sentia a ausência de cheiro nele. Isso obviamente o fazia diferente. 

Deslizei os dedos pelo seu pescoço e então fui até a parte de trás dele, vendo o zíper de sua roupa especial para suportar a pressão da câmara. Desci o zíper até a sua bundinha - que era tão real quando todo o resto - e sorri ao ver que seus traços eram precisos até nos músculos.

Abaixei sua roupa até a altura da sua barriga e fiquei de frente com ele. O corpo era lindo, tão real e de pele tão alva que parecia convidativa ao toque. 

—Posso tirar o resto, Skye. — ele disse e ri.

—Não precisa, Z. Podemos ver isso na minha casa. 
—Como quiser. 

Ouvi a porta abrir e logo Heinz soltar um de seus gritinhos baixos de indignação por ver seu robô gato de abdômen a mostra.

—Ele é muito real, Heinz.

—Tá, mas se for transar com ele, transa na sua casa, Skye, não sou obrigado. — ele disse rolando os olhos e ri.

—Sexo. — o robô confirmou e tanto eu como Heinz franzimos o cenho.

Até que o robô caminhou até onde eu estava e me pegou pela cintura com força. Arregalei os olhos com aquilo e logo vi a feição dele passar de indiferente para provocadora.

—Tô achando que seu robô quer fazer sexo comigo aqui, Heinz.

—Ele obedece seus comandos, Skye, manda ele parar.

—Z, eu quero que pare. — disse e então senti o toque dele cessar imediatamente. 

Poderíamos trocar todos os homens do mundo por robôs como esse? Pelo menos ele entende que não significa não. 

—Eu te amo Heinz. — disse e ele riu. 

—Vai amar mais quando souber as velocidades em que esse robô consegue... Opa, eu acho que falei demais. — ele disse e gargalhei. 

—Você vai me matar!  

—Não, Heinz é um bom homem, homens bons não matam. — o robô disse e sorri.

Um "homem" ingênuo era a coisa mais doce que eu poderia ver em toda minha vida, ainda mais quando une a inocência com essa beleza.

—Skye, aqui estão minhas notas, não deixa ele no chuveiro por mais de quarenta minutos, os circuitos podem dar pane por causa da pele que absorve. — ele disse me entregando um pequeno caderno e sorri. 

—Claro! Pele real, absorção real. Você é genial, Heinz! — disse e ele sorriu. 

—Também não deixa ele sozinho por muito tempo com outra pessoa, ainda estou ajustando isso, mas ele pode começar a obedecer os comandos de quem está com ele. 

—Okay. 

—Por favor, dê a minha obra prima todo o amor do mundo, porque preciso saber se ele vai funcionar. Trabalhei nesse projeto por tantos anos escondido e não quero que nada dê errado. O futuro da ciência está nas suas mãos. 

—Sem pressão, né? — eu disse e ele riu. 

—Claro, sem pressão. 

Sorri e me coloquei frente a frente do robô que me olhou e sorriu educadamente. Mais realista do que eu sorrindo.

—Então, Z, vamos para minha casa? 

—Vai querer que eu mostre meu pênis lá, como disse? — ele falou e arregalei os olhos. 

—Skye sua ninfeta! Ele acabou de nascer! 

—Para Heinz! E para de me constranger Z! — disse e o robô olhou para ambos os lados confuso. 

—Vai logo! —Heinz disse animado e sorri. 
Estendi a mão para o meu mais novo companheiro — quem sabe até amante — e ele a pegou devagar. 

*** 
Entrei em casa segurando a mão do Z e o vi olhando atentamente cada detalhe do apartamento como se estivesse tentando reconhecer. 

—É um lugar novo e você vai morar aqui comigo por tempo indeterminado. Entende? 

—Entendi Skye. — ele disse e sorri. 

—Você quer comer alguma... 

—Eu não como. Sou um robô, Skye. — ele disse e eu ri.

—Eu esqueci, senta! — disse calma, mas ele não sentou.  

—Você disse que quando chegássemos queria ver o meu pênis. — ele disse e ri de nervoso. 

Bem, vocês viram, huh? Ele que está se oferecendo.

Metalic CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora