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Durante toda a noite eu acabei bebendo bastante e fiquei meio alegre, se é que você me entende. Mas não o suficiente para passar vergonha, apenas estava rindo da respiração de Daniel. 

— Quer que eu peça um táxi no seu telemóvel? — Z perguntou. 

— Já? Fica mais! — Dan pediu, rindo tanto quanto eu. 

— É Z! Vamos ficar amor! — pedi segurando seu rosto entre mãos e ele desviou o olhar. 

Franzi o cenho um tanto confusa com o seu gesto, porque ele só fazia isso quando estava decepcionado comigo ou alguma coisa assim. Mas posso garantir que não dei motivo algum. 

— Está bravo comigo? — perguntei baixo e ele negou com a cabeça. 

Notei que toda essa estranheza dele se deu depois da conversa que teve com Heinz, apesar de ter chegado a sorrir para fingir que estava tudo bem. Zander era programado, mas não conseguia me enganar. 

— O que houve? 

— Nada. — ele sorriu.

— Está mentindo? — perguntei só para ele e seus olhos pararam no meu copo. 

— Não. 

— Então fala para mim. — pedi, mas ele nem se moveu — Me conta o que... 

— SKYE! NOSSA MÚSICA! —Heinz gritou e notei que estava muito bêbado. 

God is a Woman começou a tocar e Heinz me puxar como se eu fosse uma boneca de pano, não consegui tirar meus olhos de Zander, mas ele deu uma risada sincera e aquilo acalmou um pouco meu coração. 

— Quero vê-la dançar. — Zander disse e ri. 

— Não ria! Eu estou levemente alterada! — me defendi e ele assentiu. 

Eu e Heinz levantamos e começamos a passar vergonha, porque se for para ter amigos e não ser expulso dos lugares eu nem quero ter. Começamos a cantar e fazer uma coreografia desastrosa ao ritmo da música.  Z ria sincero e aquilo acalentava meu coração.  Daniel decidiu se juntar a nós, só que sua dança hétero fazia até perder a graça. Chamei Zander com o dedo indicador e dei uma piscadela, mas ele negou com a cabeça. 

— Vem amor! — supliquei e ele negou de novo. 

— Não. — ele disse e fiz cara de indignada — A mesma resposta que me deu quando quis comer seu rabo. 

Ele falou alto demais e pude ouvir os berros de Heinz e Daniel soarem em meu ouvido enquanto eu desejei ser uma avestruz e enterrar a minha cabeça em algum buraco nesse chão. 

— Z, não faz isso comigo meu amor. 

— Mas eu nem fiz. Você disse que meu pau era grande demais para anal. — ele disse novamente alto e desisti da minha vida. 

Não conseguia mais ouvir a música, eram apenas as risadas de Daniel e Heinz soando e apontando para mim, chamando também a atenção de outros clientes daquele bar.  Posso me jogar da ponte? 

— Acho melhor pedir um táxi para nós. — disse e Zander franziu o cenho confuso.

— Achei que queria ficar. 

— Não depois dessa vergonha. — disse constrangida e sentei na perna de Zander pedindo o carro pelo aplicativo. 

Heinz continuou a dançar e Daniel sentou em frente a nós dois. Nesse instante senti Zander levantando e me deixando sentada na cadeira sozinha, o que me fez franzir o cenho em completa confusão.

— Zander, o que... 

— Eu vou ao banheiro. — ele disse, mas que porra?. 

— Zander, você nem usa banheiro. — disse baixo e ele desviou o olhar. 

— É rápido. — ele disse e antes que eu dissesse algo, saiu. 

Tinha algo muito estranho acontecendo com ele e de um jeito ou de outro eu iria descobrir. Daniel serviu nossos copos com um pouco mais de chopp e pensei em negar, mas ele fez uma cara de pidão e me rendi. 

— Segunda eu posso levar voluntários para testar as substâncias se quiser. — ele disse sentando ao meu lado. 

— Sério? 

— Seríssimo! — ele riu e o acompanhei

— Você é muito inteligente Skye, fico surpreso de não ter dominado o mundo ainda. 

— Essa é a função do Heinz depois do Zander. — disse rindo e ele me acompanhou. 

— Você poderia dominar com mais competência. 

— Por quê? — perguntei confusa e ele sorriu se aproximando mais. 

— Porque além de inteligente é linda. 

Abri a boca algumas vezes notando que o elogio dele tinha mais do que educação dessa vez e os seus olhos estavam fitando os meus lábios com uma serevera intensidade. 

— Daniel, eu acho que... 

— Shhhhh... — ele pediu e colocou o dedo entre os meus lábios. 

Eu sei que deveria fazer algo agora, mas eu simplesmente paralizei e só me dei conta do que estava acontecendo quando Daniel pressionou os seus lábios nos meus. Eu estava de olhos arregalados e não mexi um músculo.  Tomei consciência daquilo e o afastei rápido, completamente desconsertada e surpresa por ele ter me beijado sabendo que Zander— o meu namorado robô — estava aqui. Ainda que não estivesse, isso não foi certo. 

— Daniel! — exclamei indignada. 

— Desculpa, eu... — ele continuou a falar, mas a minha atenção se voltou para Zander que estava de pé na porta do banheiro masculino observando tudo. 

Meu coração se partiu em mil pedaços e senti que ele iria me odiar, que iria parar de falar comigo como fez quando o escondi da minha mãe. Estava pronta para chorar aos seus pés, mas ao contrário de tudo que pensei, ele sorriu.  Isso me doeu mais do que se ele tivesse gritado na minha cara.

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