20

44 11 6
                                    

Como se soubesse que eu precisava de "mais", Zander acariciava cada pequena parte do meu corpo com ternura, me dando a plena sensação de que aquilo era real, que ele estava ali e que não iria embora. 

Eu esperava muito que nunca fosse.  Ele me pegou no colo com firmeza e sorriu, me fazendo admirar sua inconstestável beleza e acariciei seu rosto cuidadosamente. 

— Podemos fazer foda no chão? — ele perguntou e ri. 

— Onde você quiser. — sussurrei. 

— Podemos fazer na recepção? — perguntou com os olhos arregalados, como se quisesse aquilo e ri.

— Onde quiser e que ninguém possa nos ver. — disse e ele fez um bico triste, me fazendo rir

— Você é incrível. 

Zander sorriu e me deu um beijo breve antes de me guiar até a sala e deitar meu corpo com cuidado no tapete e logo ficar por cima de mim.  Suas mãos — que agora, estavam mais habilidosas do que quando começou a existir — tocaram minha cintura e apertaram o local de uma forma intensa, me fazendo arfar pesado.

— Eu já estou pelado. — ele disse confuso e ri. 

— Sim meu amor, facilita bastante. 

— Gosto disso. — ele disse tranquilo e então começou a desabotoar minha blusa com tamanha atenção que parecia um cirurgião exercendo sua função. 

Seu olhar passeou pelo meu corpo e ajudei-o na tarefa de retirar a minha blusa, mas ele não parava de encarar o meu busto e fiquei até levemente envergonhada. 

— Algo errado? — perguntei. 

— Seus peitos. 

— Hã? — disse ainda mais perdida e ele começou a apalpar-me como se os estudasse. 

Ok.  O que está a acontecer aqui?

— Eles estão maiores. — ele disse e ergui a sobrancelha. 

— Zander? 

— Você está gravida! — Zander disse com os olhos arregalados e entalei-me com a minha própria saliva. 

Mas que merda

— O que você está falando? —disse incrédula e ele colocou as duas mãos no rosto, com a boca aberta. 

Estava parecendo o quadro O Grito

— Eu vou ser pai! Mestre Heinz vai ser avô! — ele levantou e parecia que tinha tomado gasolina. 

Estava exageradamente excitado — no sentido não sexual da coisa — e olhava para todos os cantos do apartamente completamente perdido, com seus olhinhos castanhos arregalados.  Juro que não fazia ideia de como essa ideia estapafúrdia culminou na sua mentezinha de robô. 

— EU VOU SER PAI! — ele gritou animado e riu. 

— Zander, espera... 

— O nome dela vai ser Skyder! — ele disse e abriu a boca — Que nome bonito! É a junção dos nossos nomes! 

Ok, eu não sabia se ria ou chorava.

— Zander... 

— Eu posso trocar a fralda do xixi, mas sobre cocô não parece nada bom de acordo com os meus arquivos. — ele disse e fez uma careta. 

Gargalhei e então sentei no tapete, voltando a abotoar a minha blusa e pensando em como iria explicar que aquilo era impossível.

— Se for muito chorão podemos dar para a adoção? — ele perguntou confuso, como se falasse sério mesmo e arregalei os olhos. 

— Zander, me escuta! Okay? — disse um pouco mais firme para chamar a sua atenção e ele assentiu. 

Respirei fundo e peguei em sua mão, puxando-o para o sofá e sentando sobre sua perna esquerda, envolvendo seu pescoço e acariciando suavemente os seus cabelos da nuca. 

— Não estou grávida. — disse baixo e ele balançou a cabeça negativamente como se não acreditasse em mim. 

— Como não? Seus peitos estão maiores! Isso é lactação, um processo biológico do seu corpo que gera leite para que você possa...

— Z, eu sei o que é lactação meu amor. — disse compreensiva, mas ele parecia nem mesmo me ouvir. 

— Você está grávida Skye! 

— Não Z. 

— Sim! 

— Isso pode ser só... 

— Você anda chorando sem motivos e comendo como um mendigo. — ele disse como se fosse a coisa mais no mundo e o olhei incrédula. 

— Primeiro, que eu não como igual a um mendigo! — disse e ele riu — Para! 

— Come sim. 

— Mas... 

—  Você come biscoito recheado, com iogurte, pipoca de microondas e refrigerante. — ele disse e fez cara de nojo. 

— Ah, não faz essa cara! Você nem come para saber se é bom! 

— Segundo meus dados, não é uma mistura muito boa.— Você não quer ter um bebê comigo? — ele me cortou com um olhar tristonho e semblante desapontado. 

Confesso que o meu coração derreteu completamente com aquela carinha que ele fez e tive que respirar profundamente antes de formular bem a forma como iria contar-lhe que isso era uma utopia. 

— Zander, eu e você não podemos ter um bebê. 

— Claro! Só você tem vagina e ele sai por aqui. — Zander disse e colocou a mão na minha intimidade, me fazendo arregalar os olhos. 

— Não é isso, é que... 

— Que? 

— Você é um robô. — disse e ele assentiu. 

— Eu sei. — ele riu.

— Para fazer bebês, é necessário espermatozóides e óvulos. — disse pausadamente e ele franziu o cenho, mas logo pareceu se situar. 

— Você não tem óvulos? — ele perguntou e quis bater em mim mesma. 

— Zander, você não produz nenhum tipo de secreção humana. — disse e o mesmo me estudou por alguns segundos. 

Até que seu olhar foi parar no chão e só então notei que ele havia de fato entendido o que eu quis dizer. E, infelizmente, ele pareceu ficar abatido. 

— Eu não posso? 

— Não. — disse baixo, acariciando seu rosto. 

— Eu e você nunca vamos ter um bebê? — ele perguntou meio cabisbaixo e abri a boca algumas vezes para tentar dizer algo, mas Zander negou com a cabeça

— Tudo bem Skye.

Zander me deu um sorriso — nada feliz — e me retirou de seu colo com cuidado, levantou e voltou para a cozinha ficando de costas e voltando a bater o bolo sem dizer nem ao menos uma palavra. 

Santo Einstein!

Metalic CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora