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Estava suada, ardida e satisfeita como nunca antes em toda a minha vida.

Meu corpo ainda sentia vestígios do último orgasmo e posso dizer que perdi a conta de quantos tive.  Zander ficou de pé assim que terminamos a — provável — milésima transa da noite e franzi o cenho observando-o parado ali.

—O que está fazendo aí?

—Quer de novo? — ele perguntou animado e ri.
Um sonho, huh? 

—Acho que não aguento mais por hoje. — disse rindo e ele sorriu. 

—Gostou? —ele perguntou e sorri. 

—Muito. Mas por que está em pé aí? 

—Onde devo ficar? 

—Aqui, ora. — disse e ele franziu o cenho.

—Deite ao meu lado Z. 

O vi assentir uma vez e caminhar devagar até o lado da cama. Os seus movimentos ainda eram muito automáticos, mas o que esperar de um robô?
Além de quê, com tantas qualidades, não me importo de vê-lo andar um pouco duro, huh?  Zander encontrava dificuldades para se arrumar na cama, então fui até ele e o ajudei a deitar. Ele sorriu e disse obrigado. 

—Posso deitar em seu peito? — perguntei. 

—Não precisa pedir autorização Skye, pode fazer o que quiser comigo. — ele disse e sorri fraco. 

Deitei sobre seu peito macio e observei atentamente o quarto perdida em pensamentos sobre ele e como isso era uma loucura.  Uma loucura muito boa.  Notei que ele não se movia e ainda senti a falta do barulho de seu coração batendo, e era estranho adaptar-me com isso. 

—Você não respira? 

—Sou um robô Skye. — ele disse e suspirei. 

—É. Eu sei. 

—Se você quiser posso imitar o movimento. — ele disse e sorri fraco.

— Não precisa. — disse baixo. 

—Gostei da foda. — ele disse e ri. 

—Eu também gostei Z. Você faz isso como ninguém. 

—Posso fazer de todos os jeitos que você me mandar. — ele disse calmo e sorri. 

—O que mais sabe fazer? 

—Em meus arquivos de memória tem receitas, violão, músicas do Michael Jackson e piadas. 

—Sabe contar piadas? 

—Acho que sim. 

—Então conta uma. — disse rindo.

—Tudo bem. 

—Vai lá. 

—Lá onde? — ele perguntou e gargalhei. 

—Não Z, é no sentido figurado. É só para que você comece a fazer o que iria fazer. — disse e o ouvi rir fraco.

—Sabe por que os robôs não sentem medo? 

—Não, por quê? 

—Porque eles têm nervos de aço.

Eu não acredito nisso!   Por mais idiota que isso fosse, eu não me aguentei e gargalhei alto por longos minutos, e para minha surpresa Zander me acompanhou e não sabia se continuava rindo ou admirava o seu sorriso lindo. 

—Tenho mais algumas, quer que eu continue? — ele disse e ri. 

—Okay. 

—O que a mulher do Einstein disse quando ele tirou a roupa na lua de mel? 

—Ah não... O quê? — perguntei já me arrependendo. 

—Nossa, que físico. — ele riu e eu tive que rir da sua risada. 

—Zander, chega de piadas por hoje.  —Afirmativo. — ele disse e sorri.

Voltei a acariciar o seu abdômen enquanto ainda sentia a estranha falta da respiração e do coração batendo, mas tentei ignorar isso. 

Ele era extremamente agradável e isso não diminuía o quão bom era, não é?  Senti o sono chegando e a sensação extremamente macia da pele do Z em mim me fazia amolecer ainda mais. Não demorou muito até que meus olhos se fechassem. 

*** 
Acordei com a luz do sol na minha cara e assim que abri os olhos dei um grito de susto ao ver Zander em pé na porta com os olhos fechados.  Caralho, que susto da porra! 

—Z! — chamei, mas não obtive nenhuma resposta. 

Arregalei meus olhos e levantei da cama num pulo ainda nua e corri ao seu encontro, tocando sua pele e vendo que ele não se mexia por nada nesse mundo. 

—Zander! Pelo amor de Deus! Fala alguma coisa! 

Nada!

Corri até o meu telefone e liguei desesperadamente para o Heinz com medo do que merda tinha acontecido com o Z.  Pelo amor de Einstein! Esse robô é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, ele não pode simplesmente dar pane ou pifar! 

—Alô? Skye? O que houve? Deixou o Z cair no poço do elevador? Eu te disse pra tomar cuidado, sua doida! Meu Deus do céu!

—Não! Eu não deixei! — disse desesperada.

—Então o que houve? 

—Ele apagou,Heinz! Precisa me ajudar! Ele não acorda! Por favor! — disse desesperada. 

—Eu vou te matar, Skye! 

—Vem logo, por favor! 

—Tô saindo agora! Se você estragou o futuro da humanidade, eu te mato com uma faca de manteiga! — ele disse e grunhi. 

Desliguei o celular e voltei a olhar para o Z apagado e me senti triste, quase como se alguém tivesse morrido.

Ele precisa funcionar.

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