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Adentrei o quarto e encontrei Zander arrumando as suas novas roupas em uma pilha perfeitamente alinhada e sorri fraco.

—Vou abrir um espaço no meu guarda-roupas para você. 

—Característica de namorados e casados. — ele disse ainda focado em dobrar suas roupas e franzi o cenho. 

—Podemos conversar agora?

Zander então parou o que estava fazendo e me encarou atentamente sem demonstrar nenhum vestígio de deboche ou ironia sobre estar me dando gelo por querer um relacionamento. 

Um robô esperto demais e ao mesmo tempo tão ingênuo que me deixava confusa como nunca antes.  Sentei na cama e pedi baixo para que sentasse também, ficando frente à frente comigo. Respirei fundo e mentalizei o que dizer. 

—Zander... 

—Seus batimentos estão acelerados. Pretende dizer algo ruim. — ele disse baixo e suspirei.

—Bem... Eu estou gostando tanto de estar com você, do seu toque, dos seus beijos e de fazer foda com você. — ri fraco e toquei seu rosto que me era tão perfeito que assustava.

—Mas namoro é algo tão diferente. 

—Não é. Tudo que faz comigo é namoro, você só não quer estabelecer um termo exato para isso. 

—Zander, você é um robô! — disse e ele piscou lentamente ainda me encarando atento. 

—Sim.

—E eu sou humana.

—Sim. 

—As coisas entre nós talvez não funcionem em um namoro. 

—Mas funcionam quando quer que eu fique ereto. — ele disse inocentemente e sorri.

Era ingênuo e adorável demais para conseguir lhe dizer não. Zander era exageradamente perfeito, desde a sua aparência milimetricamente calculada e humana quanto ao seu modo de agir e falar.

—Namorar com você significa que eu vou ser só sua e que não poderei encontrar outras pessoas. 

—Você quer encontrar um humano? Eu posso agir como um. Você gosta de respiração, eu posso imitar o movimento sempre! — ele disse parecendo preocupado e sorri.

Como dizer não para alguém tão doce e flexível que estava disposto a fazer o necessário para me agradar?  Mas era uma loucura aceitar isso.  Eu não teria filhos, não casaria de verdade, nem mesmo sei se poderia apresentá-lo aos meus pais. 

O que diriam se soubessem que estou namorando com um robô? Que sou uma louca? Que ele é um daqueles projetos assustadores?  Não era. Zander era muito mais que isso e eu gostava tanto de estar com ele que não podia cogitar a ideia de feri-lo. 

—Você quer ser meu namorado mesmo? 

—Muito Skye. — ele disse sem expressar muitas emoções e suspirei. 

—E se me magoar? — disse divertida e sorri.

—Como disse, sou um robô. Farei apenas o que me permitir. Não vou magoá-la. Mestre Heinz me desligaria definitivamente. 

—Ele disse isso? — perguntei assustada. 

—Há um alerta de mensagem em meu sistema que me lembra disso todos os dias durante as nove e trinta da manhã. 

—O quê? — perguntei incrédula e ele repetiu. 

— Todos os dias, às nove da manhã, recebo um alerta dizendo que...

Heinz, não sei se o odeio por torturar o pobre robô com mensagens diárias sobre a mesma coisa ou se o amo por se preocupar tanto comigo. 

Gargalhei e então sentei no colo de Zander envolvendo seu pescoço e deixando um longo e delicado beijo em seus lábios.  Apesar de não ter me habituado com a falta da sua saliva, beijá-lo era bom e muito viciante. A pele era macia demais e me dava uma ótima sensação. 

—Eu quero. 

—Quer?

— Quero. 

—Está falando sobre ser minha namorada? 

—Sim! — disse rindo e ele sorriu. 

Beijei seu olho delicadamente e vi seu sorriso se alargar mais ainda, fazendo uma ótima sensação crescer em meu peito.  Isso é tão insano. 

—Você está muito abusado. — disse rindo e ele me encarou confuso. 

—Posso mudar, o que não está te agradando? 

—Estou falando simbolicamente Z, nem todas as coisas que eu falo são exatamente o que querem dizer. Entende? 

—Não. — ele disse honesto com uma cara de confuso e gargalhei. 

—Nem eu. 

Zander riu e então voltei a beijar seus lábios lentamente. Deitei-o na cama e beijei o seu pescoço, mas aquilo parecia não lhe causar o mesmo efeito que em um humano.Parei e soltei um breve suspiro me sentindo um pouco frustrada por esperar demais. Voltei a beijar seus lábios e senti suas mãos em minha cintura. 

—Quero muito. — ele disse e ri. 

—Quer?

—Quero. 

—O quê ? 

—Fazer foda. — Zander disse inocentemente e eu gargalhei alto.

Era tão engraçado ver sua carinha de inocente enquanto me pedia para transar. Acho que jamais me habituaria com isso.  Quando o olhei novamente estava com a sobrancelha arqueada e confuso por ainda estar gargalhando. 

—O que foi Skye? 

—Nada. Só gosto do jeito que você é. 

—Isso quer dizer o que você disse ou quer dizer algo que na verdade não é o que quer dizer? — ele disse calmo e franzi o cenho.

—Desculpas, me perdi. 

—Eu quis dizer que... 

—Okay, você quer conversar ou quer fazer foda? — perguntei dando uma piscadela e ele sorriu. 

—Fazer foda. — ele disse prontamente e sorri.

—Muito? 

—Até minha super bateria descarregar. 

Gargalhamos e então puxei a minha blusa para cima, deixando meu corpo brevemente exposto para ele.  Zander me analisou atentamente e então sorri calma para ele, pois sempre me analisava assim. 

—É linda Skye. 

—Obrigada Z. Você sempre me faz sentir muito bem e confortável. — disse e ele sorriu. 

—Estou aqui para fazê-la sentir amada. — ele disse me olhando nos olhos e sorri. 

—E está.

Zander sorriu e ele mesmo deixou um beijo suave em meus lábios, me fazendo fechar os olhos e sorrir. 

—Podemos começar a fazer foda agora?

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