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Podia assistir Z extremamente sereno enquanto procurava freneticamente pela forma de bolo em meus armários. Vê-lo assim estava me deixando angustiada e principalmente porque eu não podia fazer nada para ajudá-lo.

— Zander?

— Sim? — ele tentou soar bem, mas nem mesmo me olhou.

Respirei fundo e me aproximei dele, abraçando carinhosamente seu corpo por trás e deixando as minhas mãos descansarem em seu peito. Notei quando ele abaixou a cabeça, derrotado, e colocou sua mão por cima da minha.

— Desculpe por fazer você se preocupar Skye, essa não é a minha função. — ele disse culpado e beijei suas costas.

— Você não tem uma função exata Zander, eu gosto que seja você mesmo, tudo bem?

— Eu só queria poder ter uma vida com você. — ele disse parecendo ferido e virou para mim.

— Mas nós já temos uma vida juntos, estamos começando e...

— Eu queria uma criança para nós dois. — ele disse e sorri fraco, acariciando seu rosto.

— Existem outras formas Z.

— Outras formas?

— Sim, adoção por exemplo, existe muita criança precisando de lar, seria tolice colocar mais uma no mundo nesse caso, não acha? — perguntei, mas ele se manteve quieto — Vem aqui... Peguei-o pela mão e trouxe-o de volta para o sofá, sentamos e virei de frente para ele, para poder olhar bem em seus olhos e ser sincera enquanto falo. — Eu não quero ter uma criança agora — disse calma e ele franziu o cenho —, eu trabalho quase o dia todo, você fica sozinho e eu não quero que a criança cresça abandonada. Você também não quer isso, huh?

— Não. — ele disse baixo.

— Mas, que tal a gente esperar um pouco, planejar o tempo certo e depois tentar adotar uma criança?

— Você quer?

— Claro. Eu adoro crianças. — sorri e acariciei seu rosto.

Seus olhinhos pareciam ter ficado um pouco mais brilhantes agora e já conseguia notar o mínimo sorriso se formando no canto dos seus lindos e rosados lábios.

— Pode esperar?

— Como quiser Skye.

— E não quero que fique decepcionado consigo mesmo. — disse firme — Você é perfeito, sem tirar nem pôr.

— Mas...

— Sem tirar, nem pôr. — o cortei e ele assentiu.

— Nem se eu tivesse outro pênis? — ele perguntou do nada e arregalei os olhos.

SANTO EINSTEIN! DE ONDE ELE TIRA ESSAS COISAS?

— Zander, eu só preciso de um. — disse rindo.

— Você disse que ia tentar fazer anal comigo. — ele disse mais sério e cobri o rosto morrendo de vergonha.

— Você não esquece?

— Não mesmo. — ele disse e fez uma cara de safado. Juro que ri como nunca antes.

— Para de tentar comer meu rabo. — disse sentando em seu colo, de frente para ele.

Seu semblante ficou mais aliviado e um sorriso doce tomou conta de seu rosto enquanto suas mãos acariciavam as minhas costas tão suavemente que meus pelos se eriçaram.

— Gostosa. — ele disse num ar sexy e ri.

— Você acha? — disse e rebolei um pouco em seu membro.

— Hm... Isso é melhor do que sozinho. — ele disse e franzi o cenho.

— Sozinho? — perguntei e ele arregalou os olhos.

— O quê? — ele se fez de desentendido e abri a boca num perfeito 'o'.

— Você se masturba quando não estou aqui?

— Eu acho que o bolo está queimando. — ele disse e levantou comigo em seu colo, deixando-me no sofá e correndo para a cozinha.

— Você nem colocou no forno! — rebati me aproximando, mas ele começou a cantarolar.

Só então notei o quão bonita era a sua voz ao cantar e decidi não insistir na minha pergunta obscena e me manter ouvindo-o com uma harmonia perfeita dissipando os versos de Human Nature.

— Sua voz é linda Z. — disse e ele virou o rosto com um sorriso doce.

— Mestre Heinz disse que eu precisaria ser bom em tudo para você. — ele disse e em dividi entre sorrir e me sentir uma aproveitadora. Ele era bom em tudo, todo o tempo.

— Já disse que só precisa ser você mesmo, huh? — disse e abracei-o novamente pelas costas, observando por cima do seu ombro enquanto ele deixava a massa ir à forma.

— Mas eu gosto de te agradar. — ele riu.

— Você parece não ter nenhum defeito, céus! — disse e beijei sua bochecha.

— Eu sou mesmo perfeito. — ele afirmou se gabando e gargalhei.

Sentei-me no balcão enquanto ele colocava o bolo no forno e assim que ajustou a temperatura, ele veio até mim e ficou entre as minhas pernas, passando as mãos de forma carinhosa nas minhas coxas. O mais engraçado era que ele ainda estava pelado.

— Eu sei que não posso sentir como os humanos — ele começou a falar um pouco sério e o encarei atentamente —, mas é real. Quero proteger você e nunca te magoar.

—Heinz...

— Não tem a ver com o mestre Heinz. De início, sim. Mas agora eu sei que não é só porque ele me criou para amar você. — ele disse firme e tocou meu rosto.

— Eu não sei como e nem quando, mas eu estou tão perdida. — confessei e abaixei a cabeça, mas ele ergueu-a com um dedo em meu queixo — Eu estou tão apaixonada por você e nem sei qual será o nosso futuro.

— Nosso futuro será muita foda, suas risadas de porquinho e eu cozinhando bolos de chocolate para você. — ele disse com um sorriso lindo e ri — Ah, e uma criança correndo em seu apartamento.

Ri e segurei seu rosto entre as duas mãos, tendo a plena certeza que — por mais loucura que fosse me entregar completamente a um robô — ele era a escolha perfeita para mim. Beijei seus lábios e pude senti-lo sorrir entre o beijo, deixando aquilo ainda mais doce e carinhoso do que já era. Ouvi a campainha e franzi o cenho por não estar esperando ninguém, Zander partiu o beijo e me olhou tão confuso quanto eu estava.

— Coloca uma roupinha Z, eu vou ver quem é.

— Não quer que eu veja? Se for alguém perigoso? — perguntou preocupado e sorri.

— Não é. — selei-o e ele assentiu.

Zander seguiu para o quarto em busca de uma roupa e eu desci do balcão para arrumar minha blusa e então segui para a porta e ao abrí-la encontrei Daniel Sherman — o novo cientista — com um largo sorriso e balançando uma pasta.

— Daniel? — perguntei confusa e ele riu.

— Desculpe aparecer sem avisar, mas Heinz me deu seu endereço e preferi entregar isso pessoalmente. — ele disse com um sorrisinho de lado e franzi o cenho.

— Oh...

— Quem é você? — a voz de Zander soou firme atrás de mim e arregalei um pouco os olhos.

— Então esse é o robô do qual Heinz me contou? — Daniel disse e abri a boca algumas vezes sem saber como reagir.

Não acredito que Heinz contou para Daniel.

Não.

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