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Os olhos azuis do doutor Sherman fitavam Zander e eu intercalava entre um e outro,  e ele não deixava de lado seu sorrisinho nem mesmo por um minuto. Estava sem saber o que falar. 

— O conhece? — Zander perguntou. 

— Ele é o meu novo colega de trabalho. — respondi olhando-o e ele ficou ainda mais sério. 

— E não me contou que tinha companhia nova no trabalho? 

— Ele é muito real. — Daniel disse admirado e suspirei. 

— Zander, esse é o Daniel. — disse e Dan estendeu sua mão para cumprimentar Zander. 

Para minha completa surpresa, Zander deu um passo à frente, encarou-o por alguns segundos e depois deu o dedo do meio para Daniel.  SIM! ELE DEU O DEDO DO MEIO! 

— Oh meu... 

— Eu não gosto de você. — Zander disse firme e arregalei os olhos.

— Wow! — Daniel disse e riu — Desculpe? — perguntou confuso. 

— Você... Quer entrar? — perguntei.  Diz que não! 

— Claro! — ele disse e pude ver quando Zander cerrou os olhos para mim. 

Dei espaço para que Daniel entrasse e Zander fechou a porta, cruzando os braços na altura do peito como se fosse uma criança emburrada e acompanhei o doutor Sherman até o sofá. 

— Eu trouxe as minhas pesquisas e acho que vai ser útil para você. Usei alguns relatos de pessoas que relataram se sentir em dois lugares ao mesmo tempo e mais alguns acontecimentos sobrenaturais. — ele disse animado abrindo as pastas e sorri. 

— Isso vai ser ótimo! — respondi no mesmo tom. 

— Ah, e como eu peguei a patente há alguns anos posso cedê-la para você. 

— Sério? — perguntei surpresa. 

— Claro. Eu pausei o trabalho, não me importaria em nada.

Muito obrigada! — sorri. 

Olhei para Zander que estava mais sereno agora com as mãos no bolso da sua calça de moletom e lhe lancei um sorriso gentil para que se acalmasse, ele só retribuiu brevemente. 

— Senta com a gente Z? — pedi. 

— Eu vou ver se o bolo está pronto. — ele disse calmo e se retirou.

Ia levantar para ir atrás dele, mas Daniel segurou a minha mão e começou a falar animadamente sobre uma das pautas da sua pesquisa. Não tive como me desvenciliar da sua excitação com aquilo, então apenas suspirei e decidi ouví-lo. 

— Ele é muito real. — Daniel disse baixo. 

— Sim. Ele é. 

— Heinz me contou que você está testando ele. — ele disse sorrindo e confesso que fiquei desconfortável.

— Desculpe, eu... 

— Tudo bem. 

— Heinz fez um ótimo trabalho. — ele sorriu gentil e retribuí.

— Sim, Zander é a coisa mais perfeita que já vi. — disse com um sorriso incontrolável e vi Daniel rir fraco. 

— Parece muito intenso. — ele disse. 

— Eu... 

— Skye? — a voz de Zander soou e nós o olhamos. 

— Oi Z. — sorri.

  — Pode me ajudar em uma coisa? — ele pediu e franzi o cenho. 

— Claro. — disse e olhei brevemente para Daniel

— Com licença. 

Daniel assentiu com o habitual sorriso gentil e então levantei, tomando a mão de Zander e sendo guiada por ele até o quarto. Franzi o cenho, mas logo o mesmo me pegou no colo e me abraçou forte.  Franzi o cenho, confusa por essa atitude, mas o abracei de volta aproveitando o conforto de seus braços e o som artificial que ele acostumou-se a fazer de um coração batendo. 

— O que houve Z? — perguntei muito baixo, acariciando suas costas.

— Nada. 

— Tem certeza? 

— Sim. — ele disse calmo e sentou comigo na cama, deixando-me em seu colo. 

Sorri e comecei a acariciar seu rosto suavemente enquanto estudava a sua expressão serena e de tremenda ternura. Beijei seu rosto aleatoriamente na bochecha, testa, queixo e ponta do nariz, o fazendo sorrir. 

— Obrigado. — ele disse. 

— Pelo quê? 

— Eu só precisava de ajuda com isso. — ele disse e franzi o cenho. 

— Como assim Z? 

— Estava me sentindo ameaçado. 

— Pelo Daniel? — perguntei confusa. 

— Como se ele pudesse tomar meu espaço. 

— Oh, não! Eu... 

— Está tudo bem. — ele sorriu

— Eu sei que você gosta mais de mim.  Suas mãos acariciaram minha cintura e não pude deixar de sorrir.

Era tão real e seus hábitos e forma de falar me faziam cair cada vez mais aos seus pés, entregando totalmente meu coração em suas mãos.  Entregando-me por completo a um robô. 

— Você está bem? 

— Sim. Pode voltar lá, vou ficar recarregando as minhas baterias para fazermos foda quando ele for embora. — ele disse sutilmente e gargalhei. 

— Você não para, huh? 

— E você gosta. — ele rebateu e abri a boca. 

— Ora essa! 

— Dessa vez vamos fazer anal. — ele disse sério e arregalei os olhos. 

Eu não tô acreditando que ele continua com essa história de comer meu rabo! 

— Tchau! — disse levantando de seu colo e o ouvindo rir. 

Fechei a porta do quarto e voltei para a sala, encontrando Daniel foleando um dos artigos de sua pesquisa de forma concentrada, o que me fez rir um pouco. 

— Está muito concentrado. — disse e ele me olhou. 

— Ah, eu sou sempre assim no trabalho. 

— Isso é ótimo. — ri e sentei ao seu lado. 

— Olha só, se calcular isso aqui em Newtons segundos por metro, talvez dê o resultado exato. — ele disse me mostrando um dos cálculos. 

— E usar o produto com a fórmula de trabalho, huh? — disse e o vi sorrir encantando. 

— Céus! Encontrei a minha cara metade da física quântica! — ele disse de uma forma engraçada e gargalhamos. 

Apenas da física quântica, querido.

Metalic CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora