CAPÍTULO 06 - CUIDAMOS UNS DOS OUTROS

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"O que está errado agora? São muitos problemas, ela não sabe onde ela pertence. Ela quer ir para casa, mas não há ninguém em casa. (...) Seus sonhos, ela não consegue encontrar. Ela está enlouquecendo. Seja forte agora." - Avril Lavigne


LILIYA

Lília era o nome que pairava em minha cabeça quando eu acordei. Por várias noites, eu sonhava com um homem gritando esse nome, enquanto imagens torcidas de um acidente aterrorizavam meu sono. Por isso os remédios fortes para dormir.

No entanto, agora que estou diante do possível homem que talvez estivesse nos meus sonhos, só sinto vontade de sair correndo e de me esconder. Quero voltar para um lugar seguro, o único lugar seguro que eu tive nos últimos dois anos, o apartamento que a Eteon acaba de destruir. Eu quero ir pra casa. Aquela é a minha casa.

— Desapontada? — Deckard ergue uma sobrancelha, esperando por uma resposta

Eu fico em silêncio observando seu braço machucado enquanto minha mente fica uma bagunça. Eu sinto um frio diferente na barriga agora que estou ao seu lado, eu sinto meu coração acelerando como nunca senti antes. Eu sempre flertei com as pessoas, gosto do jogo de sedução. No entanto, agora, o flerte parece mais perigoso. Eu me sinto nervosa e, por um momento, enquanto percebia seus olhos nos meus peitos, o imaginei tocando eles e senti meu rosto esquentar. Eu nunca havia ficado sem jeito ou sem palavras perto de ninguém.

Sinto minha boca e minha garganta secas, os lábios ressecando. Me afasto dois passos, buscando um ar para respirar que não tenha o cheiro do perfume dele. Solto sua mão.

— Então eu... nós somos casados. — me corrijo — Você... você esteve com alguém quando achou que eu... bom, que eu estava morta? — o olho — Não por ciúmes, é que... — coço a cabeça — Eu tô me sentindo bem mal agora.

Meu Deus! E a Kira?

— Eu nunca achei, de verdade, que você estivesse morta. — resmunga

Por Deus! Este homem esteve me esperando nos últimos dois anos, enquanto eu transava e fazia juras de amor e fidelidade à outra pessoa?

— Mas sim, preciso admitir, fui fraco. — desvia o olhar e abaixa a cabeça, como se sentisse vergonha de si mesmo — Entreguei os pontos algumas vezes, deixei a raiva falar mais alto. Estive com alguém, algumas vezes aleatórias. E depois me senti um merda por isso.

— Não deveria. — o olho e ele me olha de volta — Não foi por sua culpa, eu estava desaparecida. Tá tudo bem. — forço um sorriso — E eu não estou falando isso só por causa do meu relacionamento com a Kira.

Desvio o olhar e percebo que a menina, Illeana, não tira os olhos de nós. Começo a perceber algumas coisas que passaram despercebidas antes. Seus lábios desenhados iguais aos meus, a pinta igual a minha sobre o lábio superior, os olhos cinzentos de Deckard. Meus olhos ardem em lágrimas e eu abaixo a cabeça, sentindo o choro me atingir.

— Você não queria, mas quando aconteceu, ficou com ela. — ouço Deckard dizer enquanto encaro a garrafa de álcool sobre a mesa, sem coragem de encarar qualquer um ali — Jakob me contou depois de um tempo que te ofereceu todo o suporte para um aborto, mas que você não fez. Na época, você estava estressada demais com tudo o que estava acontecendo e ele se sente culpado, porque pensa que tirou essa opção de você. Você disse a ele que Illeana era a melhor coisa que tinha te acontecido.

Passo a mão trêmula no rosto, tentando secar as lágrimas.

— Eu não consigo me lembrar disso. — sinto agonia — Eu nem sei quem você é. — o olho

Bring Me Back - A Última CorridaOnde histórias criam vida. Descubra agora