I - Isabela Flores.

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Hey jovens magos e magas chegamos ao primeiro capítulo \o/ antes dos avisos marotos quero agradecer pelos comentários e votos, vocês deixaram está autora que vos fala muito feliz. Obrigada pessoal.

Agora aos avisos, prometo não tagarelar demais. Para quem me acompanha sabe que tenho preferência em escrever em primeira pessoa, gosto de colocar vocês direto na cabeça de cada personagem, em casters não será diferente. Cada capítulo será narrado por um protagonista diferente.

Uma novidade, fazia algum tempo que queria fazer isso, Nesta história teremos somente protagonistas femininas, não vai ter pessoas do gênero masculino? Vai, eles terão um papel importante nesta jornada, porém é a mulherada que manda nessa parada. Outra coisa muiiito importante, é a primeira vez que escrevo com protagonistas não heteros, casters é uma história com protagonistas LGBTs. Sejam respeitosos, se não for o estilo de vocês, beleza, os que ficarem paço que sejam respeitosos. Se eu cometer alguma erro, por favor me falem (esta autora está engatinhando no vale.) É isso meu povo, simbora!!!

Ps: leiam as notas finais

***

Acordar tremendo e suando frio faz parte do meu cotidiano desde que consigo lembrar, não havia uma noite sequer desde que me entendo por gente que não tenha tido uma noite regada a pesadelos e só vem piorando com o passar do tempo. O mais ridículo nessa situação toda era que depois de despertar sequer conseguia lembrar de alguma coisa, era frustrante e extremamente irritante acordar após todo o terror noturno apenas com a sensação excruciante de pavor percorrendo cada fibra de meu corpo. Não que eu queira reviver meus pesadelos, mas acho que é no mínimo justo saber o que me apavora, detesto essa minha rotina, mas odeio muito mais não saber. Não saber me deixa vulnerável e vulnerabilidade me enfraquece e não posso me dá a esse luxo.

Bufando após recuperar o mínimo de controle fechei os olhos e tomei uma longa respiração tentando fazer meu corpo voltar ao normal. Isso demorou uns bons minutos antes de finalmente levantar do colchão velho de molas quebradas no qual dormia. Arrastei os pés calçados em meias surradas que surrupiei de um varal dando sopa a dois invernos atrás até entrar no banheiro minúsculo e precário. Abri a torneira deixando a água escura com cheiro de ferrugem cair até que assumisse a cor cristalina, lavei o rosto antes de capturar a escova de dentes quase tão desgrenhada quanto eu e em seguida agarrei o creme dental já no fim. Precisaria fazer algumas compras logo, ou seja, teria que bater mais do que meia dúzia de carteiras nos próximos dias.

Dei um jeito melhor que pude na juba rebelde que atualmente chamo de cabelo sem olhar de fato para meu reflexo deplorável refletido no espelho, não precisava ver para saber que minhas olheiras deveriam estar tão escuras que dariam inveja a um guaxinim. Minha vontade era de voltar para a cama e tentar descansar pelo menos um pouco; mas não podia. Tinha prioridades a cumprir, alimentar meu estômago contorcido de fome era a primeira delas.

Catei o casaco largo esfarrapado que estava largado no encosto da cadeira bamba onde coloco minhas poucas roupas. O lugar onde vivo era uma quitinete minúsculo em um dos prédios abandonados do condado de El Paso. O lugar era a própria definição de decadência, mas pelo menos não tinha que pagar aluguel ou dá satisfação a ninguém. Saí para o corredor trancando a porta ao passar por ela e rumei para escada descuidada que poderia ser facilmente uma armadilha mortal para qualquer desavisado que não soubesse em qual tábua é seguro pisar. Ao alcançar o primeiro andar passei por uma brecha nas tábuas que deveriam impedir a entrada de pessoas naquele prédio condenado tentando não chamar atenção de qualquer um que passasse pela calçada naquele momento, mesmo sabendo que gente como eu é invisível para o resto do mundo.

Série magos - Casters, incontroláveis.Onde histórias criam vida. Descubra agora