Nunca em toda minha vida cogitei a hipótese que acabaria chapada, ainda mais por acidente. Não sei bem por quanto tempo ficamos as três trocando carícias atrevidas, tudo estava tão docemente confuso, nenhuma de nós tinha qualquer intenção de parar, pelo menos até que o efeito passasse, claro que em meu juízo perfeito teria pensado duas ou três vezes antes de tomar a atitude que tomei. O mais engraçado é que quando nos rendemos ao cansaço do dia corrido e pelos novos eventos, só me arrependia de uma coisa e não era dos beijos. Talvez ainda fosse os resquícios das toxinas daquela infusão, não sei o motivo só sei que dormir como uma criança sem qualquer preocupação. Sem intenção pré-determinada havia contado das minhas visões, isso me causava certa estranheza, não é do meu feitio abrir meu emocional daquela forma tão descontrolada e chorona.
Não sou emotiva, na verdade nunca tive tempo para isso, se eu caia tinha que levantar e seguir em frente pela busca da sobrevivência. Não era uma questão de confiar ou não nas meninas, sabia que elas seriam compreensivas, era sobre mim, me permitido dar vazão aos meus receios. Quem diria que eu seria derrotada por um simples chá amargo? De qualquer forma, independente da maneira que eu me sinto teríamos que conversar sobre o que aconteceu, depois de tudo, não dever ser difícil, certo?
Errado! Muito errado, primeiro que não tivemos a chance de acordar por conta própria. O som estrondoso do que parecia ser uma trombeta fez a tenda literalmente estremecer a nossa volta. Acordei em um pulo sem saber ao certo onde estava, Sophia estava tão atordoada quanto eu, os óculos jaziam tortos dependurado na ponta do nariz.
- Puta merda! É a trombeta do juízo final? – Taylor virou de bruços é tentou abafar o som estridente que não dava nenhum indício de que iria parar.
- Isso deve ser o despertador deles – Bocejei ainda com sono, lembrando onde estávamos agora. – Melhor irmos ver.
- Hum... é... – Sophi arrumou os óculos e olhou para mim, a garota corou mais do que em qualquer outra vez, tive medo de que ela explodisse bem ali na minha frente. – Eu vou p-primeiro. – Ela saiu aos tropeços quase não acertando com a entrada da tenda.
- Vamos lá Tay. – Cutuquei a cintura da garota esparramada na confusão de cobertores e sacos de dormir arrancando murmúrios descontentes. – Vamos cariño. – A sacudi pelos ombros. A loira virou e mirou os olhos verdes clarinhos semicerrados em mim. – Oi. – Sorri minimamente não sabendo qual reação esperar depois da performance da garota mais velha.
- O-oi. – Taylor arregalou os olhos, as bochechas ficando de um tom claro de rosa. – Eu, vou ver se.... se Sophi não se perdeu. – Ela literalmente deu uma cambalhota para trás não tenho ideia de como ela pegou os óculos antes de sair da barraca como o diabo que foge da cruz.
- ¡Ay Dios mío! Mais essa agora. – Bufei saindo no encalço daquelas duas temendo que acabassem mesmo se perdendo.
Minha suposição de que aquela barulheira toda era algum tipo de sinal para todos saírem de suas acomodações se confirmou. Esbarrei em algumas pessoas sonolentas que se encaminhava para o meio do acampamento parecendo tão confusas quanto eu. Avistei Taylor e Sophi mais adiante separadas uma da outra. Revirei os olhos para aquilo, aquela conversa tinha mesmo que acontecer o quanto antes, mas por agora me foquei na mulher loira no centro da comoção. Não precisava perguntar para deduzir que ela é quem mantém tudo em ordem, o ar de reverência dirigido a ela era quase palpável.
- Esse chamado de hoje é especial. – A loira platinada olhou em volta, nenhuma alma viva emitiu um único som. – Ontem recebemos quatro novos membros, venham aqui garotas para que o povo de vocês as recebam da forma correta. – Ela chamou focando os olhos cinzentos em nós. Aurora foi a primeira, depois Taylor, Sophi ruborizada e então foi minha vez, me postando ao lado da Valentim. – Estas são, Aurora Valentim, Taylor Brawn, Sophia Angelis Green e Isabela Flores. Recebam-nas com nossa calorosas boas-vindas. – Quando ela falou em boas-vindas não esperava que todo mundo ali começasse a pular, dançar e fazer muito barulho. Mordi o lábio inferior para frear a vontade de sorrir, era diferente sentir que sou bem-vinda em um lugar, principalmente quando não se está nem a vinte quatro horas ali. – Hoje à noite faremos um banquete para celebrar, mas por hora a rotina não pode parar. – Pouco a pouco a comoção se dissipou só restando eu, as garotas e a chefona. – Bem meninas, ainda não me apresentei a algumas de vocês, sou Eleanor e mantenho as coisas em ordem por aqui, creio que Beatrice tenha falado algo a respeito. – Assentimos, menos Aurora que estava com um ar de que perdeu alguma coisa. – Muito bem, de antemão coloquei vocês nas tarefas que desempenharão enquanto estiverem aqui, junto com o cronograma individual de cada uma.
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Série magos - Casters, incontroláveis.
FantasyA mão em garras afastou-se de meu rosto e agarrou meu pulso ardente, engoli em seco sentindo o toque morno surpreendentemente gentil, paralisada assisti levar meu pulso avermelhado até a boca, engoli um grito ao ver os caninos aparecerem por entre a...