Série magos - Casters, incontroláveis.

XX - Sophia A. Green

Sinto-me angustiada, presa entre a vontade de sentir raiva e tristeza profunda, pensar que se não fosse pelo medo irracional da Ordem meus pais estariam vivos e não teriam tido que se separar de mim... é devastador. Para completar, inda há minha relação confusa com minha ex-namorada, sinto que de alguma maneira estou agindo de forma errada a respeito de Aurora. Tenho certeza de meus sentimentos, não tenho mais amor romântico por ela, no entanto não posso mentir, ainda há afeto, porque antes de tudo ficar complicado demais, nós éramos amigas e isso não muda com facilidade e nem da noite para o dia.

- Está tão pensativa. - Taylor sentou entre Isabela e mim. - Está preocupada com o quê descobriu? - A loira capturou um pouco de sorvete do pote em meu colo.

- Também, mas estou mais preocupada com Aurora... acho que estou a negligenciando. Ela está usando roupas emprestadas da Isa e eu... fiz vista grossa para isso. - Bufei contrariada comigo mesma.

- Está se cobrando muito, as coisas aconteceram rápido demais. Podemos dá um jeito nisso amanhã, só precisamos bolar um plano antes.

- Taylor tem razão. - Isabela franziu o cenho pensativa.

- Como? Se só o que temos é trezentas libras? - Arriei os ombros não conseguindo pensar em nada.

- Não se desespere, talvez eu tenha a solução. - Tanto eu quanto a loira baixinha olhamos para a morena que tinha um meio sorriso no canto dos lábios. - Sabe se tem alguma feira a céu aberto por perto?

- Acho que tem um mercado de pulgas não muito longe, mas como isso vai nos ajudar? Ainda nos falta o principal, o dinheiro.

- Não vai precisar gastar nossas reservas Sophi, só me leve a esse mercado amanhã, confia. - Isa ergueu uma das sobrancelhas me desafiado a contestar.

- Senti firmeza. - Taylor abriu um de seus sorrisos de covinhas e se esbaldou mais um pouco no sorvete. - Vou adorar ir junto.

- Quem falou que a senhorita vai junto? - Isa direcionou seu olhar matador para a pequena loira que parecia já esperar por essa reação.

- Isabela, mi amor, sabe que acaba comigo com essa sua pose de bandida má, mas não vou ficar aqui criando raízes, ainda mais sozinha, já que Sophi vai levar você nesse mercado das pulgas e suponho que Aurora também vá porque as roupas são para ela, me recuso a ficar nesse apartamento sozinha. As chances de eu ter um surto de ansiedade e explodir alguma coisa, são grandes demais.

- Bem, ela tem certa razão, não vai fazer mal em deixa-la vir conosco. - Dei de ombros e quem ganhou o olhar matador foi eu. - Não é? - Murmurei quase miando engolindo em seco. - Acho que já deu minha hora, melhor começar a arrumar o sofá e dormir, amanhã vamos sair cedo.

- Ainda está com essa ideia? Tem um quarto sobrando com uma cama que cabe perfeitamente nós três. - Taylor estava com sua veia argumentativa a todo vapor hoje. - Não faz sentindo dormir no sofá.

- Vocês dormiram no sofá note passada. - Argumentei de volta.

- Aquela foi uma situação completamente diferente, em meu juízo perfeito jamais trocaria uma cama por um sofá.

- Ela tem razão. - Isabela assentiu claramente tirando com a minha cara, usando meu feitiço contra mim.

- Acabaram seus argumentos bebê, não tem para onde você fugir. - A loira tomou mais do sorvete enquanto me dava mais um de seus sorrisos brilhantes e foi aí que soube que tinha pedido.

- Sendo assim aceito, mas deixo claro que é por livre e espontânea pressão.

Ainda ficamos por mais alguns minutos na sala, até o sorvete acabar para ser mais exata. Deixei as duas garotas irem primeiro para se prepararem para dormir, enquanto eu organizava as coisas que sujamos, a verdade é que precisava de tempo para respirar e tentar não ter um surto, infelizmente o pequeno espaço de tempo que consegui não foi o suficiente para acalmar meus nervos entrando em colapso. - Okay Sophia, seja corajosa! São apenas Isabela e Taylor, nada demais. - Ecoei esse mantra em minha mente enquanto me dirigia ao quarto até parar em frente a porta entreaberta. Antes de entrar parei no corredor e dei uma olhada na segunda porta naquele corredor, o único ruído vindo daquele quarto era o som de uma respiração calma. Aurora estava dormindo, teria que deixar para conversar com ela pela manhã.