Prólogo

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Notas da autora: Olá! Essa é uma história que parte de um final alternativo para o terceiro livro da trilogia grisha, Ruina e Ascensão, portanto, haverão spoilers.  Boa leitura e eu deixo meus agradecimentos especiais a todos que insistiram para que eu lesse os livros e me aprofundasse no fandom. Não deixe de votar e comentar!


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Maly nunca foi apenas um rastreador, ele era a personificação do pássaro de fogo. O último amplificador de Morozova, o último sacrifício que Alina precisaria fazer para ficar livre, para ser o próprio sol, em uma supernova única.

Nikolai também nunca foi apenas um príncipe, ele era um bastardo, um corsário, um inventor e um verdadeiro rei. O rei das cicatrizes, com um coração partido e um vazio sombrio, ecos da maldição que o Darkling havia jogado sobre si.

Aleksander nunca foi, e nunca poderia ser, apenas um homem. Ele era o Darkling, o maior grisha que já existiu, um imortal que pensou por muito tempo estar sozinho. Um imortal que se tornou a própria escuridão e sombras que criou.

Alina era o sol de Ravka. Ela era uma santa, uma pecadora, uma grisha, uma mulher, a própria esperança que, assim como a água, entrava sorrateira em todos os lugares. E o seu poder, ele nunca deixaria de existir.


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O caos que se instaurou na dobra, enquanto o sol rompia a escuridão, abriu muitas brechas para que a história fosse o que nós precisávamos que fosse. O Darkling morreu em sua própria criação, vendo-a se desfazer como se nunca houvesse existido, e Ravka estava livre desse mal. Era isso que eu e Nikolai repetíamos em nossos discursos pelos povoados do país, era isso que nós precisávamos que fosse verdade. Era esse conto infantil que repetia baixo antes de dormir.

O sangue de Maly que cobriu minhas mãos não eram uma história para ser contada, ou a perda momentânea de meus poderes, ou minha última visão de Aleksander.

Minha última lembrança dele era com os olhos desesperados e a negação visível em seu rosto, antes do aço grisha atravessá-lo. A traição ardeu em seu peito e eu senti através da nossa ligação, talvez uma pequena parte dele ainda tivesse esperança de que eu me rendesse, que eu pudesse ser dele. Entretanto, não havia espaços para arrependimentos, aquela era uma guerra que precisava ser ganha. E eu mal pude ver seu corpo caído sobre a areia, pois salvar Maly era minha prioridade.

Quando voltei meu olhar para o Darkling, ele já não estava mais lá. As buscas dentro da dobra não tiveram resultados e aquela não era uma boa história. Seus seguidores estavam de joelhos para o novo rei e sua santa. Seus poderes haviam sido interrompidos, assim como os meus. Ele estava morto, precisava estar, pelo menos em nossas palavras e na crença do povo.

Ele está ferido, e assustado. Ele está perdido e não pode encontrar o caminho até você novamente. Essas palavras se repetiam na minha mente, me confortando da mesma forma que as palavras agradáveis de Genya e os olhos protetores de Malyen. Ele estava vivo, ele estava inteiro e eu também. Nikolai também estava vivo, mesmo que as doses excessivas de kvar todas as noites demonstrassem que ele não havia saído ileso da batalha. Contudo, Aleksander me tirava o sono, sua dor era a minha também, seu desespero me atravessava e sua angústia revestida de raiva.

"Ao menos não sou a única que parece não dormir nada a noite" repliquei ao entrar na tenda de Nikolai naquela manhã, Tamar e Tolya haviam ficado do lado de fora e Maly ainda estava se recuperando dos ferimentos que eu havia causado.

Poder e Ambição - Nikolina • Malina • DarklinaOnde histórias criam vida. Descubra agora