Piloto

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Estar em um relacionamento, diferente do que muitos pensam, não é fácil. E quando você está lutando para dividir atenção entre família, amigos, namorado e estudos, fica ainda pior. O Vitor, meu namorado, no fim do mês passado foi visitar sua avó que está muito doente, e resolveu estender a sua estadia lá por mais uma semana para ficar mais com ela.

O mês de dezembro sempre foi meu favorito, porque além das festas de final de ano, também é meu aniversário. E o que mais quero, é curtir esse último mês, antes de finalmente ingressar na faculdade. Seria ótimo curtir com meu namorado, mas algumas coisas requer mais atenção do que o simples capricho de curtir a vida. E esse é o motivo pelo qual agora, estou parada na porta da casa da minha melhor amiga, com uma pequena mala em mãos e um sorriso estampado no rosto, a esperando abrir o portão.

O portão se abre rapidamente após dois toques na campainha. — Nati, nem acredito que você está aqui. Que saudade! Precisamos colocar tanta coisa em dia. —Bruna fala tudo rapidamente, me envolvendo em um abraço. — Você sumiu. — Ela fala enquanto percorremos o curto caminho do portão principal até o hall de entrada da sua casa.

Vejo que ela não mudou muito desde a última vez que nos vimos, seus cabelos castanho claro ondulados estão à altura de seus ombros, seus olhos escuros brilham e seu sorriso irradia felicidade. É bom estar novamente com ela.

— Esse ano foi uma loucura. Me desculpa. – Falo me sentindo um pouco envergonhada.

— Te entendo. Tenho uma surpresinha para você, mas antes vem falar com minha mãe, ela está lá na cozinha. - Ela aponta para o ambiente próximo — Ela estava sempre perguntando por você!

— Deixa eu colocar minha malinha no seu quarto, e já falo com ela. - Mostro a mala de roupas que estou segurando.

—Isso tudo para uma semana? – ela aponta para a mala, rindo. — Vai lá. Estou ajudando a colocar os pratos para o almoço.

— Ok. - Digo e nos separamos, ela vai para a cozinha, e eu subo as escadas indo em direção ao seu quarto.

Chegando no quarto dela, vejo que preciso colocar o meu celular para carregar, como não achei meu carregador, usei o da Bruna. Saio do quarto, e desço as escadas, indo em direção à cozinha.

Chegando lá, vejo a tia Pati - não é realmente minha tia, mas a considero – servindo a mesa e a minha amiga ajudando. Logo que sua mãe me vê, deixa a grande forma de lasanha no centro da mesa e vem me abraçar. — Natália, em que buraco você se meteu? Senti muito a sua falta.

— Também senti tanto a sua! – Admito, já envolvida em seus braços.

— Você praticamente morava aqui, aí do nada, sumiu. - Separando nosso abraço, ela olha em meus olhos — Estranhei isso.

— Foi aquele namorado dela, mãe. Já te falei sobre ele. - Bruna diz revirando os olhos.

— Já te falei, foi um ano corrido. – Repreendo ela

— Eu estou feliz com o que te fizer bem, meu anjo.

— Obrigada, tia.

Tirando o último prato da mão de Bruna, e colocando sobre a mesa, tia Pati fala para a mesma —Sobe para chamar seu irmão.

— Irmão? O Arthur voltou? - Questiono surpresa olhando para a Bruna, que só sorri e sussurra "surpresa".

Não vou mentir, eu tinha um grande crush no Arthur quando era menor, mas óbvio que ele nunca soube, o irmão mais velho da minha amiga de infância, nunca iria olhar para mim sem também me considerar uma irmãzinha. Então, com o tempo arranjei novos amores e ele ficou para trás. Mas depois de tanto tempo, o encontrar me deixa um pouco nervosa.

— Opa! Ouvi meu nome. - Diz uma voz grave e quando olho para trás, o vejo. Não mais o garoto que me lembro que o Arthur era, uma barba por fazer, um corpo musculoso, e consigo até ver uma tatuagem escapando da proteção da manga de sua camisa branca. Olho para seu rosto, e vejo os mesmos olhos castanho claro aos quais já não estava mais acostumada. A única coisa diferente, são seus cabelos, que estão maiores do que ele costumava usar, mas isso já faz muito tempo.

POV: Arthur

São quase meio dia, e ainda estou com uma puta ressaca, acordei já faz um tempo, mas ainda estou na cama após ter tomado um remédio, para ver se minha dor de cabeça vai embora. Vejo a tela do meu celular clarear, então decido conferir. Após ver o nome da Geovana, abro a mensagem.

"A noite foi ótima, podemos nos ver de novo?"

"Quando você quiser, gata. 😉" Respondo. Geovana é uma gata e sempre que volto para casa, nos encontramos. Acho que já está virando uma coisa meio casual, apesar de eu sempre deixar claro que não quero um relacionamento.

Bloqueio meu celular, e decido finalmente tomar um banho, escovo os dentes, coloco um short preto, e uma blusa branca. Encaro a minha cama bagunçada, e a arrumo rapidamente. Logo depois, desço para ir almoçar. Estou faminto!

Das escadas, sinto um cheiro maravilhoso e definitivamente o que sinto mais falta quando estou fora, é a comida maravilhosa da minha mãe. Porém, ao chegar à cozinha, tomo um susto ao ver que temos uma visita. Uma linda visita.

POV: Natália

Com um sorriso, em que suas convinhas se ressaltam, ele me cumprimenta: — Oi, nos conhecemos?

— Não me diz que não está reconhecendo a Nati.  - Bruna ri ao se aproximar de mim.

Ele vasculha os meus olhos procurando algo que não sei definir — Lia? - E procura confirmação olhando para a sua irmã.

Não vou mentir que sempre odiei o modo que ele me chamava, e vejo que não mudou nisso. — Você não esqueceu desse apelido bobo?

— Claro que não. Tão mais fácil de chamar - Ele ri — Ainda se irrita com o apelido?

Sim! —Acho que não mais. - Respondo contrariando meu pensamento.

— Uma pena. Talvez eu ache outro. - Ele pisca, e se senta à mesa.

Reviro os olhos com um sorriso no rosto. Ele sempre soube como me tirar do sério. Acho que meus planos de passar um tempo tranquila, se foram.

Best friend's brother Onde histórias criam vida. Descubra agora