O erro

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POV: Arthur

Consigo sentir a respiração da Lia ficar mais calma, quando a apoio sobre o meu peito. Olho para a nossa situação e torço para não acharem a gente, não agora, não aqui. E principalmente, não nessa posição. Ainda mais com o volume na minha calça.

— Não tem ninguém. - Percebo ser a voz da Emilly. Respiramos aliviados — A menos que estejam mais para dentro. - Meu corpo se enrijesse novamente.

— Ei, parou a palhaçada. Já fizeram o circo de vocês, agora é hora de irem embora. Estão passando dos limites. - Bruna fala séria.

— Sabe aonde ele está? Preciso falar com ele. Isso é ridículo. - Geovana fala com a voz embargada

— Não, não sei. - Minha irmã responde grossa.

— Lia. - Sussurro.

— Hm. - Ela fala ainda encostada em meu corpo.

Me aproximo de seu ouvido — Pela nossa amizade, vira de costas. - Após o sussurro, percebo o sorriso em seu rosto, quando ela se vira.

— Ele... Ele não me atende. - a conversa no exterior continua.

— Vocês não terminaram? O que ele faz agora, não é mais do seu interesse.

— Eu sei. Eu só...

— Lia. - Sussurro novamente prestes a fazer um novo pedido. Se virando um pouco, ela tapa minha boca, então coloco minhas mãos em sua cintura, afastando um pouco nossos corpos, na tentativa de diminuir a tortura que estou passando.

— Ele está com alguém? Ele deve estar, ele deve estar escondido com alguém. - De repente, a porta do closet se abre muito rápido.

— É minha mão. — Sussurro em seu ouvido, segundos antes de colocar a mão no meu membro que implora por alívio, e a puxar para mais perto. Merda, isso vai me matar.

— Está passando dos limites. - Bruna grita e em poucos segundos a porta do quarto bate, tornando o lugar, um completo escuro novamente.

— Saíram. - Ela anuncia. - Respiro aliviado e tiro a mão de sua cintura, que já não percebia que ainda segurava. E ela se afasta novamente.

— Vamos. - Digo, e como ela está na frente e a porta do closet escancarada, ela nos guia. Meu coração se acelera a cada passo que dou e sinto uma terrível necessidade de me aliviar naquele momento. Aperto o punho para tentar focar em outra coisa.

Ao sair do closet, nos encontramos novamente no quarto, com a pouca iluminação da janela. Não falamos nada, o ar chega a ser sufocante.

— Lia. - Quebro o silêncio chamando seu nome, que soa suave em meus lábios.

— Oi. - Ela fala baixinho, ainda próxima a mim. Percebo seus olhos escuros brilhantes. Instintivamente coloco a mão na sua nuca, a trazendo mais para perto. Sua respiração fica mais rápida.

— Posso te beijar? - Pergunto com meu coração tão acelerado, que já virou um zumbido em meu ouvido.

Ela não fala nada, coloca a mão direita em meu peito, sobe para meu rosto e depois para meu pescoço. Me puxa com urgência para que nossos lábios se encontrem. O beijo mais ardente que já tive. Nossas línguas se encontram quentes e desesperadas para sentir uma a outra, minha mão passa pelo seu corpo e a dela alterna entre minhas costas e cabelo.

— Eu não posso. - Ela sussurra ao separar um pouco nossos lábios. Nossos narizes ainda encostados e nossas respirações estão igualmente irregulares. Olho em seus olhos e consigo perceber a confusão que há no brilho deles.

— Não pode ou não quer? - pergunto calmamente enquanto passo a mão em seus cabelos, dando uma leve puxada.

— Eu... - Ela hesita.

— Não pensa muito. - Sussurro roco de desejo.

— Que se foda. - Ela fala segundos antes de me surpreender novamente com seu beijo, sinto suas unhas dançarem sobre minhas costas. A puxo para mais perto de mim, nos guiando de modo que eu sente na cama. Ela acompanha meu movimento, apoiando os joelhos na cama e sentando em meu colo. Meu membro ainda implora por alívio, e quando ela me olha de um jeito travesso, sei que o sentiu, me odeio por querer ver esse olhar mais vezes. Nosso beijo fica mais ardente, de modo que minha blusa já não está mais em meu corpo e a dela acabou de ser jogada em algum lugar do chão.

Giro-a, e dessa forma trocamos de posição, a coloco deitada na cama e admiro seu corpo e seus peitos com o sutiã preto que ainda o cobre. Beijo seu pescoço e desço em uma corrente de beijos, sua mão alcança meu cabelo, como quem pede para não parar.

— Posso? - Pergunto quando alcanço o botão do seu short jeans.

Ela acena positivamente, levantando a parte inferior do corpo para que eu possa tirar a peça, mas no momento que minha mão alcança o zíper, sinto um vibrar em seu short.

— Merda. - Ela pega o celular no bolso traseiro do short e olha a tela. Assisto aquela cena ainda excitado, vendo a luz do celular iluminar seu rosto, mostrando sua boca avermelhada e levemente inchada, acompanhada do cabelo um pouco desgrenhado.

Seus olhos de repente se arregalam, em uma expressão de surpresa, como se por um momento tivesse esquecido o que estávamos prestes a fazer
— Não acredito. Não podemos. Não posso. - Ela empurra meu corpo para o lado, se levantando e rapidamente abotoa seu short. — Eu me deixei levar, me desculpa. Eu...

— Não se desculpe, eu participei. - Digo frustrado e um pouco rouco.

— Não... Arthur, isso não pode acontecer. - Ela agarra a blusa do chão. E nesse momento, me dou conta do erro em que caímos.

— Aconteceu, não deveria, mas aconteceu. - dou de ombros, mesmo sem ter me arrependido.

— Não, nada aconteceu. Nada. - Ela se aproxima de mim, ainda sentado na cama e pulsando desesperado por seu corpo. — Certo?

— Certo. - Respondo sem olha-lá. Quando percebo, a porta do quarto já se abriu e fechou. Me jogo de costas na cama, me questionando sobre como deixei isso acontecer. E merda... por que foi tão bom?

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