Culpa da bebida

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POV: Natália

— Por favor, conversa comigo. - Vitor implora pela terceira vez. Mesmo não podendo o enxergar por conta do par de homens que estão a minha frente, sinto a suplica em sua voz. Coloco a mão no ombro do Arthur e ao sentir o toque, ele abre caminho.

— Tá tranquilo. - Acalmo os meninos enquanto passo por eles.

— O que você quer? - Pergunto com mais segurança do que realmente tenho, pelo simples fato de saber que tenho pessoas ao meu lado. Eu não deveria estar me sentindo segura perto de alguém que eu compartilhei tantas memórias?

— Por favor, eu só quero conversar. Conversar com você, eu mereço isso pelo menos saber o que aconteceu.

— Você não merece a roupa que veste, seu idiota. - Minha amiga o olha enojada.

— Não se mete. - Meu ex responde rapidamente olhando para ela e logo se vira para mim. — Está vendo como ela é?

— Cuidado com o jeito que você fala com ela. - Alerto indignada.

— Pouco tempo já está ficando mal educada? Sabia que essas amizades não eram boas.

A pena que eu tinha por ele se dissolveu neste momento, sempre odiei a forma que ele me tratava como se eu fosse uma criança ingênua.

— Acho que é melhor irmos. - Digo.

— Vamos mesmo. - Meu ex concorda e pega em meu braço.

— Ela não estava falando com você, idiota. - O loiro atrás de mim fala rindo.

Vitor me olha com um rosto apreensivo — Vai deixar tudo o que vivemos para trás? Assim, do nada. Já pedi desculpas.

— Não, não pediu. Aliás, você nunca pediu desculpas para mim, nem uma única vez. - Puxo o meu braço de suas mãos.

— Lembre-se que a maioria das vezes eu estava certo e querendo o melhor para você.

— Ela não vai cair nessas manipulações suas, não mais. - Bruna diz se posicionando ao meu lado.

— Por favor, vamos conversar sem interrupções. Eu só preciso de um tempo com você, e vou te relembrar o quanto somos bons um para o outro. As opiniões de fora mexem com a sua cabeça.

— Eu... - Minha voz vacila quando lembro de alguns momentos nossos. Não! Ele literalmente me rastreava, nada é pior que isso. Ele mentiu, ele...
A voz do moreno atrás de mim, interrompe meus pensamentos. — Ela está meio bêbada, não acho que deve tomar decisões agora.

— Você embebedou ela, seu idiota? Pretende o quê? Leva-la para a cama? Não ouse toc...

Quando percebo fui puxada para o lado pela Bruna pois percebeu a movimentação atrás de nós. Vejo como o Arthur se lançou em cima do Vitor, mas que foi puxado rapidamente pelo seu amigo.

— Aqui não. - O loiro fala. — Podem chamar a polícia.

— Nem aqui, nem em lugar nenhum. Vamos para casa, por favor. - Digo meio tonta com tudo o que quase aconteceu. Minha amiga ainda segura em meu braço.

— Por favor, amor. Me dá uma chance. - Meu coração arfa e pela primeira vez me sinto triste, como se só tivesse percebido neste exato momento, tudo que estaria deixando para trás. Viro para o olhar e vejo como está triste — Não hoje.

Ele não responde, mas como sempre percebo a fúria tomar o seu rosto rapidamente. — Você não está sendo você.

— Eu só não estou mais pisando em ovos para não te irritar. Isso - aponto para nós - oficialmente acabou.

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