POV: Arthur
— Ai ela subiu logo atrás de mim e quando eu estava saindo de casa, encontrei o celular no chão da garagem. Bem estraçalhado, mas ainda ligava. - Digo após, com uma ótima tacada, colocar a bola 6 no buraco.
— E o que você fez com ele? - Pergunta meu amigo loiro, tomando um gole de sua bebida, do outro lado da mesa de sinuca.
Para responder sua pergunta, pego o aparelho, com a tela totalmente rachada, do meu bolso e o coloco na mesa. — Não sabia o que fazer. - Digo dando de ombros.
— Que porra é essa. - Ele fala rindo.
— Eu não sabia o que fazer. - Repito dando um gole na minha bebida - Pensei em passar por cima com o carro, mas sei lá.
— Jogava no lixo. - Ele dá uma tacada, colocando mais uma bola no buraco. — Na verdade, atropelava e jogava no lixo.
— Essa merda tem um rastreador. Não quero isso dentro da minha casa.
— E você decidiu trazer com você? E se esse negócio ainda funcionar?
— Se o cara aparecer aqui, é porque está funcionando. Se não, eu só jogo em um lixo qualquer.
— Beleza. - Ele dá de ombros. — Agora é esperar a merda acontecer. - Ele olha para o recipiente da bebida já vazia e continua: — Preciso de mais uma dessa.
— Traz uma para mim também. - Levanto a minha.
Tiro o celular de cima da mesa, vejo a tela clarear e aparecer a foto dos dois juntos. Mesmo com a tela bem quebrada, consigo ver o sorriso que ambos carregavam no rosto. Bloqueio e enfio no bolso novamente. Pego mais uma ficha na ponta da mesa de sinuca, pego as bolas e começo a posiciona-las.
— Você viu aquelas gatas que acabaram de entrar? - Rafa pergunta me entregando as bebidas com o olhar preso na porta de entrada.
— Porra. - Tento não revirar os olhos ao ver a Bruna sacudindo os braços e olhando diretamente para mim.
— Foi mal, acabei de perceber que é sua irmã. Aliás, ela tá gata para caralho.
— Cala a boca. - Digo para ele, enquanto nossos olhos acompanham as meninas se aproximarem.
Como se ele estivesse lendo meus pensamentos, ele fala: — Porra. - E em uníssono dizemos. — O celular.
— Oi boys. - Minha irmã diz encostando na mesa de sinuca.
— O que vocês estão fazendo aqui? - Pergunto olhando para ela.
— Por que não viríamos a um barzinho tão agradável como esse?
Limpando a garganta a Lia fala: — Só queria me distrair e sua irmã queria conhecer o tão famoso Bugatti, então viemos. Algum problema? - Ela arqueia uma das sobrancelhas.
— Não, nenhum.
Ouço meu amigo limpar a garganta e lembro de sua presença. — Ah, esse é o Rafael. - Apresento o loiro que está ao meu lado. — Bruna você já conhece. Rafael, essa é a Li... - corrijo-me rapidamente — A Natália. Natália, esse é o Rafael.
— Agora que as apresentações acabaram, realmente queremos alguma bebida. Vou pegar algo. - Minha irmã diz.
— Posso pegar algo para você. - Meu amigo se oferece e eu reviro os olhos na mesma hora.
— Vem comigo. - Ela chama ele.
— Ei - chamo ele que já estava se afastando - Tô de olho.
— Fica suave, irmão. Só estou sendo gentil. - Ele retruca com um sorriso no rosto.
— Sei.
— Deixa eles. - Lia fala enquanto pega um taco e passa o giz em sua ponta.
— Estou só brincando. - Observo seu movimento - E você, por acaso sabe jogar?
— Posso estar meio enferrujada, mas tenho certeza de que mal, eu não jogo.
— Ah não, não sem mim. Quero jogar também. - Bruna chega falando acompanhada do meu amigo e coloca as cervejas na mesa mais próxima de nós.
— Você não sabe. - A lembro.
— Nunca é tarde para aprender, irmãozinho. - Ela pisca.
— Duplas? - Propõe meu amigo.
— Com certeza. - Lia fala abrindo a sua cerveja e me passando uma.
POV: Natália
Não sei há quanto estamos jogando, Arthur e eu ganhamos duas das três partidas que jogamos contra a Bruna e o Rafael. Não vou negar que o loiro, carregou a vitória nas costas.
— Estou ficando casa vez melhor. Preciso de mais partidas para mostrar meu talento. - Bruna fala se mostrando triste pela nossa vitória.
— Claro, claro. Mas preciso ir no banheiro agora, pega mais fichas que a gente joga mais um pouco. - Minha dupla fala saindo de cena.
— Acho que deveríamos trocar de duplas. - Rafael fala alto o suficiente para que o Arthur ouça, mesmo estando um pouco distante.
— Aprende a perder, irmão. - Ele grita de volta.
— Então, meninas contra meninos? - O loiro propõe quando minha amiga já chega com as fichas e mais umas garrafas de bebida.
— Você tem quantos anos mesmo? Nove? - Ela questiona rindo.
— Super topo. - Digo a ajudando com as garrafas de cerveja.
Em poucos minutos o Arthur está de volta e sussurra algo no ouvido do Rafael, ambos com expressões neutras. Estranho esse contato.
— Criando estratégia para ganhar? - Pergunto.
— Claro, claro. To morrendo de medo de perder. - Ele pega o taco sorrindo e dá início ao jogo com uma tacada espalhando todas as bolas.
Venci a primeira e tenho uma impressão que foi fácil demais, depois eles venceram as próximas duas partida e não posso dizer que me surpreendi. A Bruna já está ficando bêbada, o que dificulta ainda mais.
— Preciso de uma pausa. - Assumo meu cansaço.
— Cansada de perder? - O moreno questiona.
— Exausta. - Respondo em tom de brincadeira.
Sentamos na mesa que nossa bebidas estavam apoiadas e observo o quanto de álcool já ingerimos, não lembro a última vez que bebi tanto. Na verdade... Lembro sim, com certeza foi antes de namorar o Vitor, me sobe um queimor só de lembrar sobre tudo o que vinha passando. Pego a garrafa a minha frente e decido que vou beber todo o conteúdo que ainda resta. Se ainda estou lembrando dele, é porque ainda não estou bêbada o suficiente.
— Tá tudo bem? - Rafael apoia o taco na parede próxima e se senta na cadeira de frente para mim.
— Sim, só precisei de um descanso mesmo.
— Ok. - Ele fala, mas percebo como rapidamente seus ombros se enrijeceram.
— Amiga, vamos no banheiro comigo? - Bruna pergunta já puxando minha mão.
— Licença. - Falo ao sair da mesa sendo puxada, cada vez mais rápido e mais forte. — Amiga, tá tudo bem?
— Só vem. - Ela responde sem ao menos me olhar.
— Ei, não tenta fugir! Estou te vendo. - Ouço a voz extremamente reconhecível. E observo o Vitor vindo em minha direção, o que parece ser em câmera lenta.
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Best friend's brother
Подростковая литератураNatália decide passar um tempo na casa de sua melhor amiga, com o único propósito de descansar um pouco, já que estamos no fim do ano e ela está livre de compromissos. Esse tempo se torna um pesadelo após ela descobrir algo inesperado sobre seu rela...