Embora muitos começassem a se desfazer do misterioso pó para adquirir bens e alimentos, tentando economizar seus dinheiros, muitos o guardavam. Os motivos variavam: desconfiança, medo, precaução e até mesmo preguiça. Muitos ainda não compreendiam completamente a situação, só agiriam quando tivessem compreendido. Um dos jovens em questão, que alertaram a todos do perigo que corriam, era um desses.
Todo dia ele caminhava pela cidade, principalmente na rua comercial. Conforme os dias passavam ele percebeu as mudanças que ocorreram, principalmente no comércio. Na primeira semana tudo parecia nos conformes, mas, a partir da segunda semana ele percebeu como o comércio pareceu mais agitado: e só piorava com o passar dos dias.
Ao questionar alguns transeuntes que passavam sobre o motivo desse movimento todo eles simplesmente respondiam:
- Alguns comerciantes estão começando a dar de graça suas mercadorias.
- Como assim de graça? Por que estão fazendo isso? – Questionava confuso o jovem.
Mas nenhum respondia de forma satisfatória, pareciam com pressa de ir a outro lugar, só diziam que estava de graça e não lhe davam tempo e nem saliva suficiente para que compreendesse totalmente a situação.
É claro que quando foi falar com um dos comerciantes – finalmente entendeu toda a situação – e embora estivesse tentado a fazer o mesmo que todos os outros: algo lhe incomodou. Não sabia dizer o que exatamente, o primeiro pensamento dele era o mesmo dos outros: o pó não tinha valor. Mesmo sendo consenso a todos na cidade, percebeu que a atitude do comerciante não fazia sentido.
Era de sua natureza não agir enquanto não compreendesse o motivo de algo. Ele não compreendia do porque o comerciante; cuja a principal atividade é o comércio, ou seja, a venda de bens em troca de algo de valor – um valor que por ele foi determinado – e desse valor ganhasse o suficiente para repor o que foi vendido e ainda se sustentar. Sabia que se o valor fosse muito caro ninguém compraria, mas de graça? Isso não lhe fazia sentido. Por que pegar como pagamento algo que era sem valor? A resposta não veio. Embora estranhasse o comportamento dos comerciantes, que mais tarde foi replicado pelo agiota, não tinha idéias ou pistas que o ajudariam a resolver esse problema. Mesmo não compreendendo, também não o afetava, então não chegava a diligentemente a pensar nisso.
Um dia encontrou seu amigo, o outro jovem mencionado, este era diferente dele. Impulsivo e oportunista, não se continha por dúvidas e não hesitava diante de, do que parecia ser, uma oportunidade.
Ambos se abraçam e o primeiro jovem, o desconfiado, vendo o seu amigo tão bem vestido logo lhe pergunta:
- Ah quanto tempo não te vejo, que saudades de ti. O que andas fazendo para estar assim tão alinhado e elegante?
- Eu? Não tenho feito nada demais, apenas o mesmo de sempre – Respondeu o impulsivo.
- Então como conseguiu roupas tão caras?
- Ah meu amigo do mesmo jeito que todos aqui.
- O pó misterioso?
- Sim o pó misterioso.
- Você também está utilizando-o para comprar as coisas?
- Sim estou, no começo eram as frutas, hoje tudo pode ser comprado com aquele pó. E pensar que eu achava que era inútil, agora veja como estou?
Deu uma volta mostrando sua roupa elegante.
-Realmente estás muito elegante. Gastou só com roupas e comida então?
- Não meu amigo eu disse que hoje se compra de tudo com aquele pó, e fiz a festa. Já que dei a sorte de te encontrar, quero te mostrar as coisas novas que comprei para a minha casa, é perto daqui. Aceita?
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O rei e seu tesouro
FantasyO povo é convocado ao castelo do rei. Ele dá aos seus cidadãos um tesouro, porém ele avisa que irá cobrar de volta e quem não devolver mais do que pegou irá sofrer um castigo enorme. O povo de posse do tesouro age conforme seus interesses. Alguns sã...