O MENTIROSO.
Quando jovem sempre distorceu a verdade para o favorecer. Como muitos acreditavam no que dizia ele continuou e se aperfeiçoou. Mentir para ele era algo tão natural quanto respirar.
Uma vez convenceu uma menina que era filho do rei, só para que ela lhe desse um beijinho. Certa vez querendo o lanche do colega convenceu que ele morreria se comesse o seu lanche e trocou o seu pobre lanche pelo o dele. Conforme cresceu, cresceu também suas mentiras, e pôs sua habilidade a trabalhar, promessas não cumpridas era sua especialidade. Prometeu riquezas, convenceu as pessoas a investir numa oportunidade única e garantida, todos que acreditaram perderam suas economias. Ficou conhecido e, portanto, ninguém mais dava crédito em suas palavras.
Quando o dia que o rei distribuiu seu tesouro chegou, assim como todos, se decepcionou – fui enganado – pensou ele de primeira. Porém era atento e percebendo como o pó foi se tornando valioso começou a vislumbrar uma oportunidade. Certas noites se olhava no espelho e perguntava a ele:
- Espelho, espelho meu, há alguém que eu não consiga convencer? – Ele se olhava com confiança e convicção e finalmente ele mesmo respondia:
- Não, não há.
É claro que por causa das suas mentiras ninguém sabia onde realmente morava. Trocava de rosto como se trocasse uma camisa, afinal se alguém o reconhecesse poderia ser seu fim. A medida que o tempo passava jogava suas sementes.
- Descobri um jeito certo de aumentar o tesouro, estou procurando um parceiro aceita?
- É sério? É claro que quero participar.
Lá se vai mais um pensava ele.
- Me empresta que te trago o dobro em um ano.
- Mas é claro.
Lá se vai outro. Nunca parava, pois o seu baú rapidamente se esvaziava, era a única coisa que lhe aborrecia. Procurava de todos os jeitos possíveis reter aquele pó mas não conseguia.
Quando o dia chegou estava confiante, checou o baú, não estava cheio, estava abarrotado. Levou o baú na carroça, e usando um rosto que nunca tinha usado se misturou na multidão.
O rei do alto do seu trono aponta para ele e este atravessa a linha com seu baú.
O rei o vendo logo o questiona:
- Por que mudaste de rosto?
Ele assustado pelo rei ter percebido logo responde:
- Nunca mudei o meu rosto majestade, esse é o meu rosto mesmo.
- Por que mentes para mim?
- Não estou mentindo.
- Está sim.
O silencio reinou por um minuto. O mentiroso se sentido acuado logo retruca:
- Não sei o que posso fazer para te convencer majestade de que esse é meu rosto.
- Nenhuma mentira que disser me convencerá, só a verdade.
- Majestade, não é o meu rosto que vai ser julgado e sim o baú. – Disse o mentiroso tentando contornar o assunto.
- É verdade, mas já me irritou antes quando veio buscar o baú com um rosto que não era o seu, e agora, diante de mim, novamente se apresenta com outro rosto.
A multidão ouvindo tudo ficou ouriçada.
- Como é? Ele não é quem aparenta ser? Então, quem é ele?
- Não pode ser! O rei deve estar enganado!
O rei ouvindo tudo, olhou para a multidão irritado, e esta temerosa se cala.
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O rei e seu tesouro
FantasyO povo é convocado ao castelo do rei. Ele dá aos seus cidadãos um tesouro, porém ele avisa que irá cobrar de volta e quem não devolver mais do que pegou irá sofrer um castigo enorme. O povo de posse do tesouro age conforme seus interesses. Alguns sã...