Capítulo 32

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Point of view by Jennie Kim

Acordei na manhã seguinte após o comunicado, e percebi que enquanto dormia, sorria, pois as minhas bochechas estavam um pouco doloridas, e havia um pequeno sorriso ainda permanente em meus lábios, me virei de barriga pra cima e coloquei as mãos sobre a mesma, lembrando da Liz.. a forma animada, afobada, receptiva, de como queria, eu estava tão tensa quando descobri, com medo, eu sei que era a Liz, e que nada, ou quase nada a chateava, sempre mantinha a sua energia positivo, o sorriso no rosto, fazendo todos ao seu redor ficar bem apenas com algumas palavras, mas mesmo assim, eu senti um medo tão estranho.. por Haley.. por Skyler.. pela a sua história, pensei que negaria, recuaria, duvidaria, mas isso não aconteceu..

Ela estava feliz.. e então estava tudo bem, porque eu também estava mais que feliz.

Não conseguia medir, não conseguia expressar, eu apenas estava incrivelmente inerte, flutuando em uma piscina de amor, paz e luz, coisa que a muito, eu não tinha, ou tinha, mas ainda não havia encontrado na imensidão da enorme piscina de sentimentos que o meu coração formava a cada segundo. Era como fechar os olhos, mas ainda poder enxergar claramente, sem medo do escuro, eu não reconhecia mais o que era a escuridão porque dês da sua chegada.. tudo estava bem, claro, com amor, pureza, leveza.

Sem cinzas, sem gritos e sem o fogo.

E agora, o nosso amor estava sendo provado ao mundo, em forma de um pequeno ser em desenvolvimento sobre o meu ventre, isso era impactante de alguma forma, excitante, de alguma forma em um anseio, que eu tinha. Além dos enjoos claro.

Ouvi a porta do quarto se abrir devagar, olhei por cima da coberta e vi Liz entrando com uma bandeja em seus braços, e em uma das suas mãos continha uma cesta, eu ri quando Kuma e Kai pularam na minha cama, fazendo uma grande festa quando eu os acariciei e os enchi de brincadeiras, com a voz doce na qual eu sempre me dirigia a eles.

- Bom dia, minha grávida - ela saudou, docemente, colocando a bandeja sobre as minhas pernas assim que me sentei, observando o meu café da manhã favorito, corei levemente.

- Bom dia, Liz..

- Como você está se sentindo? Acordou com algum enjoo? Dormiu bem?

- Estou bem, mas com fome..

- Olha só, então cheguei na hora certa.

- Sim - eu ri, mordiscando uma torta de morango, entre muitas coisas que haviam naquela bandeja - Não era para estar no veterinário agora?

- Avisei que chegaria no segundo turno hoje, quero garantir que ficará bem, pelo menos no período da manhã. Já conversei com a sua irmã e irei passar a noite aqui com você.

- Gosto da ideia - respondi animada, me sentindo em casa quando ela me abraçou por trás, beijando a minha nuca e descansando as mãos sobre a minha barriga.

- Você não tem ideia do quão feliz eu estou, Nini.. mas ao mesmo tempo com muito medo..

- Está com medo? Mas por que?

- Medo de falhar como mãe novamente..

- Liz.. - eu deixei o garfo de lado, me virando até ficar com os olhos nos seus, eu podia ver com toda a clareza o seu medo, a sua insegurança, e doeu ver aquilo - Nós não iremos falhar como mães, me entendeu? Estamos fazendo isso juntas, como sempre fizemos, dês do começo. Você será a mãe mais maravilhosa do mundo, e eu estou aqui apenas para confirmar isso.

- Mas.. e se eu não conseguir? - perguntou, de uma forma verdadeira, me mostrando todos os pensamentos nebulosos sobre a sua mente pequena e recuada naquele segundo, no nosso segundo - E se eu não for boa o suficiente.. de novo?

- Você sempre foi e sempre será boa com a Haley, o que aconteceu, nunca, foi culpa sua, está bem? O universo está te dando outro presente, e mostrando que agora tudo dará certo, iremos fazer dar certo, olha, eu também estou com medo, assustada e ansiosa, pois é a primeira vez, céus é o meu primeiro filho, e isso é.. de uma forma assustadoramente incrível, me entende? E se você está passando por isso, saiba que irei segurar a sua mão e sentirei medo junto a você, porque é assim que tem que ser, nós duas juntas, sempre.

Liz soluçou baixo, assentindo conforme se escondia como uma pequena criança entre meus braços, afundando a cabeça na curva do meu pescoço, chorando, mas deixando o seu sorriso florescer inocentemente contra a minha pele, eu sorri também, com os olhos fechados, acariciando os seus fios pretos e mostrando com o meu toque sútil que estriámos juntas naquela, naquele sentimento de medo, mas principalmente, de esperança para algo bom, puro, leve e tão pequeno, mas já tão amado por nós duas, pelo menos por mim era, e eu tinha certeza que Liz também o amava muito.

- Tudo bem.. tudo bem, eu vim aqui para cuidar de você - ela falou, se afastando, fungando e secando as suas lágrimas, dei uma risada - Comprei algumas coisas.

A observei, voltando a mordiscar a variedade de coisas que ela me trouxera como café, com um sorriso de orelha a orelha, Liz colocou uma cesta na minha frente, meus olhos mesmo que arregalados, se suavizaram, eu cedi sobre a minha postura e deixei que um mundo novo começasse a fazer parte da minha vida. Segurei um pequeno, extremamente miúdo macacão amarelo, nele havia desenhos de abelhas e favos de mel, era tão pequeno, que foi difícil soltá-lo por alguns minutos.

- Ele ou ela pode usar assim que nascer, o que você acha? Olha só, tem a toquinha também, é amarelo, não precisamos estereotipar um gênero de cor. Olha só, tem até sapatinhos!

- Liz! Amor! - a chamei, rindo a vendo dar vários pulinhos pequenos no lugar, enquanto me mostrava as pequenas coisas que ali havia - Respira - ela inspirou rapidamente e depois soltou o ar de uma vez.

- Pronto, respirei! Você gostou? Podemos trocar por um verde ou vermelho, vermelho é uma cor linda!

- Você já comprou brinquedos, Liz? - perguntei divertida, tirando de dentro da cesta uma das cinco pelúcias que ali continha, um elefante roxo com alguns detalhes azuis.

- Sim, olha, esse aqui a vendedora falou que é bom pra quando os dentinhos começarem a nascer, a não ser que queira servir de mordedor para o nosso filho, Nini, eu li ontem, em um artigo de mamães e papais, que bebês quando começam a ter os primeiros dentes, tem uma força gigantesca na mordida, e é tão afiado quanto dentinhos de um gato adulto.

- Leu um artigo de mamães e papais?

- Sim, estou na página setenta. Ah, lá fala também que mamães grávida costumam ter desejos estranhos, disso eu já sabia, então, minha grávida, deseja alguma coisa? - fiquei a olhando, mas só consegui gargalhar sobre todo o seu cuidado, não por achar engraçado, o que de fato era um pouco, mas por achar fofo e gracioso.

- Não, Liz, eu não quero nada - informei, pegando uma chupeta em mãos, olhei para ela, que ainda sorria ao me ver vendo as pequenas coisas.

- Isso será muito útil, amor. Quando você estiver cansada, eu posso acalma-lo de alguma forma. Será que ele será calmo?

- Ele sentem a vibração do lado de fora, e acho que está sentindo toda a sua agitação, Liz.

- Hum.. então ele ou ela deve saber o quão ansiosa e feliz eu estou, e como irei me esforçar para ser uma boa mãe - sua voz foi doce, ela se acalmou um pouco, descansando uma de suas mãos em minha barriga novamente, seus olhos presos naquele ponto, peguei o momento em que seus lábios abriam um sorriso tímido, ela corou um pouco, e envergonhada, se aproximou, se deitando sobre as minhas pernas, eu a observei, acariciando o cabelo, e me deixando ser feliz.

- Seremos muito felizes, Liz.. eu tenho certeza disso..

- Eu farei de tudo para sermos felizes, Nini..

- Eu acredito nisso, e te ajudarei em absolutamente tudo para que o nosso ninho seja o mais confortável e verdadeiro possível.

Ela me olhou, eu a olhei, confidenciei meus medos, as minhas expectativas e os meus sonhos sobre o nosso olhar compenetrado, e ela entendeu tudo, assim que um sorriso de certeza apareceu em seus lábios, confiante e me passando confiança.

A nossa felicidade começava ali.

Thoughts (Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora