Talvez seja uma boa ideia.

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Lucien abaixou as mãos para pegar a garrafa de água encostada no tronco da árvore. Estava treinando a horas, e finalmente a exaustão chegou a si não tão forte como das primeiras vezes quando começou a treinar depois da sua última visita a corte noturna, Há dois anos atrás. Dois anos que se passara rápido ao seu ver, e ao mesmo tempo tão devagar Devido ao seu grande avanço tanto físico quanto mental. Dois anos que ficou treinando arduamente com Juriam ou sozinho como hoje, já que este estava numa viajem a sabe se lá o quê.

Lucien treinou seu corpo, seus poderes, conversou com vassa quando tinha suas crises, chorou, sofreu tanto no início que pediu pra morrer milhares de vezes, mas não desistiu, não quando Vassa segurava seu braço e dizia que estava ao seu lado, não quando Juriam o abraçava de lado e falava que não ia sair de perto de si, não quando Feyre veio o visitar pela primeira vez depois de 6 meses e o viu da pior forma, magro e com manchas pretas abaixo dos olhos Devido as noites mal dormidas, e dentre todas as coisas que ela podia ter falado falou a melhor e que ajudou de maneiras inimagináveis.

“- Eu amo você, eu perdoei você a anos Lucien e se precisar de mim não importa onde, quando ou como eu vou atravessar o mundo pra te ajudar, como você um dia me ajudou – Ela disse”

Naquele dia Lucien se deixou chorar na frente dela, deixou ver ela ver sua tristeza e angústia, ver sua dor e perda e ele nunca se arrependeu daquilo. Isso foi o estopim pro seu progresso, aumentou seus treinos, começou a ler livros e aumentar seu conhecimento tático e teórico sobre estratégia, deixou que Vassa o ajudasse, que ensinasse ele a se perdoar, que nem tudo que ele viveu era culpa dele, na verdade que nada era sua culpa, tudo foi consequências de ações e ele aprendeu a não se arrepender de tomar decisões que o levara a encontrar essas pessoas que hoje o apoiam.

Com o tempo seu físico foi ganhando mais massa, músculos, suas olheiras sumiram e seu olhar antes caído e deprimido se tornara  brilhante e com esperança. Sabia que somente dois anos não curaria mais de quatrocentos anos de dor e sofrimento, mas também sabia que continuaria cuidando de si mesmo, se amando, se valorizando e amando quem o apoiava.

Deu o último gole de água e afastou os pensamentos chacoalhando a cabeça, virando para o caminho da mansão, já estava tarde e logo anoiteceria e estava morto de fome.

Quando estava próximo sentiu um cheiro familiar e grunhiu em irritação. Avistou a mansão e em pé na porta viu o indivíduo que sabia que tinha ido ali para o importunar.

- Pequeno Lucien, ao menos disfarce que esta contente em me ver, já faz dois meses que não venho te visitar – Ronronou o desgraçado.

- Você não sabe o quanto estou feliz em te ver, Rhys. Por favor entre e deixe-me mostrar o quanto estou feliz – Sorri ironicamente, se tinha coisa mais estranha do que ele ter se aproximado do grão-senhor nesses dois anos, Lucien não sabia.

Foi a aproximação mais estranha e inesperada, num dia estava simplesmente treinando quando o moreno chegou e perguntou se poderia se juntar no treino, Lucien rira por um minuto inteiro até perceber que ele falava sério, mas então cedeu. Isso até descobrir depois que ele tinha ido tentar convencê-lo a participar do jantar que Feyre tinha feito, pedido esse que ele negou graciosamente. E então, quase todo mês Rhys vinha visitá-lo e chamar para esses eventos, que sempre eram negados.

- Seu sarcasmo e ironia é tão animador de se ver, Lucien – Falou depois de um tempo, entrando na casa.

- Qual o evento da vez Rhys? Sei que você ama vir me visitar, mas sempre é pelo mesmo motivo – acusou Lucien.

- Me sinto ofendido – Colocou a mão no peito – Mas enfim, Feyre quer você no solstício, o convite vai vim sempre, você sabe e eu faço questão de vir pessoalmente – Lucien sabia que sim, só não sabia porquê, apesar de ter uma ideia.

Recomeçar - Luriel. Onde histórias criam vida. Descubra agora