Corte Diurna

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Quando o clima solar da Corte Diurna bateu nos rostos dos dois, Azriel foi o primeiro a suspirar.

-Aqui o clima não é ruim, não tá gostando do calor? - Lucien falou enquanto caminhava no enorme corredor do palácio da Corte e admirava os quadros nas paredes, em sua maioria de Helion e um deles chamou sua atenção. Não era um quadro do Grão-Senhor, mas sim de todos e suas respectivas linhagens, a de Helion estava vazia ainda sem um herdeiro ao trono.

- Não achei ruim, pelo contrário, aqui é magnífico. - Lucien tinha que concordar.

De todas as cortes que visitaram aquela parecia ser a mais linda, cintilante e vibrante. Era como se o próprio sol revestisse todo o seu poder ali e a todos que habitavam na Corte e aquilo trazia uma sensação familiar a Lucien.

- Fico lisonjeado, Encantador de Sombras – Helion surgiu no final do corredor vestindo uma túnica branca e suas joias de Ouro. - Rhysand me avisou da visita que vocês viriam e me sinto mais do que feliz com vossas presenças.

- Digo o mesmo, senhor – Lucien fez uma pequena reverência.

- Vamos conversar então – E os direcionou para uma sala ampla, deveria ser o escritório – Infelizmente sinto que meu pedido ainda não vai ser aceito, não é Azriel?

- Não, talvez na próxima – Disse simplesmente.

- Uma pena realmente, mas me diga o motivo da reunião? - Disse ainda olhando para Azriel, esperando que ele falasse, mas foi Lucien que começou.

-Uma pessoa: Koschei, como sabe ele ainda é uma ameaça iminente e tivemos algumas informações que ele anda se movimentando e a julgar por isso um ataque dele pode estar mais próximo do que imaginamos – O ruivo não precisava falar sobre a aliança, já era óbvio que Helion não ia sair e muito menos cortar a parceria que tinha com a Corte Noturna.

- Se ele está agindo, sozinho não é com certeza.

- Até agora não sabemos exatamente se ele tem alguma ajuda – Começou Azriel, mas o ruivo ergueu uma mão chamando atenção.

-Beron está com ele. - Azriel o olhou surpreso, aquilo era uma acusação direta, poderia levar até a morte do ruivo.

- Não sabemos disso, são apenas suposições Lucien – O moreno tentou.

- Ele está, estou afirmando – Helion ergueu uma sobrancelha para que continuasse – Percebi no dia que chegamos lá, a energia da floresta estava diferente, não vimos nenhum animal porque todos estavam se escondendo, assustados com uma magia densa que tinha ali. Na mansão eu vi o porquê, Beron estava usando um colar diferente, a magia que emanava não era dele, tinha o mesmo cheiro que a maldição de Vassa. - Lucien finalizou e Azriel o olhou espantado, como diabos ele não havia percebido isso? Não, ele não teria como. Para ele estava tudo normal, ele jamais notaria alguma diferença mesmo com quinhentos anos de espionagem e conhecimento ampliado, Lucien era inteligente e percebia os mínimos detalhes.

- Por que não me disse isso?

- Um você tava me ignorando, dois não podia falar isso ao vento, aquele feiticeiro sabe de tudo, não podia arriscar.

-Realmente o apelido de Raposa faz jus a você, Lucien – Helion disse – Se eu fosse Beron e tivesse um filho como você sentiria orgulho disso.

-É... Obrigado – Lucien enrusbeceu – Eu também queria pedir um favor para o senhor...- Som de trombetas soaram ao longe e Helion se assustou e começou a andar para fora, Lucien e Az o seguiu.

- O que tá acontecendo? - O moreno perguntou.

-A cidade tá sendo atacada, passaram por minhas defesas – O quebrador de feitiços mais forte da história teve sua defesa derrubada, a ideia assustou aos três. - Vão para as defesas internas, vou dar um jeito nisso.

Recomeçar - Luriel. Onde histórias criam vida. Descubra agora