Carta.

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Uma semana havia passado e eles ainda não tinham encontrado absolutamente nada naquela cidade, era somente um ar poluído, sem vida, cinza e barulhento. Não havia um único sussurro sobre qualquer artefato magico e os quatro já começavam a ficar irritadiços com tanto barulho, perversão e roubos.

Durante a semana, pelo menos duas vezes ao dia alguém tentava os roubar, quer dizer, tentavam roubar Eris e Lucien, Azriel se adentrava nas sombras e ninguém o via, já Marx tinha o dom de um verdadeiro espião, sumia e só voltava ao até do dia com uma carranca no rosto e um balançar de cabeça em negação.

Deveriam sair da cidade, já que não conseguiam informações de nada e nenhuma pista sequer, mas Lucien continuava insistindo que tinha algo sim, só precisavam procurar mais. E agora os quatro estavam posicionados no quarto do ruivo mais novo, bebendo e tentando encontrar uma solução para aquela semana de derrotas.

- Deveríamos ir para a próxima cidade, está claro que aqui só encontraremos ladrõezinhos de merda. – Eris resmungou estressado. Lucien riu do irmão, em um momento de desleixo, um jovem feérico conseguiu pegar umas das joias do cinto do mais velho, o mais novo riu horrores quando viu o irmão desesperado procurando pelo rubi.

- Você que foi burro demais para deixar alguém roubá-lo – O mais novo alfinetou.

- Lucien, por que você não até aquela janela, amarra uma corda no pescoç... – Eris começou, mas a tosse fingida de Marx o interrompeu.

- Acredito que seria um bom momento pra ir para Avallyn – Marx ergueu uma sobrancelha para Eris, em questionamento pela sugestão do mais velho para Lucien. – Acredito que não há mais nada aqui.

Lucien se remexeu na cama e Azriel ao seu lado apenas moveu sua asa para perto dele. – Eu sei, mas que eu sinto que ainda falta alguma coisa, algum canto que não vimos, alguma pessoa que não estamos enxergando.

- Estamos perdendo tempo, Beron pode muito bem fazer o próximo ataque amanhã e ainda sequer sabemos se essa espada ainda existe. – Eris disse.

- A espada era poderosa, ninguém era burro ou inteligente o suficiente para destruí-la, está perdida apenas. – Azriel murmurou e se recostou na cama se alongando, Lucien observou os braços fortes dele e imagens vieram a sua mente, ele balançou a cabeça tentando afastar as imagens.

- Só mais um dia, se não acharmos nada vamos embora e... – Uma batida soou na porta do quarto, Azriel entrou em estado de alerta e caminhou para a porta, a mão na reveladora da verdade. Os outros no quarto fizeram o mesmo, mas quando a porta abriu, era apenas a senhorinha que era dona, com uma bandeja em mãos e em cima, uma carta.

- Para os senhores. – Ela entregou para o moreno e deu um pequeno sorriso sinistro, e então saiu.

- Não tenho medo de nada, a não ser idosas e crianças com rostos de demônios. – Eris chacoalhou a cabeça. – Mulher macabra.

- Abre. – Lucien murmurou e Azriel investigou a carta, e então a abriu. A carta explodiu em poeira e pó cinza, rodando e formando um redemoinho de poeira em cima da mesinha de centro. Marx envolveu os ruivos em um escudo transparente e Azriel usou um dos sifões para se proteger do que quer que viesse depois disso.

Mas então a fumaça baixou para a mesa e formou palavras em uma caligrafia detalhada e complicada. Todos franziram o cenho diante a imagem e então Lucien leu em voz alta a frase escrita:

"Prezados convidados (Não convidados), diria que seria uma honra os ter nessas terras, mas este lugar é um desagrado as quaisquer olhos sãos. Boatos correm como pequenos grãos de areia ao vento e acredito que o que vocês procuram não esteja aqui, porém, é de feitio e bom grado ao menos avisá-los, que há um ser por estas terras fúnebres e tortuosas, que dará respostas as suas perguntas.

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