9-Sentimentos

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Pov. Max Verstappen

Meu Deus, eu e minha boca aberta

-Max, isso realmente aconteceu? - Ela perguntou se aproximando e eu me afasto

-Como assim?

-Eu tenho uma lembrança desse dia, mas pra mim tinha sido algum sonho doido- Ela fala voltando pro sofá- Eu contei isso pra minha psicóloga

-Do que você lembra? - Falo sentando do lado dela- Desse seu sonho ou sei lá o que

-Pouca coisa, algo como você dizendo que eu era uma mulher incrível e depois você falando o quanto ainda era difícil pra mim me envolver com alguém

-Meu Deus, isso é loucura

Eu to confuso, talvez parte da minha raiva seja por ela não se lembrar umas das noites mais importantes da minha vida, e agora pode ser que ela lembre de alguma coisa

-Eu, de verdade não me lembro de tudo, eu queria lembrar pra poder te dar uma resposta

-Não esperava uma resposta, esperava que você só falasse como se sentia em relação a isso, independente do que fosse... eu queria ter conversado, em vez de só transar e pronto

-Max, me desculpa, eu realmente tinha bebido muito, como eu realmente queria te dar essa resposta

-Não preciso dela mais, to com uma pessoa que realmente parece gostar de mim, e você não vai estragar isso

-Não tenho essa intenção- Ela fala desviando o olhar- Ver você comentando sobre você e Jos, me fez perceber que talvez eu tenha sido um pouco egoísta

-Talvez? Só pode estar brincando né?!- Falo me levantando do sofá. Incrível como ela é teimosa

-Max eu realmente precisava sair daqui um pouco, a forma que fiz foi errada. Naquela época parecia certo, ou vai me dizer que deixaria eu ir sem tentar me convencer a ficar? - Fiquei quieto- Ta vendo

-Isso não justifica nada. Não se arrepende nem um pouco? De se afastar da gente

-Na semana que voltei pra Boston, eu surtei, literalmente, no hospital. Eu trabalho com crianças com câncer a algum tempo, e depois do meu pai, eu não consegui, tive uma crise de pânico no meio da sala de cirurgia. O nome dela era Alina, ela tinha câncer, linfoma no intestino pra ser um pouco mais exata, ele não se espalhou pros outros órgãos, por conta da quimio e da radio, mas ele diminuía e crescia e isso fez ela ficar muito fraca, por conta da medicação. Outro cirurgião tava fazendo um transplante, ela passou muito tempo lá com a gente no hospital- Ela pausa e limpa as lágrimas e eu sento em sua frente- Eu não era a cirurgiã dela, mas outro cirurgião que estava fazendo precisou sair da sala para resolver outra coisa e me chamou, eu fui sem olhar quem era a criança, quando cheguei lá me lavei e o doutor Miller já tinha saído da sala. Quando vi sobre o que se tratava, eu entrei em pânico, mas mesmo assim tentei manter minha calma, não se tratava de mim, fiz a cirurgia no automático, parecia que não era eu que estava coordenando meus braços, eu só... fiz. Quando ia pedir pra fecharem ela- Ela engasga com o próprio choro

-Isa..

-Não eu quero contar. Quando ia pedir pra fecharem ela, ela teve uma parada cardíaca, e eu tive uma crise de ansiedade, uma das piores da minha vida, no meio da sala de cirurgia, com uma criança morrendo, eles tentaram reanimar ela mais era tarde demais. E eu só queria minha mãe ali comigo, e você me dizendo que tudo ia ficar bem

-Eu... sinto muito- Falei pegando na mão dela

-Naquele dia eu me senti um lixo, me senti uma assassina, eu tinha matado uma criança que poderia ter um mundo todo pra ela desco...

-Não pode se culpar por isso, ela já estava debilitada

-Mas se eu tivesse reagido rápido pegado as pás, talvez

-Nada de talvez, olha pra mim. Você não é culpada pela morte dela, você sempre me dizia que há sempre riscos em uma cirurgia, todos sabiam desse risco inclusive ela

-Na mesma semana eu conheci a Malena, minha psicóloga, hoje minha amiga também, ela me ajudou bastante, olha eu precisava desse tempo, eu achava que demonstrar minha dor perto de vocês era ruim, já estavam todos tão tristes que mais tristeza só ia fazer mal

-Logo você que me ensinou que a dor, não é um sentimento bom, mas é preciso passar por ela quando acontecer

-Eu fui embora achando que eu precisava esquecer tudo e todos, que me faria bem, mas não fez, e quando eu entendi isso a Malena me fez viver o meu luto tanto do papai, quanto do Jules, da forma certa, da forma que eu deveria ter vivido, e estar aqui pra mim é uma das últimas etapas. Eu precisava ir pra entender e viver o meu luto e todos me odeiam por priorizar pela primeira vez os meus sentimentos, eu não podia desmoronar perto de vocês.

-Você realmente não entende né- Falo de forma irônica

-O que Max?

-Que o problema não foi o que você fez e sim a forma. É muito egoísta da sua parte em nenhum momento pedir desculpas, por ter abandonado a gente, deixado todo mundo preocupado por meses com você. Alguns anos atrás, eu voltaria correndo pra sua vida, viveria e morreria por você, por que eu te amava sabe, de verdade eu amava você com tudo que eu tinha dentro de mim, agora tudo que tem aqui dentro em relação a você é raiva e dó, porque você é tão mesquinha e tão egoísta que vai acabar sozinha, e eu quero estar de camarote vendo você se afundar em solidão. - Eu não aguentava mais segurar as lágrimas, então as soltei

-Max eu não to pedindo pra voltarmos a ser como antes, eu só quero que você me entenda. Onde ta aquele cara compreensivo que eu ajudei a aprender a dar segundas chances

-Você matou ele, quando entrou em um avião e atravessou aquele oceano. Esse Max ainda tem algumas coisas daquele, mas, ele sabe a quem mostrar essas coisas, e agora e você não é uma delas. Amanhã vou ter um dia longo, pode sair da minha casa?

-Claro

Levei ela até a porta

-Max, espero de verdade que você e a Kelly deem certo- Ela fala e eu fecho a porta

Que merda é essa

Pov. Narradora

Isabela foi para seu carro e a primeira coisa que fez foi chorar por um bom tempo, sem conseguir sair da porta do prédio de Max

Já Verstappen teve a mesma reação. Chorou por mesmo depois de tudo algo dentro dele ficar entranho mesmo depois de tudo, chorou pela forma que a tratou, nem sabia o motivo por ter feito aquilo, talvez magoa, orgulho. Ele queria ter a coragem, mesmo tendo dito o contrário para ela, de falar que aceitava ela de volta, não seriam preciso explicações, lágrimas, desculpas, só ela falando que o queria da mesma forma que ele a queria. O que o fez parar de pensar sobre isso foi o fato de que em nenhum desses pensamentos, como Kelly se sentiria entrou na equação.

Ele pensa também que em algum momento falou que ainda a amava

Ele mantinha todas as coisas que ela deixou em seu apartamento em uma gaveta de seu closet. Todas as roupas, acessórios e as fotos deles em uma gaveta, que representava muita coisa, muito sentimento, as vezes ele abria aquela gaveta e observava as coisas ali em momentos específicos. Ela trazia sentimentos não só sobre os dois juntos, mas também sobre ele e ele mesmo afinal, Isa sempre representou a mudança, o sopro de ar fresco da vida dele.

 Ela trazia sentimentos não só sobre os dois juntos, mas também sobre ele e ele mesmo afinal, Isa sempre representou a mudança, o sopro de ar fresco da vida dele

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○Espero que tenham gostado

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