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Dylan

Saí do elevador já escutando vozes, que pareciam ser briga. Caminhei lentamente observando uma mulher segurando o braço de uma garota, que vestia uma roupinha lilás super fofa e tinha o rosto banhado em lágrimas.

- O que eu te falei sobre sair dos lugares que eu te deixo? Hein? - a mulher pergunta e dá um tapa na menina que murmura "desculpa" baixinho. - Você é alguma surda? Quando eu falar com você, é pra você me respeitar!

Minha secretária, Lizzie, tinha um olhar de pena sobre a menina, que parecia uma criança levando bronca da mãe enquanto tinha seus ombros encolhidos e sua cabeça baixa.

- Ela não fez por mal, Greta. Não precisa bater nela assim. - minha secretária diz tentando apaziguar.

- Não se meta aonde não foi chamada. - a mulher falou de forma rude, minha secretária ia responder mas assim que me viu, ficou calada.

- Boa tarde senhoritas. - falo parando próximo a elas, os olhos da mulher quase saltam pra fora.

- Boa tarde, senhor Dylan. - minha secretária diz e eu dou um sorriso ladino.

- Oh, senhor Dylan...e-eu, me desculpa por isso, eu, eu só vim buscar ela. - se explicou aparentemente nervosa enquanto apontava pra menina parada ao seu lado.

Ela tem a pele morena, os cabelos tem uns cachos armados e não aparentava ter mais que um metro e sessenta. Ela soluçava baixo enquanto limpava seu rosto das lágrimas causadas provavelmente pela mulher ao seu lado.

- Já estamos de saída. - segurou o braço da garota e saiu puxando-a.

- Tchau tia Lizzie. - a menina se virou pra trás ainda chorosa e deu tchau com a mão livre, minha secretária abriu um sorriso mínimo e deu tchau também.

- Vem peste! - deu um solavanco que a menina tropeçou nos próprios pés.

- Senhor Dylan me desculpe por isso. - minha secretária diz e suspira. - Ela não é uma mãe muito boa.

- Quem são?

- Ah...é a faxineira. - suspirou. - Aquela é a filha dela, a menina perdeu o emprego a uma semana e ela a trouxe pra tentar algo aqui.

- Você a conhece? - ela maneou a cabeça para os dois lados.

- A conheci essa semana, já é a segunda vez que ela vem, é bem simpática diferente da mãe que é uma cobra. - fala parecendo ter dó e eu apenas confirmo. - Bom, vamos ao trabalho. Seu amigo passou aqui e deixou isso para o senhor, disse que precisa da sua assinatura. - estendeu um papel.

- Daqui a pouco olho com mais calma, obrigado senhorita Lizzie. - ela deu um sorriso e eu caminhei pra minha sala.

Apesar de ter um monte de trabalhos a fazer, não conseguia me concentrar. Meus pensamentos estão todos no acontecimento de hoje cedo, aquela menina parece ser tão meiga.

Confesso que fiquei com pena ao vê-la naquela situação, mas eu não sabia o que tinha acontecido e não a conheço pra tirar a autoridade de sua mãe.

Mas mesmo assim sinto como se ela tivesse apanhado atoa, seu rostinho meigo banhado em lágrimas e vermelhos pelo choro me deixou abalado de alguma forma, e agora me sinto um pouco culpado por não ter feito nada.

Isabelly

- Sua imbecíl. - me deu um tapa assim que entramos no elevador. - Você quer me fazer perder o emprego também? Quem vai colocar comida na mesa se eu perder o serviço? Hein? Você não pensa?!

Ela falava tudo isso enquanto me dava tapas pelo corpo, enxuguei minhas lágrimas enquanto tentava prender os soluços. A mamãe falou que se eu nao parasse de chorar, em casa ela ia me bater com a cinta.

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