Capítulo 01

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All Star e um vestido preto curto não eram a roupa apropriada, mas foi o que encontrou no guarda-roupa. Seus cachos revoltosos caiam sobre o ombro, nada muito usual, porém ela chegara quase na hora.

Entre a madrugada ela ouvira os soluços de Jiwoo, o desespero da amiga quando ligou foi palpável, logo Lana deixou os livros caírem e discou o número de emergência. Ainda era tudo muito recente, mas o assassinato do pai da amiga já era noticiado entre os becos da cidade, acertos de contas, drogas e outras teorias encheram as ruas de Seul.

Lana não queria saber no momento, permaneceu do lado de Jiwoo, trajando as roupas tradicionais, que fazia sua breve despedida para o pai. Ela poderia se fingir de forte, contudo, os olhos vermelhos não enganavam.

Passos preencheram o recinto anunciando a entrada de alguns homens de pretos, aparentando serem subordinados do que seguia na frente. Sem cerimônias eles entraram no local onde Lana e Jiwoo estavam, o mais alto e que deduzira ser o chefe, acendeu um cigarro tragando a fumaça.

A garota de cabelos cacheados não pode evitar encarar o homem, entre a faixa de uns 35 anos, relógio reluzente, ele olhava para a foto do pai de Jiwoo com melancolia. Talvez fosse seu lado inocente ou ingênuo, mas por um breve intervalo ela sentira compaixão dele

— É você que comanda o tráfico? — Jiwoo indagou, fazendo ele parar.

O homem voltou para ela fitando, para logo em seguida passar a mirar os olhos puxados de Lana. A reação costumeira que ela aguardava, surpresa e repulsa, não vieram, ele apenas a via como uma pessoa qualquer o que a chocou.

— O que obrigou o meu pai a fazer?

— Jiwoo — Lana interveio, saindo dos seus pensamentos, a última coisa que precisavam era chamar a atenção daquele cara.

— Você o fez...  bater, ameaçar e atacar os outros? — ela retomou, sem medo. — Quem matou meu pai?

— O seu pai... — ele disse, sem olhá-la. — Foi o homem mais confiança, um irmão. E O Donghoon foi sim... um bom pai. Lembre-se disso.

Dessa forma, ele lançou um último olhar para as duas antes de sair com seus guardas costas no encalço. Lana pode respirar fundo mais aliviada, seja lá quem ele fosse era bom mantê-lo longe.

Por outro lado, Jiwoo parecia ponderar todas as palavras dele, seus olhos vagos sem um ponto fixo vasculharam as paredes até as flores que enfeitavam a cerimônia.

— Você perdeu o juízo? — Lana conseguiu dizer. — Esse cara pode ser perigoso.

— Eu preciso saber, Lana — ela retrucou, as mechas lisas caiam sobre seu rosto.

— Entendo que você...

— Desculpa, mas tenho que descobrir.

Por céus, Lana praguejou seguindo a amiga aonde quer que fosse.

Hotel Liber foi uma nova descoberta, não tinha muitos amigos e muito menos poderia ser símbolo de popularidade. Sua vida social resumia a sair com sua mãe e passar um tempo lendo livros de romances clichês, talvez isso explicava a dificuldade que tiveram para encontrar o local.


Mesmo com os inúmeros motivos apresentados Jiwoo seguia firme na ideia de inquirir o chefe do tráfico, lá estavam as duas paradas diante de um segurança sem margem para socializar. Lana compreendia a perda de Jiwoo, o pai era tudo que tinha até então, aguentou todos os xingamentos e provocações, agora ele não estava nem ali para ligar, mas acima de tudo, ir de encontro com aquele homem era a pior ideia.

— Já chega, vamos embora — disse, puxando o braço de Jiwoo.

Mas antes que a garota desistisse o segurança deu um aceno para as duas entrarem, tão surpresa quanto a amiga, Lana estancou no lugar, não podia estar acontecendo.

Jiwoo entrou com passos apressados, as cores escuras entre vermelho e laranja iluminavam o local, o corredor não aparentava ser longo e elas adentram encontrando o mesmo cara de horas atrás. Lendo alguns papéis sobre a mesa ele não fez mensura de olhá-las de antemão

Seus olhos escuros mirou ambas novamente, sem se intimidar Jiwoo parou diante da mesa dele, os cabelos desengrenados e um olhar firme. Lana quis se aproximar, porém sabia que não teria efeito sequer.

— Você pode encontrar quem matou meu pai? — ela perguntou. — Disse que ele era um irmão pra você.

— E se eu o encontrar?

— Eu vou matá-lo eu mesma — Jiwoo disse sem fraquejar.

Lana não queria acreditar no que ouvira, devia ser a perda junto com toda dor que resultou nisso, ela queria crer que sua amiga nunca faria isso, era loucura.

Ele se levantou ponderando as palavras dela, as mãos dentro da calça social enquanto avaliava Jiwoo.

— Você sabe o que é matar alguém? — falou, estendendo uma faca para ela. — Me esfaqueie

Lana a viu empunhar a faca, seus dedos tremendo, ela estava nervosa, mas não soltara a faca. Quando viu ela erguendo o punho para atacá-lo, a mais velha correu até eles, Jiwoo não era uma pessoa violenta, apenas quando se sentia ameaçada.

Antes que Lana se colocasse entre eles o homem, sem nome até então, segurou o pulso de Jiwoo ordenando que ela o esfaqueasse. Sua amiga ficou atônita quanto Lana quando ele a empurrou seguido de um tapa que ecoou por todo o lugar.

Lana se aproximou com rapidez, nunca fora uma menina de tanta atitude, mas naquele momento não mensurou nada quando ficou na frente dele, que a olhava com um ar questionador. Comprimindo os lábios carnudos ela espalmou sua mão no rosto dele produzindo o mesmo ruído quando ele atingiu sua amiga.

O rosto dele virou levemente com o tapa, pequenas marcas na sua pele avermelhada ficaram, o olhar dele carregava fúria, no entanto ela não recuou, por deus ele havia batido em sua amiga, esperava que ela apreciasse a cena?

— Você é doente! — ela exclamou horrorizada, apontado para Jiwoo.

— Tire as duas daqui! — ele ordenou irritado. — E você, agradeça por sair viva hoje.

Lana não teve tempo de retrucar, as duas foram escoltas para fora do Liber sem nenhuma gentileza. Ela ousou olhar para trás encontrando ele a observando, havia raiva e ódio nos olhos dele, algo dizia que não a perdoaria facilmente.

E a jovem também não fazia questão de retirar tudo o que disse sobre o mafioso.






NOTAS

Oi! Pessoas :)

Aqui vai alguns avisos que eu acho relevante:

Escrevi essa fic porque eu particularmente amei esse dorama, mas em nenhum momento quero ferir a integridade dos atores.

Sei que se passaram 5 anos no dorama, mas aqui adaptei para 3 anos com algumas mudanças.

Alguns personagens novos que vão aparecer são criação minhas.

As palavras em coreano inclusa nos caps estão em romanização e não no próprio hangul (alfabeto coreano), n costumo mt usar dessa forma, mas é isso e a tradução vai estar no fim de cada capítulo.

Espero que gostem e acabem se divertindo um pouco  ^^

Eva

FrenesiOnde histórias criam vida. Descubra agora