Capítulo 27

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O clima em casa não estava um dos melhores, embora semanas tivessem se passado, sua mãe ainda a olhava como se tivesse cometido um crime hediondo, não limitando os comentários propositalmente ácidos que podia usar. Lana suportou com paciência, apesar de receber um olhar tão acusatório de quem ela mais amava doía, uma hora ela teria que aceitar a realidade, Choi Mujin e ela estavam juntos, Hayun querendo ou não.

Apesar de tudo, seu pai era o único motivo para tolerar com tanta paciência, ele continuava sendo um ponto neutro entre elas, quando via que sua ex-esposa estava sendo rigorosa ele intervia. Lembrando que Lana era filha deles e no fundo Hayun recuava. Não chegou a vê-los brigando desde a última vez, aparentemente o que houvesse resultado daquela conversa eles decidiram não a tornar mais desastrosa.

A jovem estava tão grata por ele escolher ficar até sua formatura, só assim teve um café da manhã sem brigas e acusações, em um dos dias mais importantes da sua vida.

Quantas noites tinha sonhado com esse momento, em que finalmente estava dando um passo para a vida que sonhou, apesar de agora fosse tão diferente do que imaginava, mesmo assim o frio na barriga tomou conta dela conforme ouvia um dos professores começar a cerimônia.

Na frente ela pode ver seus pais na terceira fileira, logo atrás Jiwoo, Minah, Daejung e até mesmo Woong. Todos sorrindo orgulhosos dela, a emoção fez seus olhos encheram de lágrimas enquanto Jiwoo acenava para ela no incentivo que dizia sentir orgulho dela.

Sua melhor amiga tinha compartilhado seus momentos mais sombrios com ela, noites chorando em que Lana passava sua mão nas mechas lisas tentando reconfortar e sendo otimista. Elas cuidavam uma da outra com amor e carinho, tão profundo que nunca seria escasso. Ver Jiwoo prestigiar sua formatura encheu Lana com uma alergia palpável.

Um zumbido que percorria eufórico por seu corpo, ainda assim, uma parte escondida dela estava inquieta.

Vasculhando todas as cadeiras do auditório, uma pontinha de decepção atingiu quando não encontrou os olhos escuros tão familiares, havia um certo número de pessoas que ela conhecia e até mesmo estava vendo pela primeira vez, era claro que se sentia feliz por todos estarem fazendo parte desse momento.

Lana esticou mais os lábios, empurrando aquela frustração para longe, era seu dia, nada estragaria.

Ela se concentrou em ouvir o representante de turma discursar sobre jornada até ali, o quão havia sido difícil tanto para ele quanto os demais. Uma verdade afinal, Lana tinha trazido tanto receio do seu ensino médio tenebroso, que criara um medo preliminar do que esperava na universidade, na sua conta não duraria mais que um mês lá, no entanto, aqui estava ela concluindo apesar de todo seu receio.

As vezes subestimava sua própria força.

Todos ficaram de pé quando ele encerrou e um por um foi chamado para receber seu diploma. Ela levantou quando seu nome foi anunciado, ouvindo palmas e assobios dos seus amigos.

Sentir a textura daquele papel em suas mãos ia muito além de uma cerimônia, carregava um valor incalculável de algo completo, feito.

Assim que os novos formandos se dispersaram pelo auditório, andou até os pais que sorriam para ela, foi impossível não retribuir.

Seu pai foi o primeiro a abraçá-la girando, como fazia muitos anos atrás, arrancando uma gargalhada dela.

— Papai! — Lana sentiu o piso abaixo dos pés novamente.

Ela se afastou para olhá-la.

— Ora, me deixe comemorar, temos uma pedagoga na família, minha filhinha cresceu tão rápido — ele bagunçou os cachos delas.

FrenesiOnde histórias criam vida. Descubra agora