Capítulo 36

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Mais disparos vieram em uma velocidade absurda que ela não poderia contar, eram disparos tão precisos que Lana só chegava notar quando estavam se aproximando cerca de metros, eram baixos e quase certeiros, os atiradores não estavam ali para errar.

Foi por pouco que um não a atingiu, quando Changho desviou com ela sobre os ombros, o mais velho não tinha a soltado de jeito nenhum muito menos diminui a velocidade, ignorando totalmente os avisos de Lana, foi só quando alcançaram o que parecia ser uma saída secreta entre os arbustos que dava acesso a rua, que Lana foi colocada no chão e em seguida jogada dentro do carro preto.

O gemido de dor foi reprimido quando as portas se fecharam e no banco de motoristas Changho acelerou o carro. Lana logo se levantou olhando através do vidro traseiro do carro notando que estavam sendo seguidos por dois veículos.

— Quem são eles? Por que ninguém veio nos ajudar!

— Usaram armas com silenciadores justamente por isso — informou Changho, seus olhos vidrados no retrovisor.

Enquanto a festa corria sem nenhum alarde, na fração de adrenalina Lana não entendia por que ninguém viera ajuda-los, agora isso explicava muita coisa. Quem quer que fosse os queriam mortos sem provas ou testemunhas.

— Vamos ligar para polícia? — questionou Lana, ainda apreensiva com os carros que os perseguiam.

Changho não respondeu, tomando o celular das mãos trêmulas de Lana e jogando no banco de trás, deixando a jovem mais perplexa.

— Essa é pior decisão agora, nós podemos resolver sozinhos.

— Sozinhos? — gritou Lana, ele não podia estar sugerindo isso. — Se você não percebeu estão tentando nos matar, uma pessoa morreu tentando me proteger!

— Todos esses meses que você treinou foi para momentos como esse — ele replicou. — Eu sei que está com medo, mas nós não vamos morrer hoje e para isso quero você se concentre, preciso que você dirija.

Lana balançou a cabeça se recusando, mas havia tanta convicção em Changho, confiança de que eles precisavam fazer aquilo, independente de qual fosse o plano do mais velho Lana inspirou fundo, bloqueando a pilha de nervos que estava se formando nela.

— P-posso fazer isso — ela sussurrou.

Passando para o banco de motorista, Lana tomou o lugar de Changho e pisou fundo no acelerador ao mesmo tempo que os carros atrás investiam na mesma tática, um de cada lado em uma curta distância que gerou mais anseio.

No banco de trás Changho pegou uma arma e recarregou de munições, a agilidade que executava mostrava sua experiência.

— Abaixe as janelas — ele ordenou. — Quando eu disser para você reduzir a velocidade você desacelera.

— O quê? — Lana se virou rapidamente na direção dele. — Eles vão nos alcançar assim!

— Tenho que chegar mais perto para atirar — explicou. — Confie em mim, eu não vou errar.

— Você não pode errar — assentiu Lana contrariada.

Ela só podia estar maluca de concordar com essa loucura, aqueles caras estavam metros atrás deles e não desperdiçariam um bom ângulo para atirar, os tiros pegavam de raspão na lataria do carro. Se Changho tinham algum apreço ao seu conversível era tarde demais. Era inacreditável como a rua, que até então ela desconhecia, estava deserta sem nenhum outro carro à vista, não havia a quem pedir ajuda, Lana forçou mais o motor do carro com uma falha esperança.

Um dos carros estava se aproximando pela direita na clara intenção de empurrá-la para o acostamento, ela aumentou a marchar buscando criar uma distância maior, para impedir que eles não fossem esmagados com o impacto dos seus perseguidores.

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