Isla Krakemburg
Ouço o som de algo se partir, alto o suficiente para meus ouvidos arderem e um zumbido passar por meus tímpanos fazendo a sensação de tontura me dominar.
Olho para os lados a procura de algo que possa ter me causando isso e então vejo as panelas espalhadas pelo chão. Minha mãe está com suas mãos apoiadas sobre a mesa apertando os punhos com tanta força que eu tenho certeza que irá ficar com a marca de suas unhas ali
"Desgraça"- Gritou algo o suficiente para a vizinhança inteira ouvir
"Cale a boca mulher"- Retrucou meu pai avançando para cima dela.
Eu fechei meus olhos relutando contra as lágrimas, meu coração estava disparado e agora minha cabeça doía fortemente. Eu apenas me levantei ainda sentindo como se tudo estivesse rodando, atravessei a sala passando pela mesa de madeira e cheguei a porta
Meus pais continuam gritando e vejo minha mãe pegar um faca, normalmente pessoas comuns correriam tentando impedi-la mas sei que ela não fara nada. Não é a primeira vez que isso ocorre, e sinceramente, se ela o fizesse....
Seria bom para todos!
Sai de casa sentindo a brisa fria do vento contra minha pele, agora notando que eu estava usando apenas roupas de um pijama de coração. Minha pele se arrepiou e eu comecei a tremer, cogitando fortemente em voltar para dentro
"Maldita seja, sua vadia"- Ele gritou e mais coisas se quebrando foram possíveis de se ouvir.
Eu apenas continuei caminhando, como fazia todas as noites após a porta se abrir e ele entrar bêbado, pronto para levar pra cama a primeira pessoa que ele encontrasse pela frente. Por sorte, nunca estive lá!
A luz da rua iluminava meus passos cada vez mais distantes, agora impossível de ouvir os gritos e palavrões. Minhas pernas descansaram sobre o mesmo balanço de todos os dias, minha cabeça se encostou sobre a corrente que o segurava e um suspirou deixou minha boca
"Que dia"- Digo comigo mesma fechando meus olhos e sentindo meu corpo ainda tremer sobre o frio.
"Não temos tempo"- Ouço um sussurro, meu corpo salta do banco e olho em volta sentindo meu coração disparar
"Não consigo enxergar"- Outro sussurro retruca.
Eu dou passos para trás olhando na direção da onde vinha aquelas vozes, mas não era possível de se ver nada. Estava escuro e os arbusto cobriam boa parte
Em passos lentos eu comecei a me afastar, com medo que me vissem. E se forem os mendigos? Assaltantes? ou pior...
"Perdida princesa?"- Ouço a voz atrás de mim logo depois das minhas costas baterem contra um corpo e eu ir direto para o chão
Apoiei minhas mãos sobre a grama, meu coração disparado feito uma bomba relógio, minha respiração se desregulou e eu fechei meus olhos com força.
"Vejamos bem se não temos uma curiosa por aqui"- Uma outra voz surgiu logo atrás com um tom de entusiasmo- "Deveria ao menos ter vestido uma roupa melhor, não acha? Está tão frio aqui fora"
Ainda com os olhos fechados senti o corpo se abaixar ao meu lado e sua presença fez meu corpo tremer. Ó Deus, são eles...
"Pare Dean"- Uma voz grave atravessou os arbustos
"Ela estava nos espionando"- Ouço ele dizer e dou um gruñido quando sinto uma mão forte segurar meu braço e me puxar para cima.
Meus olhos continuavam fechados, eu não poderia olhar para eles. Seria mais fácil pedir que me matassem ali mesmo.
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Primeiro Livro da saga: Children of the night// One Night
FanfictionOne night : "Não olhe para eles e não cruze seu caminho" - É o que todos dizem quando Octavio e seus irmãos aparecem em algum lugar. Os irmãos Guerra vivem em uma mansão no alto da montanha, na rua mais longa e sem saída de Boston. O quarteto compos...