Capítulo 30

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Octávio Guerra

Acordei sentindo um cheiro de café que fez meu estômago roncar. Eu estava com fome, e pela primeira vez consegui dormir uma noite inteira.

Todas as noites eu sou tomado pelos pesadelos diversos sobre mim e minha família. Eles alternam entre meu avô e eu, ou meu avô e meus irmãos. Era sempre o mesmo pesadelo.

E agora que o aniversário do Dean está chegando, eles pioraram. Todas as porras das noites, eu sonho que ele está pegando o Dean e fazendo coisas horríveis com o mesmo enquanto eu apenas assisto e não posso fazer nada.

Teve dias que eu simplismente acordei em prantos chamando pelo nome dele. Não posso suportar a ideia de alguém tocando nos meus irmãos dessa forma.

Dominado pelos pesadelos. Já não tenho mais paz!

Mas essa noite não. Essa noite foi diferente desde o meu aniversário de dezoito anos. Eu não tive pesadelos, eu nem mesmo sonhei.

Ter Isla em meus braços fez todo o mal sumir, ela é o meu conforto e a minha paz. Eu soube disso desde a primeira que lhe vi.

Toda assustada com seu pijama fofinho parecendo uma garotinha perdida, mas ao mesmo tempo tão forte e uma mulher que não tem medo de nada.

O jeito que meu coração bate por ela, chega a ser dolorido.

Eu me arrastei pela cama vazia e um suspiro dolorido saiu dos meus lábios. Eu queria ela aqui ainda.

Não sei quando teria outra oportunidade de acordar com ela ao meu lado.

Eu me levantei depois de uns minutos, fui até o banheiro e lavei meu rosto. Escovei os dentes e apenas passei a mão em meus cabelos deixando eles bagunçados mesmo.

Sai do quarto e desci as escadas em silêncio, vi ela encostada no balcão mexendo em alguma coisa e me aproximei. Vestida apenas com uma camisa minha que batia na metade das suas coxas.

Caralho, essa é a visão que eu preciso todos os dias.

Me aproximei e passei meus braços em volta dela e a mesma se assustou.

"Deus, que susto"- Ela colocou a mão sobre o peito-"Está querendo me matar é?"

"Desculpa, não foi a intenção"-Beijei sua bochecha e lhe abracei mais apertado.

Coloquei meu rosto na curva do seu pescoço e inalei seu cheiro, fechei meus olhos e senti a serotonina subindo por meu cérebro.

"O que você está fazendo aí?"-Pergunto descendo minhas mãos por seus braços

"Panquecas. Você gosta?"-Ela virou seu rosto me olhando

Eu sorri e toquei seu rosto, meu polegar fez um leve carinho em sua bochecha e meus lábios selaram os seus.

"Sim. Eu gosto"-Digo contra seus lábios e sorri-"Deixa que eu te ajudo"

"Ótimo"-Vi seu tom aliviado-"Coloque no fogo então, não gosto de mexer nas panelas"

"Como quiser"-Beijei seu ombro e me afastei

Abri um dos armários e peguei uma frigideira, coloquei ela sobre o fogão e liguei o fogo. Peguei um pouco de margarina e apenas untei, ela se aproximou e eu peguei uma concha. Enchi com a massa e depois coloquei na panela.

Ela se afastou quando o som da fritura se levantou. Eu ri!

Depois que eu já tinha feito todas, coloquei sobre o prato e arrumei a mesa que ficava na sacada dando uma visão sobre a floresta e a pista que tinha bem lá em baixo.

 Primeiro Livro da saga: Children of the night// One NightOnde histórias criam vida. Descubra agora