Capítulo 4

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Octávio Guerra

O sino da igreja começou a tocar, indicando ser meia noite. A cidade estava silenciosa e todos já estavam em suas camas prontos para dormir.

Mas nós não, nós estávamos perto da praia. A roda gigante rodava devagar enquanto adolescentes bêbados se divertiam nela, o som dos carros apostando racha era a única coisa sobre as ruas

Sentado sobre um tronco de árvore e uma cerveja entre meus dedos eu observava todos. Com suas alegrias superficiais

Alguém se senta ao meu lado e eu não faço questão de ver quem era-"Aproveitando a festa amor?"

A voz de Kate invade minha cabeça e eu continuo imóvel, seus cabelos loiros cheiram a maconha e shampoo barato.

"Me deixe só, não quero companhia"- Respondo virando a garrafa sobre meus lábios

"Não seja rude O, eu sei que você sempre quer a minha companhia"- Suas mãos percorrem meu braço em leves apertos.

"Se continuar me tocando até o final da noite não terá mais mãos"- A empurro fazendo a mesma se desequilibrar sobre o acento.

"O que deu em você hoje?"- Latiu irritada-" Você merece tudo de ruim que acontece na sua vida O, porque você é tão desprezível quanto"

A garrafa que estava na minha mão foi largada ao chão, eu me virei em um movimento instantâneo e segurei seu pescoço com força. A trouxe para cima de mim vendo seu rosto corar

"Abra a boca novamente para dizer uma porra dessas e eu juro, que pela manhã ela vai estar coberta de terra e você estará a sete palmos do chão"- Balbucei entre os dentes-" Eu fui claro?"

Ela não conseguia falar mas apenas concordou com a cabeça desesperada pelo alívio. Assim que a soltei ela começou a tossir, se levantou cambaleando e saiu quase que correndo

"Você tem que parar com isso"- Ouço Joshua dizer-"Não pode descontar nos outros suas frustrações"

"E você não tinha que estar por aí comendo alguma buceta"- Revirei os olhos pegando minha garrafa novamente.

"Tinha e já fiz"- Se sentou ao meu lado e fixou seu olhar para frente-"A vez dele está chegando, sua maioridade está aí"

"Eu sei"- Murmurei baixando minha cabeça-" Mas não vou permitir que isso aconteça com ele"

"Você sabe que não tem o que fazer"- Retrucou apertando seus próprios punhos-"Não podemos evitar que Dean passe por isso"

"Ele é nosso irmão mais novo, ele é feliz, ele tem o seu brilho e alegria. Não irei permitir que se torne como nós"- Cerrei meus dentes sentindo a tensão-" Não podemos J"

"Da última vez que você tentou interferir, você se lembra não é? Passou três meses em coma"- Sua voz saiu quase em um sussurro-"Ele vai se acostumar depois de um tempo"

"Não deveria, essa porra não deveria acontecer."Apertei meus punhos sentindo o machucado de mais cedo arder-"Eu tenho que fazer algum coisa"

"Você não vai fazer nada O"- Agora ele estava com seus olhos em mim-"Você entendeu? essa é a regra, observar e ficar quieto. Eu odeio essa merda tanto quanto você, mas não está ao nosso alcance fazer nada"

Meu olhar foi de encontro ao chão, minha respiração acelerou e fechei os olhos antes que eu me permitisse chorar ali, como um fraco.

"Caralho isso é incrivel"- Ouço Dean gritar e uma risada escapar dos seus pulmões

Ele estava sobre o capô de um carro após vencer a corrida, a sua alegria era contagiante. Ele sempre foi o mais feliz de todos nós, e agora o pior está para acontecer!

 Primeiro Livro da saga: Children of the night// One NightOnde histórias criam vida. Descubra agora