Capítulo 8

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 Nunca pensei que um banho faria-me sentir tão bem

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 Nunca pensei que um banho faria-me sentir tão bem. Depois de ser atacada por lobisomens, vê meus amigos - minha família - serem massacrados, correr pela minha vida com o sentimento de culpa por ter deixado a pessoa que amo para trás, vê minha amiga se jogando para morte certa em um rio, e ser sequestrada por homens lobos, um banho quente em uma tenda improvisada foi sem dúvida a melhor coisa que me aconteceu.

Ainda me sinto mal, o luto pela perda dos meus amigos preenche parte de mim, mas outros sentimentos se mostraram cada vez mais evidentes desde que aquele homem me beijou.

Perguntas vêm frequentemente em minha cabeça. Quem é ele? O que está acontecendo? Mas sem dúvidas, a maior de todas é quem sou eu?

Não sei se essas respostas iram me agradar, temo que não.

Esse passado ao qual quero tanto descobrir foi esquecido por algum motivo, nada em minha vida parece ser por acaso, e algo me leva a acreditar que isso também não seja.

Estou sentada no que parece ser uma cama improvisada, sua base feita de madeira recém-cortada, com montes de peles fazendo o trabalho do colchão.

Uma brisa gelada passa por mim, fazendo meu corpo arrepiar-se com o frio. Chove lá fora, umedecendo todo o local, posso escutar as gotas grossas de água batendo contra a lona, tão relaxante.

Mais cedo, Maeli, uma mulher forte de cabelos claros e pele escura, me trouxe algumas mudas de roupas. As peças eram um pouco largas, mas ainda serviram-me bem. Vesti um vestido de tecido escuro sem corpete, com um decote em u e mangas compridas justas.

Era o mais simples da pilha, mas ainda assim melhor que os trapos que trajava antes. Optei por não exagerar da mordomia, não sabia qual o tipo de caráter deles, ou o que aconteceria caso eu não fosse quem eles acreditam que eu sou.

Posso parecer uma ingrata por isso, mas ninguém pode me julgar, foram eles que me sequestraram e mantiveram-me presa, não podemos simplesmente dar as mãos e correr rumo ao por do sol, as coisas não funcionam assim.

Mordo meu lábio inferior em um ato de nervosismo.

Sério, eu provavelmente não sou essa Kiya ou qualquer pessoa que acham que sou, e nem sei se quero ser! Mas as probabilidades, mesmo que baixas, ainda me deixam ansiosa.

Maeli passa pela tenda, trazendo consigo uma bandeja com uma jarra e taça prateada.

— Tome — ela deposita a bandeja ao meu lado, erguendo a jarra ao derramar um líquido escuro na taça. Vinho.

Penso em protestar, recusar a bebida e ficar emburrada até que me falem algo, mas uma boa bebida sempre ajudou a me acalmar, e nesse momento é disso que mais preciso.

SUPREMA ALCATEIAOnde histórias criam vida. Descubra agora