Sturmhond estava se voltando contra o Darkling. O corsário claramente tinha endoidado.
Embaixo, na água, os homens no escaler restante traziam o açoite do mar se debatendo a reboque. Eles tinham levantado uma vela e um vento forte os impulsionava, não para o baleeiro, mas diretamente para a escuna. A brisa constante que os levava parecia vir do nada. Um tripulante estava de pé no escaler, braços erguidos. Não havia dúvida: Sturmhond tinha um Aero trabalhando para ele.
Alina estava no ombro de um homem grande, um dos tripulantes de Sturmhond, e Ivan estava lutando com uma mulher, outra tripulante.
- O que você está esperando? - disse Ivan de modo ríspido a mulher. A única resposta do Infernal foi um assovio sufocado. Seus olhos incharam. Ele agarrou a garganta.
- Bom truque - disse ela, jogando para longe a pederneira do Infernal paralisado. - Conheço um bom truque também - então atacou Ivan. Ele desabou no chão.
Lis ouviu um tiro e percebeu que Maly tinha pegado uma pistola. Mas tudo que conseguia ver era o corpo sem vida de Ivan. Ele estava morto. Um dos mais poderosos Sangradores do Segundo Exército. Ele tinha sobrevivido à Dobra das Sombras e aos volcras, e agora estava morto.
- Lis... - Alina disse
- Pare eles! - gritou Darkling para Lis. A mulher que havia matado Ivan pulou na minha direção.
- Não! - Alina disse, ficando entre Lis e a mulher.
No momento seguinte Lis moveu seu braço em um arco de fogo, pronta para atacar Darkling, mas ouviu um estouro brilhante. A expansão de escuridão se dissipou, e viu Darkling segurar o braço, o rosto contorcido de fúria e dor. Ele estava descrente. Sturmhond havia atirado nele e vinha na direção de Alina gritando - Corram!
- Venha, Alina! - gritou Maly.
- Lis, venha conosco - Falou desesperada. A menina assentiu, ainda tomada pelo choque.
O tripulante colocou Alina em suas costas e pulou. Lis, seguindo os passos de Sturmhond, pegou impulso e pulou pela balaustrada, sendo recolhida pelo vento de um Aero e colocada com um baque de osso duro no convés de uma escuna.
- Dê o sinal - Sturmhond gritou, pondo-se de pé. Um assovio perfurante soou - Privyet, quantos ainda temos?- ele falou para um tripulante que não reconheci
- Oito baixas - respondeu Privyet - Quatro permanecem no baleeiro. Carga a caminho.
- Pelos Santos - Sturmhond praguejou. Ele olhou para o baleeiro, lutando consigo mesmo - Mosqueteiros, deem-lhes cobertura! - ele gritou para os homens no topo principal da escuna. Os mosqueteiros começaram a atirar com seus rifles no convés do baleeiro. O tripulante que salvou Alina, jogou um rifle para Maly, então pendurou outro nas costas. Saltou para o cordame e começou a escalar.
- O açoite do mar está seguro, kapitan! - gritou Privyet. Mais dois homens de Sturmhond se arremessaram sobre a balaustrada do baleeiro e voaram pelo ar, os braços sacudindo freneticamente, para cair em um amontoado no convés da escuna. Um deles sangrava bastante devido a uma ferida no braço. Então aconteceu de novo, o estrondo de um trovão.
- Ele está de pé! - gritou Tamar. A escuridão caiu sobre nós, envolvendo a escuna, apagando tudo em seu caminho.
- Liberte-me! Deixe-me ajudar! - Alina pediu. Sturmhond jogou as chaves para outro tripulante.
- Solte-a! - gritou. Tamar alcançou os pulsos da Alina, atrapalhado com as chaves enquanto a escuridão nos engolia. Estávamos cegos. Ouvi alguém gritar. Então a tranca se abriu.
A tripulação de Sturmhond celebrou, mas a comemoração morreu em seus lábios quando outro som preencheu o ar: um grito rangente, perfurante em sua iniquidade.
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WOUND AND SCARS - nikolai lanstov
Fanfiction❛Não podemos deixar nossos medos nos dominarem❜ Lis Swankavesh era uma protegida de Darkling. Uma de suas grishas favoritas. Ela estava na dobra quando tudo aconteceu e viu com seus próprios olhos os planos dele começarem a ser realizados. Alina se...