Rey
- Que vergonha. - sussurro para mim mesma num tom de repreensão enquanto sigo pelo corredor em direção do quarto que me foi atribuído. Vergonha é a palavra que descreve perfeitamente a minha noite, até mesmo o meu dia.
Este havia sido o jantar mais tenso da minha vida, não o pior, apenas o mais tenso. Toda a comida estava deliciosa, jamais tinha visto uma mesa tão comprida e variada. Em Jakku apenas nos era permitido pequenas e insípidas porções de comida, na maior parte das vezes alguns vegetais salteados em azeite e um pão pequeno e duro, que por vezes custava a mastigar. Até mesmo a quantidade de água que ingeriamos por dia era controlada.
Para além da deliciosa e variada comida, havia outros dois aspetos da minha estadia neste castelo que me causava surpresa. O primeiro é o meu quarto, ou como dizem por aqui, aposentos.
Até algumas noites atrás dormia num estreito, pequeno e desconfortável beliche. No quarto onde ficava, outras vinte pessoas incluindo homens, mulheres e crianças, ficavam comigo. Jamais tinha tido tamanha privacidade, um espaço para chamar de meu. Tamanha foi a surpresa ao entrar pela primeira vez neste quarto. As paredes eram de um tom cinzento escuro com alguns detalhes florais em vermelho vivo, as cortinas e roupa de cama combinavam com os detalhes em vermelho, a única e grande janela do lado direito do quarto continha pequenos vitrais também vermelhos e por fim uma pequena porta que dava para um comprido roupeiro repleto de variados vestidos, camisas de noite, sapatos e roupas de inverno. Jamais imaginei ter tantos luxos na minha vida.
O segundo aspeto positivo da minha curta estadia é a amabilidade das pessoas, todos aqui foram amáveis comigo á exceção de duas pessoas. A primeira foi a loira, que descobri chamar-se Lyra, das poucas vezes que estivemos no mesmo comodo, fosse sozinhas ou até mesmo acompanhadas, a mesma encarava-me com um olhar de superioridade ou insatisfação, infelizmente já estava habituada a esse tipo de olhar e já nem ligo, ela que olhe não a conheço de lado nenhum e não lhe devo nada.
A segunda pessoa foi ele, o Kylo. Sendo honesta eu não sei o que sinto em relação aos seus olhares. Da única vez que estivemos juntos no mesmo cômodo não havia correu bem.
Se tivesse de o descrever em uma única palavra, essa palavra seria INTENSO.
Os seus olhos escuros e sombrios, o seu rosto é expressivo, os seus cabelos negros parecem sedosos ao toque, os seus lábios volumosos e rosados parecem macios. Tudo nele é atraente, a forma como ele se aproximou de mim naquele cômodo, senti-me uma presa prestes a ser atacada pelo seu predador. O seu tom de voz rouco e sedutor fizeram-me sentir algo estranho no ponto entre as minhas coxas, uma humidade. A minha respiração pareceu ter fugido naquele momento mas graças a um último momento de juízo ganhei força nas minhas pernas e corri dali sendo acompanhada pelo seu grito irritado.
Novamente o mesmo olhar durante o jantar, novamente o mesmo olhar de fúria dirigido a mim. Eu não entendia o porquê daquele olhar mortal, mas ao mesmo tempo que me dava desconforto, dava-me uma inexplicável sensação de calor em todos os pontos proibidos do meu corpo.
O jeito irritado com que se levantou da mesa e foi embora, não sem antes dar um último olhar mortal na minha direção, confirmou o que eu suspeitava desde o que aconteceu aconteceu naquela tarde. O Kylo Ren odeia-me!
Após tirar todas as minhas roupas e trocar para uma camisa de noite, deito-me na cama e apesar dos meus pensamentos estarem presos nas sensações estranhas que Kylo desperta em mim, não demoro muito a cair no sono.
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Vendida ao Cavaleiro das Trevas || Reylo AU ✔
Romance"Eu odeio o quanto te amo e não suporto o quanto preciso de ti"