Capítulo 30

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Lyra

Olho pela janela á medida que o ar quente sopra no meu rosto, ao longe consigo ver a pequena cidade construída no meio do baixo e vasto vale do deserto. Jakku, a cidade da sucata. Tudo daqui não passava de meros pedaços velhos e abandonados de sucata, incluindo aquela maldita sucateira. Mas ela não iria levar a sua avante, como o meu pai sempre me ensinou, os obstáculos...tiramo-los do nosso caminho.

Enquanto me perco nos meus pensamentos sombrios em relação aquela vadia, por fim chego ao meu arenoso e empoeirado destino. A maior parte dos habitantes encaram-me confusos, outros surpreendidos. Mas quem os pode julgar? Não é todos os dias que alguém como eu aparece por aqui. - Espera aqui por mim. - digo ao motorista. 

Sigo para a sucata de Unkar Plutt, neste momento, ele é a minha melhor opção para me livrar da sucateira oleosa. Ignoro a fila na entrada, e adentro a loja passando em frente de todos, recebendo comentários e grunhidos repreensivos em resposta. - Estou á procura de Unkar Plutt! - digo chamando a atenção de todos.

- Sou eu! - exclama um homem alto e gordo atrás do balcão. - Mas porque está uma jovem, claramente de alta sociedade...no meu humilde estabelecimento?! - indaga confuso.

"Humilde!" - sorriu com a escolha da palavra. Aqui deve significar "fim de mundo".

- Motivos de força maior trouxeram-me a este...local. - explico.

- E posso saber que motivos de "força maior" são esses? - questiona, agora curioso.

- É sobre uma pessoa que ambos conhecemos. - digo, vendo confusão no seu rosto. - Vim aqui para conversar sobre uma das suas sucateiras. A Rey. - explico.

A sua expressão de curiosidade logo muda para uma de choque. - A Rey não está cá, eu dei-a como forma de pagar uma dívida. - explica.

- Eu sei, e é por isso mesmo que eu aqui estou. - explico. Não gostava de recuperar a sua sucateira? - questiono.

O mesmo encara-me confuso. - SAIAM TODOS! - grita para que todos ali o oiçam.

Após a saída de todos, o mesmo caminha até mim, fechando a cortina da tenda.

- Porque motivos uma jovem de alta sociedade, viria até aqui por causa de uma mera sucateira órfã!? - indaga.

- Digamos que ela se meteu no meu caminho, e isso eu não posso permitir. - explico.

- E o que tenho a ver com isso? - questiona confuso.

- Eu fiz uma pequena investigação antes de vir aqui. E pude ver que a Rey é melhor secretaria que já para si. Não gostaria de a ter de volta? - questiona.

Unkar Plutt encara-me confuso. - Porque não me diz de uma vez por todas para que é que precisa da minha ajuda? - questiona novamente, agora impaciente.

- Tudo bem, sem mais rodeios...O Kylo Ren, para quem o senhor vendeu a sucateira... deveria ser o meu noivo, mas infelizmente, aquela sucateirazisinha foi mais rápida e não perdeu tempo em seduzi-lo. - explico.

- Como é que é? - questiona parecendo indignado, quase irritado.

Não deixo de sorrir internamente, afinal parece que conseguir a colaboração deste idiota vai ser mais fácil do que eu pensei.

- Aquela maldita sucateira deixou o meu noivo completamente deslumbrado. E agora os dois não se largam, mas eu não posso permitir isso. - digo, não deixando que indiferença faça parte do meu tom de voz.

- E a menina quer que eu a ajude a separá-los? - questiona.

- Exatamente. - digo, tentando sorrir gentilmente.

- E o que ganho eu com isso? - questiona.

É claro que um oportunista não poderia deixar passar esta sem exigir alguém troca.

- Eu pago bem. E além do mais terá a sua queridinha sucateira para fazer o que quiser com ela, quero lá saber o que seja. - digo.

Unkar Plutt olha para mim por alguns segundos, não perdendo tempo em dar-me resposta. - Temos acordo. - diz.

- Acredite, não se irá arrepender de fazer este negócio comigo. - indago, um sorriso vitorioso estampado nos meus lábios.

Vendida ao Cavaleiro das Trevas || Reylo AU ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora