Modern Fairytale | Rabia

25 - Sometimes forgiveness is easiest in secret

Enfim chegamos ao desfecho e final da história. Obrigada por terem ficado por aqui, me cobrando atualização, e mesmo com as demoras não desistiram. Isso me deixou extremamente feliz. Com essa história alcancei um público totalmente fora da minha zona de conforto, e, nesse tempo exclui o twitter (sem chance de volta, diga-se de passagem), e mesmo assim o alcance foi enorme. 

Acredito fielmente que cheguei em uma fase que escrevo para ser o refúgio de outras pessoas, e não apenas o meu. Gosto de tocar quem lê e gosto de saber o que sentem. E mais uma vez, obrigada por não desistirem.

Tenho pensado em escrever mais histórias, mas de outros casais. Isso tudo depende da receptividade de todos com a ideia. E aí? Rola ou não rola?

***

Os médicos seguraram Bianca por mais uma longa e frustrante semana, até que lhe deram alta com rigorosas ordens para que ela fosse devagar e não se desgastasse. Mas Bia não tinha a menor intenção de obedecer àquelas ordens.

Surpreendentemente, não foi Daniel e nem Ivy quem veio pegá-la no hospital. Manu, Gizelly e Genilda apareceram e a levaram de carro para o lugar que elas haviam alugado para a família, em Minas. Assim que entraram na casa, Bia ignorou os pedidos para que ela fosse imediatamente para a cama e as encarou, sem a menor intenção de desistir enquanto não conseguisse a informação que queria ouvir delas.

— Onde ela está? — Ela perguntou.

— Não sei se é uma boa ideia você saber. — Manu se desculpou. — Ela vai nos matar se você for atrás dela. Rafa não está nada bem neste momento.

— Eu não a culpo pelo que aconteceu. — Bianca disse suavemente. — Eu a amo e não vou conseguir me acertar com ela se não souber onde ela está!

Manu e Gizelly trocaram um olhar hesitante, mas foi Genilda quem falou.

— Ela está na cabana onde encontrou você pela primeira vez. Ela está bem machucada, e acho que você é exatamente o que ela precisa agora.

— Que droga, mamãe. — Manu protestou. — A última coisa que Bianca precisa é fazer uma viagem no estado em que ela está. Rafaella vai voltar, nós só precisamos ter paciência.

— Eu não preciso ter nada! — Bia retrucou. — Não tenho casa e nenhum lugar para ir. Rafa é o único lar que tenho, se ela ainda me quiser.

Genilda olhou para ela espantada.

— Obviamente, você não está achando que vamos colocar você na rua. Bia, você pode ficar aqui conosco o tempo que quiser.

Andrade balançou a cabeça.

— Eu agradeço o que vocês – todos vocês – fizeram por mim, e sinto muito por ter arrastado sua família para aquele furacão. Se eu pudesse voltar no tempo e desfazer tudo, eu faria isso. Jamais teria ligado pedindo a ajuda de Rafaella se eu soubesse as consequências que aquele pedido traria.

— Bobagem. — Manu esbravejou. — Você não tem culpa pelas ações daquele desgraçado. Você fez exatamente o que deveria ter feito, que era pedir ajuda para Rafa. Eu tinha falado que todos nós estávamos devendo um pedido de desculpas a você, um pedido que você nunca recebeu. E eu estou oferecendo minhas desculpas agora. Nós temos uma dívida com você maior do que qualquer dívida que você possa vir a ter conosco. Você salvou minha irmã sacrificando-se a um grande custo.

— Eu devo desculpas a você também. — Gizelly disse com a voz abalada. — Eu agi muito mal com você, Bia. — Os olhos dela se encheram de lágrimas. — Eu devo minha vida a você, e a forma como retribuí...o jeito como agi com você é imperdoável. Eu só torço para que você encontre em seu coração um jeito de me perdoar – de nos perdoar – pela forma como a tratamos.