4 - Into the unknown

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Rafaella estava completamente tensa quando o avião pousou no pequeno aeroporto municipal, a vinte minutos de distância de onde Bianca estava. Da mesma forma como tinha sumido repentinamente da face da terra, Bia reapareceu subitamente. E ela estava com problemas. Rafa jamais tinha perdido a esperança de localiza-la para, de alguma maneira, recompensá-la pelo que ela tinha feito por ela e por sua irmã. Quanto mais o tempo passava, mais começava a aceitar o fato de que talvez jamais a encontrasse, mas ela ainda mantinha alguns investigadores e nunca economizou um centavo na tentativa de encontrar Bianca. Às vezes, para poder aliviar a própria culpa, Rafaella dizia a si mesma que ela não queria ser encontrada e que ela deveria deixá-la em paz como forma de reparar o que tinha feito. Mas, finalmente, ela acabou vindo até ela. Talvez agora conseguisse pagar sua dívida, no fim das contas.

O desespero que escutou na voz da morena continuava marcado em sua mente. Ela pôde perceber o medo que ela sentia, como se ela estivesse sentada à sua frente. Alguém estava tentando matá-la, mas quem? Rafaella estava frustrada com a falta de informações, mas ela não seria capaz de arriscar a vida de Bianca fazendo-a responder perguntas enquanto estava em perigo, cujas respostas, de qualquer maneira, ela obteria logo mais. Rafa estava decidida a ir a fundo naquele assunto e a descobrir a real extensão do perigo que a morena estava correndo; mas primeiro ela iria encontrá-la e depois faria o que fosse preciso para garantir sua segurança.

Rafaella não iria falhar com Bianca da mesma forma como tinha falhado com Manoela.

Os instintos protetores dela estavam aguçados. Tudo o que ela conseguia visualizar era o corpo frágil de Bia encolhido no chão da cabana na montanha, sofrendo com o inimaginável. O choro silencioso da morena machucou a alma de Rafa e a deixou derrubada, junto dela, e com o coração partido. Ela faria qualquer coisa para mantê-la em segurança. Nenhum preço seria alto demais para zelar pela vida da mulher que passou o inferno para salvar sua irmã caçula.

No ano que passou procurando por ela, Rafaella chegou a sentir que compreendia bem Bianca, ao menos tanto quanto se poderia compreender alguém que sempre teve uma vida solitária e isolada, até onde se sabia, embora todos os relatos sobre ela não passassem de rumores. Mas a imagem daquela mulher vulnerável e ao mesmo tempo inacreditavelmente forte ficou marcada em Rafa durante todos os dias, até que ela se tornou uma obsessão. Embora a morena tivesse uma aparência frágil - e talvez fosse mesmo frágil -, nenhuma mulher que sofreu o que ela sofreu incontáveis vezes para salvar vítimas de crimes abomináveis poderia ser considerada qualquer coisa que não forte e resiliente.

Rafaella ficou atormentada ao pesquisar caso por caso das vítimas que Bia ajudou a salvar. Ela obteve uma perspectiva completamente diferente de quando tinha investigado a vida da morena para ver se ela poderia ajudar no caso de Manoela. Agora ela sabia o que Bianca tinha sofrido em cada caso que ajudou. E Rafaella não tinha a menor ideia de como ela conseguia continuar oferecendo sua ajuda quando sofria tanta dor, mas isso certamente explicava como ela tinha chegado ao limite.

Bianca tinha um histórico de quase cem por cento de sucesso em ajudar a prender aqueles maníacos e degenerados. Houve apenas dois casos em que os monstros conseguiram escapar dela. Um havia ocorrido apenas seis meses antes de ela sumir e se esconder, o que tinha obrigado Rafa a entrar naquela busca desesperada por ela. O outro caso foi o do sequestrador de Manu, que ainda estava em liberdade. Ele ainda estava lá fora, fazendo novas vítimas entre as mulheres.

Será que o caso de seis meses antes foi o que tinha causado o colapso mental de Bia? Será que ela se sentiu culpada por não ter conseguido fazer prenderem o homem?

Rafa entrou rapidamente no carro que a aguardava, dando ordens precisas para que o motorista a levasse até o hotel onde Bianca estava. O que ela não sabia é que Rafaella não tinha simplesmente a colocado em um hotel sem nenhuma proteção. Vitor Hugo e outros dois homens estavam estrategicamente posicionados ao lado do quarto e no saguão, de modo a poderem reagir imediatamente caso alguém tentasse entrar no seu quarto. Até Rafa ouvir da boca de Bia com quem eles estavam lidando, ela não queria arriscar a vida dela de maneira nenhuma.

Modern Fairytale | RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora