Capítulo 08:

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Quando chegamos em casa, fui para o meu quarto e deixei as sacolas em cima da cama. Prendi meu cabelo em um coque no alto da cabeça e fui tomar um banho, prontíssima para me jogar no sofá e assistir qualquer que fosse o filme que Flora tinha escolhido.

Meu pai iria passar o resto do dia fora então tínhamos a casa apenas para nós duas. Coloquei uma calça velha de pijama e um moletom, Flora apareceu na porta do meu quarto vestindo um moletom que eu nunca tinha visto antes que era enorme junto de um short.

— Vem logo, Quint. Eu vou ficar com o sofá desse jeito.

— Não vai não! — Rebati, ela abriu um sorriso.

— Vou sim. — Cantarolou e logo em seguida saiu correndo, eu fui atrás óbvio e ela soltou uma gargalhada quando a poucos passos do sofá eu agarrei em seus ombros e pulei em suas costas. — ISSO NÃO VALE, QUINT!

— Claro que vale! — Falei também rindo, mesmo assim ela passou os braços pelas minhas pernas, me dando apoio. — É o seguinte, você que vai ficar no chão. — Falei juntando minhas mãos e apoiando meus braços em seus ombros. Ela se virou e o cheiro de seu cabelo me acertou em cheio.

— Por que eu tenho que ficar no chão?! — Ela perguntou indignada, o que fez com que seu sotaque ficasse ainda mais forte. — Eu sou visita, Quint.

— Você já tá aqui há quase um mês, ninguém te considera visita mais. — Falei, ela revirou os olhos. Apoiei meu queixo em sua cabeça. — Me leva lá na cozinha.

— Por quê?! — Ela perguntou.

— Porque eu vou fazer pipoca, onde já se viu assistir filme sem pipoca?

— Você tem um ponto.

— Eu sei, agora vai lá. Como é a frase mesmo? Ah sim, corra contra o vento, Bala no Alvo! — Fiz um gesto dramático em direção a cozinha, Flora suspirou e começou a andar.

— Eu te odeio muito. — Ela disse, eu inalei o cheiro do seu cabelo. — Você está cheirando meu cabelo?

— Eu não. — No mesmo instante estávamos passando pela porta que levava até a cozinha eu bati a testa na parte de cima da porta. — AI! — Flora começou a rir e me colocou no chão. — Foi de propósito, não foi?

— Nunca, Quint. — Falou em um tom sarcástico. Ela segurou em meu rosto e o inclinou para cima, para que a olhasse diretamente nos olhos. — Você quer que eu dê um beijinho pra sarar?

— Ha, ha, ha, você devia ser comediante, Flora. — Falei revirando os olhos, ela me puxou pra perto e me deu um beijo na testa. Os poucos segundos que seus lábios encostaram no meu foram suficientes para que meu cérebro simplesmente parasse de funcionar.

— Pronto. — Ela disse me soltando e eu fiquei parada no lugar. — O que aconteceu? — Ela perguntou falsamente preocupada, seu sorriso de lado e o divertimento em seus olhos entregavam que ela sabia muito bem o efeito que tinha sobre mim.

— Nada, nada. — Consegui falar e comecei a fazer a pipoca. — Flora você pode ir buscar alguns cobertores?

— Okay. — Ela falou, o que me surpreendeu. Ela realmente não ia tentar discutir? Estranho, muito estranho.

Pouco depois estávamos no sofá, eu e ela dividimos um cobertor enorme que ela tinha trazido da Escócia. Era bem macio e tinha uma estampa de tartan com um padrão misturado de verde e azul. Ela explicou que é o tartan da família Baird e que ela tinha ganhado esse cobertor no seu aniversário de quinze anos.

— Na época eu odiei, eu queria um par de brincos de esmeralda lindíssimo e minha mãe não tinha me deixado comprar. — Ela explicou enquanto zapeava pela Netflix, tentando encontrar algum filme pra assistirmos. Tínhamos apagado as luzes, então a única fonte de luz provinha da televisão.

Me, a Princess? - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora