Capítulo 13:

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O dia do jantar finalmente tinha chegado e eu estava uma pilha de nervos, para dizer o mínimo. Minha avó me fez acordar extremamente cedo para começar a me preparar para o jantar.

Eu e Flora tomamos café juntas com o meu pai e Anna. Trocamos alguns olhares e os dois adultos se entreolharam desconfiados. Nós estávamos sentadas opostas uma para a outra, mas nossos pés estavam se tocando por debaixo da mesa.

— Grande dia hoje. — Meu pai disse, chamando a minha atenção da boca de Flora para ele.

— Hã? Sim, sim verdade. — Concordei, virando-me para ele e bebendo meu café de uma vez. — Grandmère quer que eu esteja no consulado daqui a pouco.

— Não são nem oito horas da manhã. — Anna comentou e eu suspirei.

— É isso que eu aguento todo dia. — Falei e Flora revirou os olhos.

— E você, Flora? — Meu pai perguntou.

— Eu vou receber meus irmãos e minha cunhada. — Explicou, um brilho que eu tinha visto pouquíssimas vezes apareceu em seus olhos cor de mel.

— Que ótimo! Tenho certeza de que eles estão com saudade. — Anna disse, mas um pouco depois disso ela se levantou e correu para o banheiro.

— Anna? — Meu pai chamou e correu atrás dela. Eu e Flora trocamos um olhar antes de nos esticarmos um pouco para tentar ver o que estava acontecendo.

— Já pensou se ela está grávida? — Flora perguntou baixinho em francês. Francês tinha se tornado algo nosso, sempre que queríamos conversar alguma coisa que não queríamos que outras pessoas entendessem trocávamos para o francês. Era muito útil quando ela ficava falando mal das pessoas da nossa escola e eu apenas dava risada de forma discreta.

Não era nada útil quando ela queria falar algo que eu não entendesse e trocava para alemão, ou espanhol. Eu comecei a ter aulas dessas línguas nas primeiras semanas de lições de princesa com tutores diferentes, mas eu não estava boa o suficiente para conseguir entender quando uma pessoa falava rápido.

— Se ela estiver mesmo grávida, Grandmère vai querer eles casados. — Falei e a loira concordou solenemente com a cabeça enquanto observamos meu pai bater na porta do banheiro.

— Bom, não é como eu soubesse como é ser irmã mais velha de alguém, então você vai ter que se virar, Quint. — Ela disse tomando um gole do seu chá, ela não conseguia gostar de café do mesmo jeito que eu e meu pai.

— Eu já disse o quanto você tem uns papos motivacionais? — Perguntei e ela apenas sorriu, meu pai entrou no banheiro e foi como se eu e Flora tivéssemos a mesma ideia, porque nos inclinamos sobre a mesa e nossos lábios estavam conectados antes que eu pudesse pensar sobre as possibilidades de alguém nos ver.

Flora tinha gosto de cigarro, mas era fraco e quase inexistente, junto de morango e do chá que ela tinha acabado de tomar. Além do seu cheiro, que era quase inebriante aos meus sentidos.

Nos separamos rapidamente e nos sentamos de volta como se não tivesse acontecido nada quando ouvimos a porta do banheiro abrindo e os sons deles dois conversando.

— Eu vou comprar um teste de gravidez. — Meu pai avisou para Anna, que apenas concordou e foi para o quarto. — Millie e Flora boa sorte hoje. — Ele disse me dando um beijo no topo da cabeça e dando batidinhas afetuosas na cabeça de Flora. — E depois nós vamos conversar.

Eu e Flora nos entreolhamos e meu pai saiu, Flora abriu um sorriso.

— Ainda bem que eu não sou você. — Ela cantarolou ficando de pé.

Me, a Princess? - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora