Capítulo 19:

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Grandmère estava de péssimo humor e a culpa era de Lydia, ou que Lydia tinha voltado para Genóvia e ela teve que ficar porque faltava pouco tempo para o baile e nem eu ou Flora podíamos ficar sem supervisão. Então, naturalmente, Grandmère estava sendo dez vezes pior do que o normal durante as lições de princesa.

— Amélia, não me faça ir aí corrigir a sua postura eu mesma. — Ela disse de forma severa e eu rapidamente corrigi a minha postura. Eu estava começando a me acostumar com a Grandmère que estava sempre feliz graças a Lydia, grande erro. — Agora, pela milésima vez, lembre de demonstrar confiança quando estiver em público, as pessoas te levam a sério se você parecer que sabe o que está fazendo.

— Eu sei o que eu estou fazendo? — Perguntei, Grandmère se empertigou.

— No seu caso não, mas você tem que parecer que sim. — Ela disse tranquilamente.

— Nossa, obrigada, hein. — Falei tentando a todo custo não revirar os olhos. Ela me encarou com aquele seu olhar severo de vó e eu desviei o olhar para a parede.

— Vossa Majestade, o Duque de Scantenberry deseja falar com a senhora. — Charlotte disse entrando na sala, Grandmère suspirou.

— Muito bem. — Ela me lançou um olhar, como se estivesse pensando no que fazer comigo. — Flora, assuma daqui em diante, tenho que ter uma conversa com o meu afilhado. — Ela disse parecendo nem um pouco animada com essa hipótese. Flora se levantou de uma poltrona no canto da sala e veio até onde estávamos, parecia um anjo em pessoa. Tão bonitinha, nem parece que é o próprio demônio quando quer.

Assim que a minha avó saiu, Flora saiu de sua pose de boa moça e abriu um sorriso convencido.

— Parece que você é minha agora, princesa. — Flora disse, seu sorriso convencido firmemente em seu rosto.

— Acho que você assistiu She-Ra muitas vezes. — Falei, ela ergueu as sobrancelhas.

— Depois de você me obrigar a maratonar com você o fim de semana inteiro? — Perguntou, eu dei de ombros.

— Você chorou, não pense que eu não vi. — Falei e ela negou com a cabeça.

— Você, Quint, se ilude demais. — Ela suspirou. — Enfim, Clarisse quer que eu te ensine a dançar.

— Pode ir desistindo, eu tenho dois pés esquerdos. — Falei cruzando os braços, ela ergueu as sobrancelhas e fez um sinal com a mão, uma música clássica e muito parecida com a que estava tocando de fundo.

Ela se aproximou devagarinho, um sorriso sugestivo no rosto e as mãos estendidas, a música preenchendo o ambiente. Logo entendi porque Grandmère tinha escolhido essa sala de todas as outras para a lição de hoje.

— Qual é, Quint, vai ser divertido. — Falou, eu ergui as sobrancelhas. — Okay, talvez música clássica não seja o melhor dos repertórios, mas não é como se tivéssemos muita escolha agora. — Ela disse, eu suspirei. — Eu sei que você quer dançar, Quint, eu consigo ver isso nos seus olhos.

— Você vê coisas demais. — Falei e ela sorriu, segurando na minha cintura e com a outra mão entrelaçando nossos dedos.

— E você está tensa demais. — Ela disse, como estarmos tão perto que ela conseguiria sentir as batidas aceleradas de meu coração não fosse nada demais. — Só relaxa, okay? Não é muito comum que duas garotas dancem esse tipo de música, mas parece que seu país não dá a mínima pra isso.

— Suponho que não. — Falei colocando a minha mão em seu ombro. Flora primeiro me explicou como funcionavam os passos e esse tipo de coisa antes que começasse a me guiar de acordo com a melodia da música.

Me, a Princess? - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora