— Você me promete que vai me mandar mensagem quando chegar, não é? — Meu pai perguntou enquanto Ralph pegava as malas de Flora.
— Sim, Charlie, não se preocupe. — Ela disse pela quinta vez em menos de cinco minutos, mas não parecia genuinamente irritada com a insistência.
— Ele só está preocupado com você, querida. — Anna disse abrindo um sorriso. — Faça uma boa viagem, Flo.
— Pelo menos você não vai ter que arredondar minhas notas de novo. — Flora brincou e Anna deu risada a puxando para um abraço surpresa que Flora hesitou em corresponder.
Willy se esfregou nas pernas de Flora e ela o pegou no colo, imediatamente o abraçando e, o que me surpreendeu mais, foi o fato de que ele simplesmente deixou e ainda esfregou a cabeça na bochecha dela!
Óbvio que eu não tenho ciúmes, claro que não. Eu só acho engraçado como Willy simplesmente decidiu que Flora era a segunda mãe dele e nem me avisou antes.
— Não se preocupe, Willy, sua mãe só está com essa cara porque está com ciúmes. — Flora disse me lançando um sorriso sarcástico, franzi o cenho.
— Eu não sei de onde você tira essas coisas. — Falei e ela apenas colocou o Willy no chão, que soltou um miado alto e subiu no sofá.
— É melhor eu ir, minha mãe não vai gostar se eu me atrasar. — Ela disse olhando o seu relógio.
— Eu vou levar a Flora pro carro. — Falei mesmo sabendo que era só uma desculpa para que pudéssemos ficar sozinhas.
— Tudo bem, Millipeia, não esquece que hoje é noite de filme! — Meu pai me disse dando uma cotovelada e eu sorri. — Já vou fazer a pipoca. — Cantarolou indo até a cozinha. Anna nos deu uma piscadela e saímos, fechei a porta atrás de mim.
Descemos as escadas em silêncio, um clima meio tenso no ar. Chegamos na porta e paramos, sem saber bem o que fazer.
— Então... — Comecei, chamando a atenção dela, que estava olhando pela janela os três seguranças apenas a esperando. — Obrigada, eu acho, por esses últimos meses, eu não sei se conseguiria ter sobrevivido ao baile sem você.
— Besteira, Quint, claro que conseguiria. — Ela disse cruzando os braços. — Acho que eu tenho que te agradecer também. — A olhei confusa e ela deu de ombros abrindo um sorriso. — O que quer que seja que nós tivemos... — Ela fez uma pausa em que voltou a olhar pela janela por um milésimo de segundo. — Valeu muito a pena, Millie.
Eu não sei bem o que era, mas toda vez que ela dizia o meu nome e não me chamava de "Quint" me trazia todo tipo de arrepio diferente. Seus lábios desenhados naquele sorrisinho reservado apenas para quando estávamos sozinhas. Meu coração bateu mais forte, tanto que foi a única coisa que consegui ouvir ao abaixar o rosto graças a intensidade de seu olhar.
Nossa, eu realmente preciso lavar esses tênis.
— Ei, olhe pra mim. — Flora sussurrou ficando um pouco mais perto e segurando nos meus ombros.
— Valeu a pena pra mim também, Flo. — Murmurei finalmente tomando coragem para olhar em seus olhos.
— Foi divertido. — Ela disse finalmente e eu segurei em suas mãos, querendo marcar a sensação de nossas mãos juntas uma última vez na minha memória.
— É, foi divertido. — Concordei brincando com os seus dedos. — Eu vou sentir sua falta.
Falar isso foi melhor do que dizer o que realmente está na minha mente. Como eu digo para uma garota como essa que em menos de dois meses aquele crushzinho estúpido passou para uma paixão de verdade? Como eu digo isso sendo que ela está há alguns minutos de ir embora para a Europa e eu não sei quando irei vê-la de novo?
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Me, a Princess? - Rocksalt
Hayran KurguMillie Quint era só uma garota normal até que com a chegada de sua avó nos Estados Unidos ela descobre que é a herdeira de um pequeno país europeu. E como se não bastasse, outra princesa é transferida para o seu colégio bagunçando ainda mais seus p...